A habilidade de empinar a moto é vista em cidades de todo o Brasil. Porém, o "grau", como é conhecida a prática, é considerada uma infração gravíssima de trânsito e pode render até a prisão. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o motociclista flagrado cometendo a irregularidade deve pagar R$ 293,47 de multa. Além disso, o infrator tem a habilitação suspensa e o veículo removido pela "boa ordem administrativa".
A situação, por outro lado, pode ficar ainda mais série em caso de acidentes. No início deste mês, na cidade de São Paulo, o motociclista Marcos Ribeiro da Silva, de 25 anos, matou um homem de 55 anos, identificado como Leonildo Ferreira Silva, enquanto estava empinando sua motocicleta. Segundo a investigação, ele perdeu o controle do veículo e avançou contra a vítima, que estava acompanhada do neto de 6 anos - o garoto ficou gravemente ferido.
Neste caso, o motociclista foi preso e deverá responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Assim, Marcos Ribeiro da Silva pode ficar detido de 2 a 5 anos. Contudo, há a possibilidade do crime ser enquadrado como homicídio doloso (quando há intenção de matar). Isto porque alguns especialistas consideram que o condutor que empina sua moto está colocando a vida de terceiros em risco deliberadamente. Com este cenário, a pena pode chegar a 20 anos de reclusão.
A polêmica em torno da manobra existe. Se parte da comunidade considera o ato uma infração extremamente perigosa, outra vê o "grau" como uma manifestação cultural de jovens. Em 2021, por exemplo, a então deputada federal Alessandra Silva (PSL-MG) chegou a levar um cartaz com a frase: "Grau não é crime". Em uma sessão, a parlamentar argumentou que a prática é considerada um lazer enraizado nas comunidades.
Apesar do assunto chegar à Câmara dos Deputados, nenhum projeto de lei envolvendo a manobra foi criada na Casa Legislativa. Desta forma, seja uma manifestação cultural ou um esporte, empinar a moto permanece sendo um ato proibido.
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