Assim como muitas marcas de esportivos, Lamborghini deu adeus aos motores V10, aqueles que possuem o som inconfundível e pela alta performance desses propulsores. Com o lançamento do sucessor do Huracán, batizado de Temerario, a marca italiana optou por um motor V8 híbrido, deixando diversos fãs curiosos pela mudança e outros irritados por não ter mais Lamborghini V10 à venda.
Em entrevista à Top Gear, Rouven Mohr, diretor técnico da Lamborghini, explicou que manter o V10 seria inviável devido às regulamentações de emissões cada vez mais rígidas. Argumento semelhante ao que a BMW deu ao M5, por exemplo, e que diversas montadoras vem fazendo em seus carros esportivos.
Para se adequar às normas, o motor teria que perder cerca de 20% de sua potência. Isso significaria que, em vez dos 631 cv do V10 no Huracán, o Temerario teria pouco mais de 500 cv, números comparáveis ao Gallardo de 20 anos atrás, por exemplo.
Mesmo que a Lamborghini tenha considerado usar motores menores, como um V6, a ideia foi descartada. Mohr disse que, embora tecnicamente possível, esse tipo de motor não combina com a identidade da marca.
“Não achamos que o V6 se encaixa no nosso DNA”, disse o diretor. Enquanto concorrentes como Ferrari e McLaren já adotaram motores V6 híbridos, a Lamborghini preferiu apostar no V8 biturbo, um propulsor que demandou um investimento de “dezenas de milhões de euros” e levou cerca de cinco anos para ser desenvolvido.
O novo motor V8 de 4.0 do Temerario entrega 789 cv, podendo alcançar até 869 cv com ajustes. Além disso, o sistema híbrido permite que a potência combinada ultrapasse a marca dos 1.000 cv.
Apesar da potência, o desenvolvimento desse motor teve a pressão das regulamentações ambientais e o compromisso da Lamborghini em equilibrar desempenho e sustentabilidade, querendo ou não.
A Lamborghini já abriu os pedidos para o Temerario, e a resposta do público tem sido positiva, segundo Mohr. A marca está confiante de que o modelo continuará sua tradição de supercarros icônicos, mesmo com o fim do lendário V10.
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