Você provavelmente já se perguntou por que determinados carros são convertidos para viaturas policiais. Atualmente, diversos municípios utilizam SUVs na sua frota de viaturas, mas o que as autoridades consideram na hora de comprar novos carros? Será que é a potência? Ou é o espaço do porta-malas?

Buscando responder estas respostas, a reportagem do Vrum entrou em contato com as autoridades de segurança de alguns estados para entender como acontecia esse processo.

Viaturas são determinadas por licitação

Segundo a Tenente Coronel Orlinda Claudia Rosa de Moraes, Coordenadora de Comunicação Social da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro, afirmou por meio de nota oficial que as viaturas da PM do Rio de Janeiro são adquiridas em processo licitatório:

“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que as viaturas da corporação são adquiridas através de processo licitatório, que transcorre dentro do previsto na legislação vigente. Para esse certame, são definidas características técnicas as quais os veículos devem atender, independentemente do fabricante. Não há parcerias que transcendam esse processo, que transcorre de maneira transparente e em livre concorrência”, afirmou a nota da PMERJ.

Em novembro de 2023, a Polícia Militar recebeu 178 unidades do Renault Duster, 20 Toyota SW4 e mais 20 Ford Ranger. No passado, a frota fluminense já chegou a contar com Nissan Versa, Toyota Corolla, Ford Ka, Volkswagen Voyage, Toyota Hilux, Mitsubishi L200.

No ano passado, o governador Cláudio Castro (PL), foi alvo de piadas nas redes sociais por mostrar as novas viaturas descaracterizadas que estariam à disposição das autoridades. Na ocasião, 38 unidades do Nissan Kicks foram adicionadas à frota.

Em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) também utiliza o processo licitatório para definir quais serão as novas viaturas, uma vez que a necessidade existe.

"No caso da Polícia Civil, a escolha dos veículos ocorre por meio de procedimentos licitatórios, nos quais a administração pública define as especificações técnicas necessárias para os diferentes tipos de viaturas – como hatch, sedan, caminhonete, mini SUV e SUV. As montadoras participantes devem atender a requisitos específicos, como torque, potência, entre-eixos e capacidade do porta-malas."

A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) também adquire viaturas por licitação, conforme as necessidades do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML).
Em São Paulo, a Polícia Militar apresentou 63 novas viaturas em 2024, todas baseadas no Toyota Corolla Cross. A frota de SP conta ainda com Hyundai Creta, Chevrolet Trailblazer, Toyota SW4 e Corolla sedã, Chevrolet Spin, Renault Duster, entre outros.

Como cada veículo é alocado?

Conforme já explicado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, existem diferentes tipos de viaturas, que demandam diferentes tipos de carroceria.

No Rio de Janeiro, a distribuição das viaturas é determinada pelas necessidades operacionais e logísticas. “Modelos pick-up e SUV, por exemplo, são utilizados em sua maioria por equipes dos Grupamentos de Ações Táticas (GATs) e do Patrulhamento Tático Móvel (PATAMO), diante das peculiaridades de seu serviço.”

Utilitários também são bem utilizados pelo policiamento em zonas de mata, serra e no litoral, afinal, o uso da tração 4x4 pode ser necessário para enfrentar lama ou areia. Grupos especializados em rondas escolares, por exemplo, ainda usam carros de passeio, e não SUVs.

Quanto tempo uma viatura da polícia fica em serviço?

Segundo a Polícia Militar do Rio, as viaturas passam, em média, três anos prestando serviço, entretanto, alguns exemplares podem ter sua vida útil ampliada, desde que cumpram as capacidades técnicas necessárias para o uso nas ruas.

Já em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que as viaturas da Polícia Militar são utilizadas até não apresentarem mais condições de uso e a manutenção exceder o limite de gastos permitido.

Geralmente, quando o custo para a manutenção do veículo é de 60% do valor de mercado, ele é desativado. Esses veículos excluídos das frotas de polícia são encaminhados para leilão.

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