Os motores de três cilindros, principalmente os carros mais modernos com turbo, têm gerado polêmica entre os motoristas. Mas será que eles são realmente ruins?
Os motores de três cilindros, frequentemente associados ao “downsizing”, têm se tornado cada vez mais comuns nos carros atuais. A proposta é clara: reduzir o peso, o consumo de combustível e as emissões de poluentes sem comprometer a potência.
Porém, o preconceito ainda persiste, principalmente pela percepção de que eles vibram mais e têm uma vida útil limitada.
Apesar de parecer uma novidade, os motores de três cilindros têm mais de 70 anos de história. O primeiro modelo surgiu na década de 1950, mas foi nos anos 1970 que começaram a ganhar destaque em veículos urbanos compactos no Japão, como os famosos Kei Cars.
Na Europa, eles se popularizaram na década de 1990, quando marcas como Opel e Volkswagen introduziram essa configuração em seus modelos. No Brasil, o motor 1.0 de três cilindros estreou em 2011 no Kia Picanto e logo em seguida nos Hyundai HB20. Rapidamente conquistou espaço em SUVs, hatches e sedãs médios nos dias atuais.
Por que três cilindros?
O motor de três cilindros foi desenvolvido para solucionar problemas dos motores de 2 cilindros, que perdiam muita energia para vencer o atrito interno. Com a adição de um cilindro, a eficiência energética aumentou, mantendo o tamanho compacto e o peso reduzido.
As principais vantagens
- Redução de atrito mecânico: menos peças móveis significam até 25% menos atrito comparado a motores de quatro cilindros. Isso resulta em maior eficiência energética.
- Menor consumo de combustível: esse tipo de configuração permite uma economia melhor, especialmente em motores modernos com injeção direta e turbo.
- Compactação e leveza: menos componentes tornam o motor mais leve, o que impacta positivamente o desempenho e também no consumo.
Uma das principais críticas aos motores de três cilindros é sua tendência a vibrar mais do que os modelos de quatro cilindros, algo que realmente ocorre. Isso se dá devido ao desequilíbrio natural dessa arquitetura, já que o número ímpar de cilindros dificulta a distribuição uniforme de forças. Para resolver esse problema, as montadoras adotaram tecnologias como:
- Contrapesos na cambota para neutralizar vibrações.
- Volantes de motor maiores que ajudam no equilíbrio em baixas rotações.
Os motores de três cilindros mais antigos também enfrentavam questões de confiabilidade, mas os avanços tecnológicos resolveram boa parte desses problemas. Hoje, sistemas modernos garantem maior durabilidade, claro, desde que as revisões e manutenções sejam realizadas como indicado.
E o desempenho?
Com a chegada de turbocompressores, os motores de três cilindros passaram a entregar potências similares ou até superiores aos de quatro cilindros naturalmente aspirados. Isso, combinado com sistemas de injeção direta de combustível, torna esses motores extremamente eficientes para o uso urbano e rodoviário.
É um motor bom ou ruim?
O preconceito contra motores de três cilindros tem base em modelos mais antigos e desatualizados. Hoje, com as tecnologias disponíveis, eles oferecem um excelente equilíbrio entre desempenho, eficiência e custo-benefício, além de ser mais barato para as montadoras.
Portanto, a resposta é clara: os motores de três cilindros são sim uma boa escolha, desde que a manutenção seja feita corretamente e os modelos sejam adequados às suas necessidades.
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