Ter uma Ferrari pode ser um sonho de consumo e quando a oportunidade aparece, deve ser agarrada o mais rápido possível, já que os modelos podem custar uma fortuna. Não é o caso de uma Ferrari Dino 208 GT4 1975, que está sendo leiloada pela Justiça Federal de São Paulo pela bagatela de R$ 546,00 – seu lance mínimo.
O preço parece até mentira, mas não é. O problema é que o veículo está abandonado e foi classificado como sucata, tendo apodrecido em diversas partes da carroceria, do interior e em algumas partes do conjunto mecânico, dificultando sua restauração.
Ferrari Dino está em estado deplorável devido a golpe
O modelo que vai a leilão foi o único a ser importado para o Brasil pelo romeno Ferry Lazar. Em 2002, o proprietário levou sua Ferrari Dino para ser reparada em uma oficina e, para sua surpresa, quando retornou ao local o estabelecimento havia sido fechado e seu carro desaparecido.
Um ano depois do ocorrido, Lazar reencontrou a Ferrari, mas não poderia mais chamar de sua. O veículo estava sob posse de Ariovaldo Vicentini, que explicou toda a situação para a polícia. A Justiça revelou que ambos foram vítimas de golpe e, desde 2006, o modelo segue apreendido em pátio na cidade de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.
No período que ficou “desaparecida”, a Ferrari Dino teve seu chassi adulterado e sua cor, anteriormente um belo azul, foi alterada para amarelo – inclusive em seu interior. Uma decisão que seria vista por muitos como "baranga".
Ferrari Dino não poderá voltar às ruas
Até o fechamento desta reportagem, o último lance dado pelo modelo havia sido de R$ 10.500. Seu comprador, mesmo que a recupere e volte a ser um carro funcional, não poderá andar com o veículo por vias públicas. Por ser classificado como sucata, não pode ser licenciado.
Outro ponto importante é que, no estado de São Paulo, apenas desmontes credenciados pelo Detran podem arrematar sucatas. A lei pode ser alterada em diferentes estados, como é o caso do Rio de Janeiro, que permite a compra de veículos com essa classificação por pessoas físicas. Em ambos os casos, a Ferrari Dino não poderia tirar uma nova documentação.
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