Comprar um carro usado exige cuidado redobrado. Alguns modelos, mesmo que sejam atraentes pelo preço, carregam defeitos que dão custos altos e muita frustração. Nós, do VRUM, montamos uma lista com 10 carros que você deve evitar no mercado de seminovos se não quiser dor de cabeça.
1. Jeep Compass e Renegade até 2019
Jeep Renegade e Compass, fabricados até 2019, enfrentaram problemas no câmbio automático AT6 (Aisin TF-72 SC). Os donos relatam engates bruscos, trepidações, vazamentos e superaquecimento. O trocador de calor, que resfriava a transmissão, causava mistura de óleo com água de arrefecimento, levando a desgaste precoce.
O Renegade com motor 1.8 aspirado e o Compass com motor 2.0 aspirado sofriam mais, e, apesar de melhorias nos modelos a partir de 2022 com motor 1.3 turbo, os mais antigos ainda assustam quem busca um SUV confiável.
2. Chevrolet Captiva
O Chevrolet Captiva, fabricado entre 2008 e 2017, é uma cilada que pode enganar pelo visual robusto e preço acessível, mas esconde defeitos graves, especialmente nas versões com motor V6 3.6. O câmbio automático apresenta falhas crônicas, como engates bruscos e demora nas trocas de marcha.
O sistema planetário sofre com a quebra do conjunto interno devido ao rompimento do disco-mola, o que danifica as engrenagens e pode levar à falha total da transmissão. O módulo eletrônico também falha com frequência, agravando os problemas do câmbio. Além disso, o reservatório do fluido de direção hidráulica acumula resíduos de borracha, que entopem e danificam a bomba do sistema.
O motor V6, compartilhado com o Ford Fusion V6, sofre com os mesmos defeitos no câmbio, o que faz as versões V6 do Captiva desvalorizarem mais que as de quatro cilindros.
3. Ford Fiesta, Focus e EcoSport com câmbio Powershift
O câmbio Powershift da Ford é um dos mais temidos. Usado entre 2013 e 2017 em Fiesta, Focus e EcoSport, esse câmbio automatizado de dupla embreagem a seco e seis marchas apresentou falhas graves. Os donos enfrentavam trepidações, ruídos, vazamentos de óleo, perda de rendimento e travamento de marchas.
O superaquecimento, causado pelo desgaste dos retentores que deixavam o óleo contaminar a embreagem, era outro problema comum. Esses modelos sofreram forte desvalorização no mercado de usados, e a dica é simples: passe longe.
4. Peugeot 206
O Peugeot 206, produzido entre 1998 e 2012, também entra na lista. A suspensão nunca se adaptou às ruas brasileiras, com bieletas, buchas e bandejas que se desgastavam rápido. O motor 1.4 apresentava falhas na junta do cabeçote, e o modelo dividia plataforma com o Citroën C3 de primeira geração, que herdava os mesmos defeitos.
A má fama do 206 marcou a Peugeot no Brasil, mesmo que a marca tenha evoluído muito após a fusão com FCA e PSA, formando a Stellantis. Mesmo assim, o hatch ainda é visto com desconfiança no mercado de usados.
5. Volkswagen com motores EA111
O motor EA111 da Volkswagen, usado em Gol, Fox e Polo entre o final dos anos 1990 e 2023, também exige atenção. Esse motor, projetado pela Audi, tinha vazamentos de óleo na junta do cárter, retentores do virabrequim e selos de válvulas.
O problema reduzia o nível de óleo, aumentava o consumo e podia danificar o motor. O EA111 saiu de linha por não atender às normas do Proconve L8, mas os modelos equipados com ele ainda circulam no mercado de usados. Antes de comprar, inspecione o sistema de lubrificação com cuidado.
Mesmo que o vazamento de óleo não seja um problema tão catastrófico quanto outros, ele coloca esses carros na lista de modelos que merecem atenção redobrada no mercado de usados.
6. Volkswagen e Audi com câmbio DSG
O câmbio DSG de sete marchas e dupla embreagem a seco, usado por Volkswagen e Audi entre 2011 e 2015. Modelos como Golf, Jetta, Passat, Fusca, Audi A1 e A3 sofriam com vibrações, ruídos e falhas na mecatrônica, que rompiam as paredes internas por pressão excessiva.
A falta de banho de óleo agravava o desgaste, e o asfalto brasileiro, diferente do europeu, piorava a situação. A Volkswagen fez um recall para Golf MK7, Jetta e Audi A3 com motores 1.4 e 1.8 turbo, mas a desvalorização desses carros no mercado de usados persiste.
7. Fiat Marea
Esse é famoso: o Fiat Marea, fabricado entre 1998 e 2007, ficou conhecido como “bomba” no Brasil. O motor 2.0 de cinco cilindros sofria com superaquecimento e quebras frequentes da correia dentada, que podiam destruir o motor.
O câmbio automático de quatro marchas também apresentava trocas imprecisas e falhas constantes. O Marea ganhou fama de problemático, e até hoje é motivo de piada entre os consumidores, e por isso é uma escolha arriscada no mercado de usados.
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