O câmbio CVT (Transmissão Continuamente Variável) é uma tecnologia bem utilizada atualmente em carros de diversas marcas, principalmente por fabricantes japoneses como Nissan e Toyota. Esse tipo de transmissão é conhecido por sua suavidade e, em alguns casos, eficiência de combustível. Mas uma dúvida comum entre os motoristas é: se o câmbio CVT não tem marchas, por que ele simula trocas de marcha?
O câmbio CVT opera de maneira diferente de uma transmissão automática convencional, que possui um número fixo de marchas. No CVT, há duas polias de diâmetro variável conectadas por uma correia metálica, o que permite uma variação contínua das relações de transmissão.
Ou seja, isso resulta na prática em uma aceleração linear, sem trancos ou quedas de rotação, e assim oferece uma condução mais suave e confortável. Porém o CVT não tem o objetivo de oferecer uma condução esportiva, longe disso.
Contudo, muitos motoristas estão acostumados à sensação de trocas de marcha em carros automáticos. Para atender a essa expectativa, as montadoras começaram a programar o CVT para simular mudanças de marcha, mesmo que, na realidade, o câmbio esteja operando de forma contínua, e não fazendo as trocas de engrenagem como uma caixa de câmbio automática faz.
Essa simulação é feita ajustando a variação das polias, criando a sensação de uma troca de marcha, porém é tudo uma simples programação. E por isso, caso uma fabricante queira simular, 10, 15, 20, 30 marchas, ela pode, pois é a programação que dá essa sensação de troca.
O engenheiro automotivo, Paulo Menezes, explica: "Essa simulação de marchas no CVT é uma resposta ao feedback dos motoristas. A ideia é oferecer uma experiência de condução que combine a suavidade do CVT com a familiaridade das trocas de marcha, o que pode tornar a condução mais intuitiva."
No caso do Toyota Corolla, por exemplo, a montadora foi além, e adicionou uma engrenagem física na primeira marcha, como os carros automáticos, para oferecer uma arrancada mais forte, antes que o sistema CVT assuma a variação contínua. Isso melhora a resposta do veículo em situações de partida.
Entre as vantagens do CVT, destaca-se a economia de combustível. Como o CVT mantém o motor sempre na faixa ideal de rotação, ele pode ser mais eficiente do que os câmbios automáticos convencionais.
No entanto, não é possível fazer uma comparação direta de consumo entre modelos com câmbio CVT e automático, pois geralmente não há versões idênticas do mesmo carro com as duas opções de câmbio.
Modelos como o Nissan Kicks, Sentra e Toyota Corolla, Honda ZR-V, HR-V, entre outros, utilizam o câmbio CVT devido à sua eficiência e conforto. Além disso, o CVT tem menos componentes mecânicos em comparação com um câmbio automático tradicional, o que pode resultar em menos manutenção ao longo da vida útil do veículo.
No entanto, apesar de todas essas vantagens, o CVT não é universalmente amado. Alguns motoristas não gostam da sensação de deslizamento, onde a rotação do motor aumenta sem uma resposta proporcional imediata em termos de aceleração. É justamente para mitigar essa percepção que as simulações de marcha foram implementadas.
Quando se trata de performance em veículos com maior torque, o câmbio automático convencional geralmente se destaca em relação ao CVT. Isso ocorre porque o câmbio automático utiliza um conversor de torqueor o aumento de potência sem comprometer a durabilidade.
A pressão hidráulica e a presença de engrenagens fixas permitem que ele lide de maneira mais robusta com motores potentes, e assim tendo uma resposta mais rápida e eficiente em acelerações e ao enfrentar terrenos mais difíceis.
Por outro lado, o CVT, que não tem engrenagens fixas, tende a priorizar suavidade e economia de combustível, mas pode não oferecer a mesma performance em veículos com alto torque, onde a robustez do câmbio automático é mais necessária.
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