Muito se fala sobre as vantagens ambientais dos carros elétricos, porém eles realmente poluem menos do que os movidos a gasolina? A resposta não é tão simples. Isso porque, enquanto um carro a combustão tem emissões contínuas ao longo da vida útil, um elétrico começa poluindo mais devido à produção das baterias, mas, com o tempo, compensa esse impacto inicial.
Quem divulgou esse estudo foi Canary Media que apontou que um carro elétrico, como um Tesla Model 3 fabricado nos Estados Unidos, a compensação ocorre por volta dos 41 mil quilômetros rodados, o equivalente a cerca de 25.500 milhas.
Ou seja, um motorista que percorre cerca de 20 mil km por ano levaria dois anos para tornar seu carro elétrico mais ecológico do que um a gasolina.
Isso acontece porque a produção de um carro elétrico emite mais CO2 do que a fabricação de um carro a combustão. A mineração de lítio e outros materiais necessários para as baterias contribuem para isso.
No entanto, como os carros elétricos não queimam combustível para rodar, suas emissões diárias são muito menores – chegando a quase zero quando recarregados com energia de fontes renováveis, como solar e eólica.
Segundo dados da Low Carbon Vehicle Partnership, um carro movido a gasolina emite cerca de 26 toneladas de CO2 ao longo de sua vida útil, sendo que 20% desse valor vem da produção e o restante da queima de combustível.
Já um veículo elétrico tem emissões vitalícias menores, cerca de 19 toneladas, mas 46% desse total ocorre antes mesmo de ele sair da fábrica.
Quer dizer que, inicialmente, um veículo elétrico tem impacto ambiental maior, mas à medida que roda sem emitir gases poluentes, ele compensa esse efeito e se torna a opção mais sustentável a longo prazo.
Outra razão que pode acelerar a compensação de CO2 dos carros elétricos é a forma como a eletricidade usada no carregamento é gerada. Em estados como a Califórnia, por exemplo, onde grande parte da energia vem de fontes limpas, carregar o carro durante o dia – quando há maior geração solar – pode diminuir suas emissões em até 50% em comparação com o carregamento noturno.
Além disso, montadoras como Ford e Hyundai já adotam planos para que suas fábricas operem 100% com energia renovável nos próximos anos, reduzindo ainda mais o impacto ambiental dos elétricos.
Isso conclui que se a preocupação for com a emissão de poluentes ao longo da vida útil do veículo, os elétricos são, sim, a melhor escolha. Porém, o impacto ambiental da produção das baterias ainda é bem alto e para isso melhorar depende de avanços na mineração sustentável e no reaproveitamento de materiais.
O VRUM testou vários modelos híbridos e elétricos. Confira no canal do YouTube