O Toyota Corolla Cross chegou em março de 2021 carregando o peso do nome famoso para conquistar o mercado dos SUVs médios, e deu certo, hoje, e em 2024, pela primeira vez, ele vendeu mais que o sedã que o inspirou e está no mercado brasileiro desde 1992 . Porém, mesmo com o facelift, no mercado de usados, o Corolla Cross é uma boa opção?
Em abril de 2024, o modelo ganhou um facelift, com grade nova, freio eletrônico com Auto Hold e piloto adaptativo stop and go, entre outros retoques. Com preços variando entre R$ 120 mil e R$ 140 mil na Fipe, dependendo do ano e versão, o Corolla Cross seminovo pode ser uma opção para quem quer um SUV confiável sem estourar o bolso.
O Corolla Cross nasceu para preencher uma lacuna que a Toyota tinha desde 2015, quando o Honda HR-V mostrou que os clientes queriam um SUV médio da marca japonesa. Lançado em março de 2021, o modelo trouxe quatro versões iniciais — XR, XRE, XRV Hybrid e XRX Hybrid —, e em 2022 ganhou a GR-Sport, com visual esportivo da Gazoo Racing.
A plataforma é a mesma do Corolla sedã, a TNGA, mas com um toque crossover que caiu no gosto do público. Em 2022, emplacou 42.459 unidades (Fenabrave), ficando a apenas 393 carros do sedã; em janeiro de 2023, o Cross comercializou 851 a menos que o Corolla sedã. Porém em 2024, o SUV passou o sedã em vendas com 47.802 contra 37.671 do Corolla (diferença de 10.131 carros).
No mercado de usados, dá pra achar um XR 2022 por cerca de R$ 126.519 na Fipe, enquanto um XRE 2022 ou até um híbrido XRV 2022 chegam perto dos R$ 135 mil a R$ 140 mil, dependendo do estado e quilometragem.
Na motorização, o SUV tem duas caras. As versões a combustão, com o 2.0 flex de injeção direta, entregam 169 cv (gasolina) ou 177 cv (etanol), com um CVT que simula dez marchas que dá conta na cidade, mas só acorda nas retomadas acima de 4.000 rpm. Já as híbridas, com o 1.8 flex e dois motores elétricos, somam 122 cv, bem mais fracos,, com arrancadas lentas e só 2 km no modo elétrico, mas compensam no consumo: 17,8 km/l na cidade (gasolina) e 11,8 km/l (etanol), segundo o Inmetro, contra 11,7 km/l e 8,2 km/l das flex.
O porta-malas de 440 litros perde pro sedã (470 l), mas é decente pro segmento. O facelift de 2024 trouxe rodas novas e um pacote Toyota Safety Sense em toda a linha, com piloto adaptativo stop and go, frenagem autônoma e assistente de faixa.
Dirigir o Corolla Cross é quase como estar no sedã, mas com altura extra. A suspensão traseira, embora seja eixo de torção, segura bem os pisos variados, mas não filtra buracos como o multilink do Corolla tradicional, e nas curvas a carroceria dobra um pouco mais — nada que assuste.
A direção é precisa, e em velocidade alta ele segue estável. Só que o conforto tem seus poréns: o isolamento acústico deixa o motor invadir a cabine em giros altos, e o acabamento interno, apesar da boa posição de dirigir, usa plásticos simples demais pra um SUV médio — o Jeep Compass, líder da categoria, leva vantagem aí.
O Corolla Cross usado também carrega algumas polêmicas do passado. O escapamento exposto, apelidado de “marmita”, que permanece, irritou donos até a Toyota pintar metade dele de preto — solução meia-boca que virou meme, mas o pessoal esquece que diversos carros também possuem e não tem essa fama.
A central multimídia, outro calo, sofreu com a crise dos semicondutores: muitos vieram com modelos acessórios da Multilaser, cheios de travamentos e reclamações no Reclame Aqui O GPS é normal bugar com o Apple CarPlay e Android Auto sem fio para os modelo 2023 e com fio para 2022 abaixo.
Acabamento barulhento e desgaste nos bancos também aparecem nas queixas. Mas a manutenção não é tão cara e têm preços razoáveis para a categoria. Se você quer um SUV médio confiável, o Corolla Cross usado, mesmo pré-facelift, ainda entrega o que promete — só não espere luxo de sobra.
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