É difícil imaginar um mundo em que o Toyota Corolla não exista, certo? Afinal, ele é sinônimo de confiança e sucesso global. Mas poucos sabem que, no final dos anos 90, o Corolla esteve a um passo de sair de linha.
Uma combinação de crise financeira e mudança no mercado quase decretou o fim do modelo. Porém, essa história tomou um rumo diferente graças a um engenheiro chamado Takeshi Yoshida.
No final dos anos 1990, a Toyota enfrentou desafios muito grandes. A crise financeira asiática e o estouro da bolha financeira e imobiliária que ocorreu entre 1986 e 1991 apertaram o orçamento da montadora. Além disso, os consumidores estavam cada vez mais interessados em SUVs e minivans, deixando os sedãs médios como o Corolla em segundo plano.
O resultado? Quedas nas vendas e questionamentos internos sobre o futuro do modelo. A ideia de substituir o nome Corolla ou até descontinuá-lo começou a ganhar força nos corredores da Toyota.
Mas foi aí que Yoshida entrou em cena. Ele acreditava firmemente no valor da marca Corolla e no que ela representava para os consumidores ao redor do mundo.
Yoshida então convenceu os executivos da Toyota a apostar em uma nona geração, mesmo com um orçamento extremamente limitado. Sua visão era clara, aumentar a qualidade do Corolla e manter sua relevância global.
Com o sinal verde, o engenheiro liderou uma equipe que revolucionou a forma de trabalho na Toyota. Ele uniu diferentes departamentos — como design, powertrain e ergonomia — para trabalharem juntos, trocando ideias e otimizando recursos. Essa forma de trabalho permitiu que a equipe entregasse um produto refinado, mesmo com restrições financeiras.
A nona geração do Corolla então trouxe mudanças marcantes. O modelo cresceu em tamanho, adotou materiais mais leves, como o motor com bloco de alumínio, e incorporou tecnologias avançadas, como o comando de válvulas variável, chamado também de VVT-i.
O interior recebeu melhorias, com acabamento refinado e detalhes emprestados da Lexus, como a iluminação Optitron no painel. Mas, para reduzir custos, a suspensão traseira independente deu lugar a um eixo de torção.
No Brasil, essa geração chegou com força. A campanha publicitária feita por Brad Pitt trouxe um toque de glamour ao modelo, que rapidamente conquistou o público.
O Corolla não apenas desbancou concorrentes como o Chevrolet Vectra, mas também lançou a versão perua, a Fielder, que ampliou ainda mais sua popularidade. Esse sucesso consolidou o Corolla como líder no segmento de sedãs médios, posição que ele mantém até hoje.
A decisão de Yoshida não foi apenas um acerto — foi a base para o sucesso contínuo do Corolla. O modelo se tornou o carro mais vendido do mundo, e voltou para a liderança. Para quem viveu a época, é difícil acreditar que o sedã quase desapareceu. Graças à visão e coragem de um engenheiro, o Corolla não apenas sobreviveu, mas se tornou um ícone eterno.
Fonte: Autopapo
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