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SEGURANÇA

Entenda o perigo de encher tanque de combustível até o topo

Além de ser perigoso, pode estragar seu veículo e ainda gasta dinheiro desnecessário

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Carro vermelho sendo abastecido
Carro vermelho sendo abastecido Foto: VW/Divulgação

Você já percebeu que, ao abastecer seu carro, o frentista para o abastecimento assim que a bomba dá o primeiro “clique”? Esse método não é apenas uma regra de boa prática, mas também uma questão de segurança e preservação do veículo. 

Os veículos modernos possuem um sistema que impede o enchimento completo do tanque. É um mecanismo  controlado pela bomba de combustível, que interrompe automaticamente o fluxo assim que o nível seguro do tanque é atingido. 

Esse “clique” acontece porque o sistema de ventilação do tanque consegue detectar que o espaço necessário para os vapores do combustível está sendo preenchido. Esse espaço é fundamental para o funcionamento do cânister, um filtro que contém carvão ativado e é feito para armazenar e tratar os vapores de combustível antes que sejam liberados no meio ambiente. 

O cânister, aliás, é uma peça importante para o controle de emissões, já que ele reduz a quantidade de poluentes emitidos pelo veículo. Se o tanque for abastecido além do limite, o combustível líquido pode transbordar para áreas que não foram projetadas para recebê-lo, como por exemplo o cânister. 

Quando inundado, ele pode deixar de funcionar da forma como deve, e assim leva a falhas no sistema de controle de emissões e aumentando o nível de poluição.

Além disso, durante dias quentes, o combustível no tanque se expande. Se o tanque estiver cheio até a boca, essa expansão pode causar vazamentos, que são perigosos, principalmente em áreas quentes ou próximas a fontes de ignição. 

sonda lambda acoplada ao sistema de escapamento carro visto por baixo em oficina
Com menos combustível, há mais espaço para o ar no tanque Foto: Divulgação

Carregar combustível em excesso também pode aumentar o peso do veículo, resultando em maior consumo de combustível. Estudos feitos pela Sociedade de Engenheiros e Mobilidade (SAE Brasil), mostram que a cada 100 kg adicionais, o consumo pode subir até 6%.

Os combustíveis líquidos, como gasolina e etanol, liberam vapores constantemente. Esses vapores precisam de espaço no tanque para se acomodar sem causar pressão excessiva. Se o tanque estiver completamente cheio, os vapores não têm onde se expandir, o que pode causar pressão alta e danos ao sistema do veículo. 

O cânister entra em ação ao capturar esses vapores e levá-los para o motor, onde são queimados durante a combustão. Isso não apenas evita a emissão de gases poluentes, mas também ajuda o desempenho do motor.

Além disso, o excesso de combustível pode vazar pela tampa do tanque, desperdiçando o valor pago. Vazamentos de combustível, além de causar prejuízo financeiro, podem danificar a pintura do carro, principalmente se não forem limpos rapidamente. 

O combustível é corrosivo e pode causar manchas permanentes. Durante o abastecimento, vazamentos perto de fontes de calor ou faíscas também podem levar até em incêndios. Porém, isso acontecer é raro, mas é um risco. 

Por outro lado, deixar o tanque muito vazio também pode dar problemas. O combustível ajuda a resfriar a bomba de combustível. Se o nível estiver muito baixo, a bomba pode superaquecer, e assim causar falhas e custos altos de manutenção. 

Medidor exibe tanque de gasolina na reserva
Medidor exibe tanque de gasolina na reserva Foto: Divulgação

Com menos combustível, há mais espaço para o ar no tanque. Isso aumenta a chance de formação de condensação no interior do tanque, o que pode levar a problemas de corrosão e até contaminação do combustível.

O tanque de combustível nunca enche até o topo por razões técnicas que protegem o sistema do veículo, evitam danos e asseguram o melhor desempenho possível. Por isso, evite e respeite. Além de evitar riscos desnecessários, você economiza dinheiro. 

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