Com a pressão das montadoras chinesas e o crescimento dos SUVs no mundo, as fabricantes alemãs estão mais do que nunca priorizando a lucratividade por conta da demanda dos consumidores. Atrás disso, a Mercedes-Benz confirmou o fim do Classe A, hatch de entrada lançado em 1997, que sai de linha junto com o Classe A Sedan e a minivan Classe B, dando espaço ao novo “Classe g mini”
Essa decisão da Mercedes mostra a mudança clara no mercado automotivo global. Os SUVs dominam as vendas em regiões como China, Estados Unidos e principalmente no Brasil, enquanto os hatches compactos, como a Classe A, perdem espaço.
Na Europa, os hatches ainda têm um público fiel, mas a preferência global por utilitários esportivos força as marcas a reverem o portfólio. No Brasil, o Classe A, que o VRUM já testou na versão AMG (A45 S), que custa R$ 604.900, enquanto a opção de entrada, AMG Line, não sai por menos de R$ 344.900, não irá resistir à nova estratégia da montadora. Quem confirmou a saída de linha foi Markus Schäfer, diretor de tecnologia da empresa, durante o lançamento da nova geração do CLA.
Schäfer detalhou os motivos da decisão. “Precisamos de modelos que funcionem em todo o mundo, incluindo China e EUA (maiores mercados): sei que o hatchback é o favorito na Europa, mas não fazia parte dos planos e tivemos que fazer escolhas, mesmo que difíceis”, declarou ao site italiano Quattroruote.
Além do hatch, a Mercedes também encerra a produção do Classe A Sedan e da minivan Classe B, que já não atendiam às expectativas de vendas globais. Nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, a Classe A deixou o mercado em 2022, devido à baixa procura, enquanto na Europa o modelo ainda resistia até agora.
A Classe A surgiu em 1997 como o carro mais acessível da Mercedes-Benz, projetado para ser um compacto de entrada. Na época, a primeira geração, com design de monovolume, teve críticas – como o famoso “teste do alce”, que revelou problemas de estabilidade, mas evoluiu ao longo das décadas.
A geração atual, lançada em 2018, trouxe um visual moderno e tecnologia avançada, com o sistema MBUX e acabamento premium, mas o preço subiu bastante.
No Brasil, o hatch se posicionava como porta de entrada da marca, abaixo de modelos como o GLA e o CLA. Agora, com o fim da produção, a classe C deverá ser o modelo mais acessível da Mercedes no país.
Além disso, a Mercedes prepara o “Classe g mini”, um SUV compacto que será uma versão menor do icônico Classe G. Schäfer explicou que o modelo não usará a arquitetura MMA do novo CLA, já que a plataforma não oferece aptidão off-road.
“O bebê G não nascerá no MMA. Porque se tivéssemos usado a nova plataforma não teríamos conseguido garantir a ele as capacidades off-road que um Classe G deve ter. Usamos os módulos disponíveis ao máximo das possibilidades de compartilhamento, dos grupos motopropulsores ao software, mas para o bebê G faremos uma base específica: o MMA não nos permitiria montar as rodas do diâmetro necessário para um modelo desse tipo, nem dar a ele a distância necessária ao solo”, afirmou.
O Classe g mini terá uma plataforma própria, projetada para atender a essa proposta, e deve chegar ao mercado em 2026. A ideia é posicioná-lo como o novo ponto de entrada da marca, atraindo clientes que buscam um SUV premium com pegada aventureira, mas em um tamanho mais compacto.
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