O incêndio em um Volvo XC60 num condomínio de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, chamou atenção dos donos de carros eletrificados. Apesar do risco de incêndio em carros elétricos ser 60 vezes menor do que em veículos convencionais, algumas medidas de prevenção precisam ser adotadas no momento da recarga. Para abordar o tema, o Portal Vrum entrevistou Thiago Castilha, diretor da E-Wolf, empresa de carregadores para EVs.
Segundo o especialista, seja em casa ou condomínio residencial, a recarga dos eletrificados deve seguir os procedimentos de segurança exigidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "Sendo assim, a recomendação para quem deseja instalar um ponto de recarga é optar por carregadores com inteligência, visto que eles possibilitam um monitoramento, inclusive de alerta, em caso de qualquer anormalidade", disse Castilha.
O diretor da E-Wolf cita algumas opções à disposição no mercado. "Em relação aos carregadores mais utilizados, o portátil é o mais escolhido pela praticidade e economia, mas seu uso deveria ser somente emergencial, quando o condutor está na rua e sem ponto de recarga próximo. Em segundo lugar, vem os carregadores residenciais, que são instalados na parede das casas ou vagas de garagem em condomínios (Wallbox, por exemplo) – e são os recomendados no dia a dia. Por último, está o carregador comercial, que é de uso rápido e pode ser encontrado em postos ou estabelecimentos", continuou.
"Gambiarras" e risco de explosão
Para Castilha, alguns proprietários de carros eletrificados cometem o erro de economizar na infraestrutura residencial, recorrendo às alternativas mais perigosas, que podem causar danos ao automóvel e choques elétricos.
"Os carregadores - apesar de terem a mesma potência de um chuveiro -, dependendo do tipo, são usados de forma contínua e prolongada, por mais de 8 horas. Por isso, é importante o uso de equipamentos e profissionais adequados para a instalação dos pontos de recarga. Mesmo em uma residência, instalar um carregador elétrico exige um profissional capacitado que tenha formação e especialização em Mobilidade Elétrica, capaz de emitir uma ART que vai certificar que o que está sendo instalado está dentro das normas da ABNT, responsável por reger todo o procedimento", declarou.
"O equipamento precisa ter as certificações adequadas e a infraestrutura precisa ser feita por uma equipe técnica, com engenheiro elétrico. Em prédios antigos, normalmente é necessária adequação na rede elétrica. Já em condomínios mais novos, a instalação costuma ser mais simples, pois o projeto inicial contempla a eletromobilidade como uma opção para os condôminos", finalizou o especialista.
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