Os veículos movidos a hidrogênio estão ganhando espaço no cenário internacional como uma alternativa viável e sustentável aos sistemas tradicionais de combustível fóssil. No Brasil, por enquanto, esses carros ainda não são amplamente comercializados - o país ainda tem o desafio de fornecer infraestrutura para o desenvolvimento da mobilidade baseada em hidrogênio.
A produção de hidrogênio, especialmente o hidrogênio verde, é um aspecto crucial na viabilização desses veículos. O chamado hidrogênio verde é produzido através da eletrólise da água, onde a eletricidade necessária para separar o oxigênio do hidrogênio é proveniente de fontes renováveis, como solar e eólica. Esse método garante que o processo seja sustentável e não agrave problemas ambientais já existentes, como as emissões provenientes das usinas termoelétricas.
Como funciona?
Os carros movidos a hidrogênio utilizam duas principais tecnologias: células de combustível a hidrogênio e motores de combustão interna a hidrogênio. No primeiro caso, as células de combustível convertem a energia química do hidrogênio em energia elétrica. Isso é feito através de um processo que envolve a interação entre hidrogênio e oxigênio no ar, gerando água como subproduto.
Já no motor de combustão interna a hidrogênio, o hidrogênio é queimado diretamente no motor, substituindo combustíveis fósseis como gasolina e etanol. Essa tecnologia ainda está em fase de testes, mas demonstra potencial, principalmente para veículos de grande porte, como caminhões e ônibus, devido à sua capacidade de aproveitar 30% da energia disponível, valor comparável aos combustíveis fósseis.
Quais são as vantagens?
Os veículos movidos a hidrogênio oferecem uma série de benefícios ambientais e funcionais. Um dos principais atrativos é que a única emissão durante seu funcionamento é água, tornando-se altamente desejável em um momento em que a redução de poluentes é uma prioridade global. Além disso, esses veículos não exigem baterias pesadas e volumosas, permitindo uma maior eficiência e economia, especialmente em veículos pesados.
- Emissão zero de poluentes, já que a combustão do hidrogênio libera apenas água;
- Redução de peso em veículos maiores, eliminando a necessidade de baterias volumosas;
- Carga rápida em comparação com veículos elétricos tradicionais.
Desafios
Embora as vantagens sejam claras, a infraestrutura de abastecimento continua sendo um desafio significativo. O problema central está na distribuição do hidrogênio de forma segura e eficaz. Atualmente, existem duas maneiras principais de armazená-lo: em cilindros de baixa pressão ou em pó, que permite uma densidade maior e segurança aprimorada.
Para que os veículos movidos a hidrogênio se tornem uma realidade viável em larga escala, é necessário investir em infraestrutura de abastecimento descentralizada. Isso permitiria que o hidrogênio fosse acessível a todos os motoristas, um ponto crucial para a adoção massiva da tecnologia.
O Brasil está pronto para o hidrogênio verde?
Sendo um dos países com maior percentual de energia renovável do mundo, o Brasil tem uma vantagem notável no desenvolvimento do hidrogênio verde. O custo de produção de hidrogênio no país poderia ser substancialmente reduzido, tornando-o uma opção econômica e sustentável. No entanto, a falta de infraestrutura e investimentos em tecnologia de armazenamento e distribuição ainda representam obstáculos significativos a serem superados.
Apesar desses desafios, o potencial do hidrogênio verde no Brasil é promissor. Com as condições adequadas, carros movidos a hidrogênio poderiam complementar a frota nacional, auxiliando na transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente. Para isso, é essencial o desenvolvimento de políticas públicas que estimulem a pesquisa e o investimento no setor.
Acompanhe o VRUM também no Dailymotion e no YouTube!