Os radares de velocidade média estão em fase de testes no Brasil. Recentemente, a concessionária Eco050 instalou os dispositivos na BR-050, no trecho urbano de Uberaba (MG), apenas com a ideia de colher informações para eventuais mudanças no CTB. Na Europa, porém, os dispositivos funcionam há muito tempo e provocaram uma queda brusca no número de acidentes e vítimas fatais no trânsito. Como não poderia ser diferente, alguns motoristas europeus tentam driblar a fiscalização e até gravam dicas de como escapar das multas.
Na Itália, por exemplo, os radares de velocidade média, apelidados de "tutor", foram instalados nas principais rodovias do país em 2005, há exatamente duas décadas. Logo no primeiro ano após a introdução do sistema, a taxa de acidentes diminuiu 22%, enquanto o percentual de mortalidade foi reduzido em 50%.
Mesmo com os efeitos positivos, alguns condutores italianos reprovaram a medida e passaram a criar métodos para escapar da fiscalização. Um dos mais conhecidos e usados para enganar outros tipos de radares é a "placa que capota". Nele, o motorista consegue apertar um botão que esconde a placa do veículo. Veja abaixo.
Nas redes sociais, outros motoristas italianos também passaram a indicar um "pit-stop" durante as viagens mais longas. Desta forma, logo após passar pelo primeiro radar de fiscalização, os condutores param o carro em algum posto de gasolina ou loja de conveniência. Em seguida, eles continuavam com uma velocidade acima do permitido.
Além disso, na Itália, alguns aplicativos, como MyWay e Waze, mostram a velocidade média do veículo entre um radar e outro. Neste caso, porém, o motorista não consegue enganar por completo o sistema, já que precisa reduzir a velocidade de qualquer maneira até cruzar o segundo aparelho.
Para combater os infratores, o governo italiano passou a diminuir a distância entre os aparelhos. Recentemente, as autoridades locais também deixaram de diferenciar um radar de velocidade comum de um "tutor".
Como esses radares funcionam?
O radar de velocidade média já existe desde 1999, quando foi implementado no Reino Unido, mas só agora que está chegando ao Brasil. Por lá, as câmeras são de cores amarelas e as placas informam que os motoristas estão entrando em áreas de observação. Os radares lá são chamados de “yellow vultures" (urubus amarelos).
Neste sistema, são necessários pelo menos dois radares para a fiscalização, sendo o primeiro para registrar o motorista passando, independente da velocidade. Já o segundo, que poderá aplicar a multa, calcula quanto tempo o carro levou para percorrer os dois pontos, obtendo a velocidade média baseada na distância entre os radares. Dessa forma, é aplicada a penalidade caso o valor seja maior que a velocidade permitida.