A Volkswagen está se ajustando às novas realidades do mercado europeu, e isso inclui difíceis decisões. Depois de muito debate, a marca alemã confirmou que vai abandonar dois segmentos de carrocerias que, de certa forma, marcaram sua história, como os conversíveis e as peruas esportivas (ou shooting brakes, como gostam de chamar na Europa).
Essa decisão é reflexo do cenário atual. A Europa vem enfrentando uma crise no mercado automotivo com a eletrificação e grande rivalidade chinesa. Para a Volkswagen, que estava prestes a fechar suas fábricas, mas conseguiu segurar, pelo menos até 2030, e vem passando por uma crise, faz esse tipo de adaptação ser necessária.
A Volkswagen tem uma longa tradição em conversíveis, que começou ainda na década de 1930. O primeiro protótipo da marca foi o V2 Cabriolet (basicamente um Fusca), criado em 1935. Aliás, no Brasil, o Fusca conversível fez história.
Aqui também tivemos o EOS, lançado em 2006, na Europa, e chegou aqui só em 2009. Esse modelo passou literalmente despercebido por aqui, mas no velho continente competia com outros conversíveis europeus, como Opel Astra TwinTop e Peugeot 307 CC (que também veio ao Brasil).
Hoje, o último representante dessa categoria na linha da Volkswagen é o T-Roc Cabriolet, o SUV que serviu de base para o T-Cross no Brasil (lembrando que o T-Roc também tem versões sem ser conversível). Produzido na fábrica de Osnabrück, na Alemanha, o modelo foi confirmado até 2027, mas não ganhará sucessor. Aliás, essa fábrica quase foi fechada no ano passado, mas, por enquanto, segue operando.
Apesar de sua descontinuação estar programada, o T-Roc tem seu valor. O SUV T-Roc é um sucesso na Europa e fechou 2024 como o SUV mais vendido do continente, com 201.246 unidades emplacadas. No ranking geral, ele ficou na quarta posição, atrás de Golf, que ficou em terceiro com 212.889 vendas.
Outro segmento que a Volkswagen está deixando para trás é o das peruas esportivas. Quem se despede dessa categoria é a Arteon Shooting Brake, também fabricada em Osnabrück. O modelo não terá nova geração, principalmente por suas vendas tímidas: apenas 4.985 unidades emplacadas em toda a Europa em 2024.
Apesar disso, a Volkswagen ainda mantém as tradicionais station wagons em sua linha, como a Passat Variant (por enquanto), a Golf Variant e a nova ID.7 Tourer, que faz parte da linha elétrica da marca, com 285 cv.
Com a competição de montadoras chinesas crescendo, a Volkswagen aposta as suas fichas na eletrificação. O abandono dos conversíveis e peruas esportivas faz parte de uma estratégia para simplificar o portfólio e investir em segmentos que prometem mais retorno no futuro.
Fonte: Motor1.com
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