Com o aumento cada vez mais de radares espalhados pelas estradas e rodovias do Brasil, a tolerância desses equipamentos tem sido motivo de dúvidas entre os motoristas, principalmente neste momento do ano muitas pessoas vão viajar. Mas será que o limite exibido na placa é exatamente o que o radar considera para aplicar multas? Na prática, não é bem assim.
Os radares não são 100% precisos e possuem uma margem de tolerância estabelecida pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Isso quer dizer que, dependendo da velocidade permitida na via, há uma folga antes que a multa seja aplicada.
Para limites de até 100 km/h, a tolerância é fixa: 7 km/h acima do limite. Ou seja, em uma via onde o máximo permitido é 60 km/h, o radar só registra infração a partir de 68 km/h.
Já nas rodovias onde a velocidade permitida ultrapassa os 100 km/h, a tolerância passa a ser de 7%. Assim, em um trecho de 120 km/h, o excesso será registrado apenas a partir de aproximadamente 129 km/h.
Agora, é importante entender o que acontece quando essa tolerância é ultrapassada. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica as infrações de acordo com o percentual de excesso. Se o veículo estiver até 20% acima do limite, a infração é considerada média, com multa de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira.
Quando o excesso fica entre 20% e 50%, a infração sobe para grave, e resulta em multa de R$ 195,23 e cinco pontos. Porém, se o motorista ultrapassar 50% do limite, a infração é gravíssima, com multa de R$ 880,41 e suspensão imediata do direito de dirigir.
Exemplo das velocidades e tolerâncias dos radares:
Em uma via com limite de 40 km/h, o radar só registra infrações a partir de 48 km/h.
- Em uma via com limite de 60 km/h, a multa só será aplicada se a velocidade atingir 68 km/h ou mais.
- Em uma via com limite de 80 km/h, o radar considera excesso de velocidade a partir de 88 km/h.
- Em uma rodovia com limite de 100 km/h, a tolerância permite velocidades até 107 km/h.
- Em trechos de rodovias onde o limite é 120 km/h, a multa só será aplicada a partir de 128,4 km/h, devido à tolerância de 7%.
Além de tudo isso, outro ponto importante é que o velocímetro do carro, responsável por indicar a velocidade no painel, geralmente apresenta uma margem de erro. Em muitos casos, ele mostra uma velocidade um pouco maior do que a real, como medida de segurança.
Por exemplo, se o velocímetro acusa 100 km/h, é provável que a velocidade real esteja entre 95 km/h e 97 km/h. Essa diferença ocorre porque as montadoras ajustam o velocímetro para garantir que os motoristas não ultrapassem os limites sem perceber.
Essa margem pode variar de carro para carro e também depende de fatores como o tamanho correto dos pneus. Pneus diferentes do padrão original podem diferenciar ainda mais a precisão do velocímetro, então é sempre importante ver se eles estão de acordo com as especificações do fabricante.
Outro ponto que merece atenção é a instalação cada vez maior de radares com diferentes tecnologias, como os fixos, móveis e de trecho. Enquanto os radares fixos monitoram velocidades em pontos específicos, os de trecho calculam a média de velocidade entre dois pontos da estrada.
Esse tipo de tecnologia está se tornando mais comum e dificulta para quem tenta “burlar” as multas reduzindo a velocidade apenas ao passar pelo radar.
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