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PROBLEMAS HISTÓRICOS

Hyundai Creta 2025: o câmbio de dupla embreagem a seco é confiável?

SUV recém lançado possui câmbio automatizado DCT, que gera receio ao público brasileiro pelo histórico

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Hyundai Creta
Hyundai Creta Foto: Luiz Forelli/EM/Vrum

A Hyundai lançou o novo Creta 2025 no início de outubro e trouxe uma novidade importante para o público: o motor 1.6 TGDI atrelado ao câmbio DCT (Dual Clutch Transmission) de dupla embreagem a seco. Porém, logo após a divulgação, surgiram dúvidas quanto à confiabilidade desse sistema. 

A montadora havia informado inicialmente que o câmbio era banhado a óleo, mas, em uma correção, confirmou que se trata de um câmbio a seco, o que levantou comparações com transmissões problemáticas vistas no passado, como o PowerShift da Ford e o DSG da Volkswagen.

O Creta 2025 utiliza esse câmbio automatizado para o motor 1.6 turbo a gasolina de 193 cv e 27 kgfm de torque. 

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A confirmação veio após questionamentos da  Quatro Rodas, que consultou a fabricante sobre o câmbio. Segundo a Hyundai, o câmbio DCT a seco não compromete a durabilidade nem o funcionamento do carro, desde que as manutenções e o uso recomendado sejam seguidos corretamente. 

Hyundai Creta
Hyundai Creta Foto: Luiz Forelli/EM/Vrum

Em nota oficial, a Hyundai explicou que esse tipo de câmbio é amplamente utilizado em modelos de alta demanda, como o Elantra, Tucson e o Kona, comercializados em mercados como Estados Unidos, Europa e Coreia, onde são reconhecidos pela confiabilidade.

O que é o câmbio de dupla embreagem a seco?

Um câmbio automatizado de dupla embreagem utiliza dois conjuntos de embreagens para alternar entre as marchas de forma mais rápida e eficiente, comparável a um carro manual, mas com acionamento automatizado. Nesse sistema, uma embreagem é responsável pelas marchas ímpares e a outra pelas pares e a ré, o que garante trocas rápidas e precisas.

No caso do câmbio a seco, as embreagens não são imersas em óleo, ao contrário dos sistemas de dupla embreagem banhados a óleo, utilizados por marcas como Ford, Renault, entre outros. 

O sistema a seco permite que o calor gerado seja dissipado mais facilmente e elimina a necessidade de óleo, o que resulta em uma caixa de câmbio menor, mais leve e menos complexa. Isso também contribui para maior eficiência energética e menor consumo de combustível.

Câmbios banhados a óleo

Os câmbios com embreagem banhada a óleo oferecem maior suavidade nas trocas de marchas, pois o líquido ajuda a lubrificar e reduzir o atrito. Isso também pode contribuir para uma maior durabilidade do sistema, embora, por serem maiores e mais complexos, costumam aumentar o peso do veículo e o consumo de combustível.

Esse tipo de câmbio é mais comum em carros de alto desempenho, como os modelos esportivos da Porsche, e em veículos maiores.

Já o câmbio a seco, como o utilizado no novo Creta Ultimate, é menor, mais leve e permite uma melhor dissipação de calor. Porém, motoristas alegam que suas desvantagens incluem um maior ruído nas trocas de marchas e vibrações perceptíveis ao trafegar em pisos irregulares, o que pode ser desconfortável para alguns motoristas.

Hyundai Creta
Hyundai Creta Foto: Luiz Forelli/EM/Vrum

Mesmo das garantias da Hyundai sobre a confiabilidade do câmbio DCT a seco, muitos consumidores brasileiros ainda carregam o trauma das falhas ocorridas com transmissões automatizadas no passado, como no caso do PowerShift, que resultou em problemas crônicos e diversos processos judiciais, ou do DSG da Volkswagen, que apresentou falhas similares.

A Hyundai confia, porém só o tempo dirá se o sistema será realmente capaz de enfrentar os desafios do mercado brasileiro e se a marca conseguirá tranquilizar os consumidores que ainda estão receosos de repetir os problemas do passado.

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