A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) emitiu um comunicado, nesta quarta-feira (5), criticando a BYD por importar mais 5,5 mil carros - os automóveis foram transportados pelo navio Explorer 01 e desembarcaram porto de Aracruz, no Espírito Santo. Em nota, a entidade voltou a cobrar o governo federal por um aumento de impostos para veículos híbridos e elétricos.
“Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos EUA e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa”, diz.
No comunicado, a Anfavea destaca que ainda há 40 mil carros importados em estoque no Brasil. Em julho, os impostos de importação para veículos elétricos vão subir de 18% para 25%. No caso dos híbridos, o aumento será 25% para 30%, enquanto os híbridos plug-in sairão de 20% para 28%. A Anfavea, entretanto, defende que a cobrança seja de 35%.
"Essa alíquota vem se mostrando insuficiente para evitar uma importação sem precedentes no Brasil. No ano passado, mais de 120 mil veículos, com origem chinesa, por exemplo, foram vendidos em nosso país, um volume três vezes maior do que em 2023, isso sem considerar os cerca de 55 mil veículos que viraram o ano em estoque", diz a Anfavea.
No texto, a associação diz que a indústria que gera aproximadamente 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos está "sob forte ameaça". A Anfavea ressalta, ainda, que o setor está em recuperação após a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.
BYD se defende
Em resposta, a BYD reforçou o seu compromisso com a reindustrialização do setor automotivo no Brasil, alegando que a fábrica de Camaçari (Bahia) criará mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. Segundo a montadora chinesa, o estoque será utilizado para abastecer o mercado nacional até o início da produção local, marcada para o segundo semestre de 2025.
"A expansão da empresa no Brasil inclui não apenas a fabricação de veículos, mas também um robusto plano de desenvolvimento tecnológico e sustentável, alinhado às diretrizes do Programa MOVER e ao compromisso com a transição energética do setor automotivo", diz a fabricante asiática no comunicado.
"A BYD acredita que um ambiente regulatório equilibrado e previsível é fundamental para garantir a competitividade e a inovação no setor, permitindo que novas tecnologias e soluções sustentáveis cheguem aos consumidores brasileiros. A eletrificação da frota é uma tendência global e o Brasil tem a oportunidade de ser exemplo e se consolidar como um polo estratégico para a produção e comercialização de veículos eletrificados", finaliza.
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