Para responder a pergunta do título, nós precisamos retornar à década de 1950. Na Indústria Romi, em Santa Bárbara d’Oeste (SP), nascia um carro pequeno, mas que ficaria marcado para sempre na história automobilística brasileira. Estamos falando do Romi-Isetta, o carrinho que só tinha uma porta que ficava na parte dianteira do veículo.
Para obter a licença de fabricação no Brasil, os sócios Carlos Chiti e Américo Emílio Romi, foram até Turim, na Itália, para começar as negociações com a Iso Automotoveicoli. Essa viagem permitiu a obtenção da liberação para iniciar a produção em território nacional.
A fabricação do Romi-Isetta começou em 1956, um ano após o “ok” dos italianos. Para tentar nacionalizar ao máximo o carro, a carroceria veio da Tecnogeral, de São Paulo, o que permitiu o veículo a se tornar 72% brasileiro.
É importante considerar o índice de nacionalização para determinar que o Romi-Isetta foi o primeiro carro produzido no Brasil. O Ford T também chegou a ser montado aqui em 1919, mas todas as peças eram importadas.
O Romi-Isetta chamava a atenção pelo seu eixo traseiro menor que o dianteiro, com dimensões de 2,27 m de comprimento e 1,38 m de largura, 1,32 m de altura e distância entre-eixos de 1,5 m. De acordo com o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), ele não era considerado um carro oficialmente, pois a falta de uma segunda porta e o espaço para duas pessoas apenas, fazia com que perdesse a rotulação.
O GEIA definia que para ser considerado um carro, necessitava ter, pelo menos, duas portas e ter espaço para quatro lugares, contando com o motorista.
Sobre a sua motorização, o mini carro contava com um câmbio manual de quatro marchas, no lado esquerdo do condutor, a primeira marcha era engatada para baixo e não para cima, como de costume. O motor era um monocilíndrico de 13 cv de potência e 1,9 kgfm de torque, capaz de alcançar 95 km/h como velocidade máxima.
- Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas