A Renault Brasil ofereceu um curso para cerca de 500 bombeiros de São Paulo com a intenção de treiná-los a combater incêndios em carros elétricos. Segundo a montadora, o treinamento serviu para ensinar os profissionais do 500º Grupamento a diferenciar o fogo em um veículo eletrificado das chamas de um automóvel a combustão.
Os bombeiros aprenderam, por exemplo, a verificar se o incêndio atingiu a bateria do carro eletrificado ou não. Caso este seja o caso, os profissionais foram ensinados a fazer a leitura e verificar se o incidente foi causado por curto-circuito, perfuração, superaquecimento ou falha no componente.
O curso ainda ensinou as maneiras adequadas de cortar o contato para desligar o veículo, localizar a tomada e desconectar a bateria. Ao todo, há três formas de apagar o fogo, sendo elas: resfriamento, queima controlada e imersão.
Os incêndios em veículos elétricos apresentam um desafio particular. Quando em combustão, as baterias liberam substâncias tóxicas, incluindo gás carbônico e metais pesados. A estrutura das baterias favorece um "efeito dominó", intensificando o fogo através dos módulos da bateria. Essa característica contribui para a rápida propagação das chamas para veículos próximos, complicando o combate ao incêndio.
"Esse curso contribui para a proteção de vidas e do patrimônio. Estamos muito orgulhosos de poder colaborar com o corpo de bombeiros nesse avanço técnico, que, sem dúvida, terá um impacto direto na segurança da nossa comunidade", disse Regina Souza, gerente de Gestão de Rede e Treinamento da Renault do Brasil.
A montadora, atualmente, tem o Kwid E-Tech como principal veículo eletrificado. Em outubro deste ano, o modelo foi o oitavo mais vendido no Brasil entre todos os elétricos, com 83 emplacamentos no mês. No segmento, o líder foi o BYD Dolphin Mini, com 2.808 unidades comercializadas.
Carros a combustão x elétricos
Contrariando as preocupações iniciais, estudos revelam que os carros elétricos têm uma incidência menor de incêndios em comparação com veículos tradicionais movidos a gasolina ou diesel. Segundo a National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos, o risco de incêndio em carros elétricos é 60 vezes menor do que em veículos convencionais. Esse dado é respaldado por uma média de 25 incêndios entre 100 mil carros elétricos relatados em 2023, contra 1.530 em veículos a combustão.
Relatórios internacionais, como o da Agência de Contingência Civil da Suécia, corroboram essa afirmação. Entre 2018 e 2022, ocorreram 29 incêndios envolvendo veículos elétricos no país, contra 3,4 mil em carros com motores tradicionais. Esses números destacam que os modelos elétricos representam menos de 1% dos incêndios veiculares totais, sugerindo uma percepção pública equivocada sobre o perigo representado por esses automóveis.
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