Pergunte para uma pessoa de 35 anos ou mais se ela possui alguma lembrança com um Fusca e provavelmente ela irá contar alguma história a bordo do pequeno Volkswagen. Produzido no Brasil entre 1959 e 1986, e retornar às fábricas entre 1993 e 1996, o Fusca marcou gerações e segue com legiões de apaixonados Brasil afora. 

Com mais de 3,1 milhões de unidades vendidas somente no Brasil, o Fusca é considerado um ícone no Brasil e no Mundo. Por aqui, sua história começou oficialmente em 11 de setembro de 1950, quando as primeiras dez unidades desembarcaram no porto de Santos (SP), tendo sido transportadas junto de duas Kombis e um carregamento de batatas holandesas. 

A Companhia Distribuidora Geral Brasmotor foi a escolhida pela Volkswagen para ser sua representante no país. Na época, a marca alemã buscava se expandir pelo mundo e a Brasmotor já era responsável por importar e montar modelos da Chrysler por aqui, e por isso foi vista com bons olhos.

Os primeiros Fuscas chegaram no dia 11 de setembro, mas só foram vendidos no dia 17 de novembro, já em São Paulo, na primeira concessionária Volkswagen do Brasil, a Sabrico. No dia seguinte, os demais veículos do lote inicial foram vendidos e mais carros estavam a caminho. 

A partir de 1951 o Fusca já chegava ao Brasil completamente desmontado, e o encaixe das peças era responsabilidade da Brasmotor, com a colaboração da empresa alemã. O contrato de parceria entre as duas empresas foi até junho de 1953.

Após esta data, o Fusca passou a ser montado pela Volkswagen em um galpão improvisado localizado no bairro Ipiranga em São Paulo, onde também era a sede da empresa. Somente em 1956 a Volkswagen iniciou a construção da fábrica da rodovia Anchieta, que só foi concluída totalmente no fim em 1959, mas a partir que uma ala ficava pronta, ela já recebia parte da produção.

Oficialmente, o primeiro Fusca foi produzido no Brasil no dia 20 de janeiro de 1959, data do Dia Nacional do Fusca, mas de fato, o primeiro Fusca nacional foi produzido no dia 3 de janeiro e contava com 54% de peças feitas por aqui. As novidades do modelo eram o novo volante, a janela traseira maior, volante de três raios, mais cores e dínamo de 160 Watts.

Manutenção fácil

Um dos grandes trunfos do Fusca é a sua fácil manutenção. O motor boxer posicionado atrás do eixo traseiro contava com cilindros contrapostos e contava inicialmente com 36 cv e 1.192 cm³. 

A mecânica simples e robusta ajudou muito na construção da fama do Fusca e no sucesso de vendas do modelo. Alguns reparos mais simples podem ser feitos em casa e muitas peças não custavam muito dinheiro. 

Teve até versão esportiva

Ao longo dos anos o Fusca foi evoluindo e passou a ter motor 1.300, 1.500 e em 1974 teve sua versão “esportiva”, a 1600 S, chamada de Bizorrão. Esse modelo trazia motor 1.600 com carburação dupla e 64 cv de potência.

Produzido por apenas 7 meses, o 1600S teve sua origem nas pistas, já que esse motor era utilizado pelo monoposto SuperVê, que além do motor boxer preparado, usava a suspensão dianteira do pequeno Volkswagen. O Bizorrão contava com rodas de 14 polegadas, suspensão reforçada, escapamento com apenas uma saída e voltada para a lateral, rodas de 14 polegadas e cores chamativas.

Só foi Fusca por três anos

Durante boa parte de sua vida no Brasil, o modelo era oficialmente chamado de Sedan. Foi somente em 1986 que os Detrans do país passaram a utilizar o nome Fusca.

Retorno da produção

 

A “primeira fase” do Fusca no Brasil durou de 1959 até 1986, quando a Volkswagen já tinha Gol e Voyage nas lojas e o mercado já contava com carros mais modernos. A marca entendeu que não fazia mais sentido manter o veterano modelo em produção e encerrou a história do Fusca no dia 31/10/1986, quando o último Fusca Última Série foi produzido.

Em 1993, o então presidente Itamar Franco pediu à Volkswagen para retomar a produção do modelo como medida para tentar incentivar a economia do país. Foi também neste ano que nascia o programa do carro popular, que taxava com alíquota menor os carros de motor até 1.000 cm³.

O Fusca, apesar do motor 1.600, também recebia a alíquota diferenciada e era a grande aposta de Itamar Franco para fazer a economia girar. A iniciativa não teve tanto sucesso e a segunda fase do Fusca teve 47.700 unidades produzidas entre os dias 23/08/1993 e 11/07/1996.

Ao todo, o Fusca teve 3.368.951 unidades produzidas em território nacional. No México, a produção se manteve até o dia 30 de julho de 2003. Em toda a sua história, o Fusca teve 21.529.464 unidades produzidas.

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