Quem nunca ouviu um mecânico ou amigo falar algo como “dar uma chupeta na bateria” ou “esse cara é um bração” e ficou sem entender nada? No mundo automotivo, algumas expressões são bem curiosas e têm significados que vão além do óbvio.
Se você já ficou perdido ouvindo alguém falar sobre carros, não se preocupe: eu também já passei por isso. Quando comecei a gostar desse mundo, ouvia termos como “fritada”, “chupeta” ou “piloto de fuga” e ficava com cara de interrogação.
Mas, com o tempo, vamos descobrindo que essas expressões são parte da cultura automotiva e têm histórias bem interessantes por trás. Algumas são gírias de pista, outras vieram do dia a dia dos motoristas.
1. Chupeta

No mundo dos carros, “dar uma chupeta” não tem nada a ver com o objeto que bebês usam. É o nome popular para a técnica de transferir carga de uma bateria carregada para outra que está descarregada, ou seja, quando seu carro não liga porque a bateria “arriou”. Você conecta os cabos (um vermelho no polo positivo e um preto no negativo) entre as baterias de dois carros, e a bateria sem carga “chupa” energia da outra para voltar a funcionar.
Mas cuidado: as montadoras não recomendam muito esse método, porque, se feito errado, pode causar picos de corrente e até danificar o sistema elétrico.
2. Braço (ou bração)

Essa é uma gíria usada para falar sobre a habilidade de um motorista ou piloto. Se alguém diz que você “tem braço”, é um elogio: significa que você dirige muito bem, com precisão e controle, especialmente em situações difíceis, como curvas fechadas ou alta velocidade.
Agora, se te chamarem de “bração”,aí é ruim — quer dizer: você não tem habilidade nenhuma e dirige mal. Normal entre amigos um para brincar com outro. E aí, você é qual?
3. Piloto de fuga

Sabe aquele motorista que parece estar sempre fugindo de alguma coisa? “Piloto de fuga” é uma expressão usada para dizer quem dirige de forma muito agressiva ou arriscada, como se estivesse em uma perseguição de filme.
Geralmente, é alguém que acelera demais, faz ultrapassagens perigosas ou ignora as regras de trânsito. O termo vem do automobilismo, onde “área de fuga” é a parte da pista para onde o piloto vai se perder o controle, mas no dia a dia é mais uma brincadeira para falar de quem dirige como se estivesse “fugindo da polícia”.
4. Fritada
Essa é comum entre quem gosta de velocidade. “Fritada” acontece quando o piloto ou motorista freia com tanta força que as rodas travam, fazendo os pneus travarem (no caso sem ABS) e deslizarem, soltando fumaça – como se estivessem “fritando”.
É um termo muito usado no automobilismo, como na Fórmula 1, onde os pilotos às vezes fazem uma fritada, principalmente na entrada dos boxes. No dia a dia, pode acontecer se você pisar no freio com tudo, no caso sem o ABS (ou com ele desligado), mas cuidado: isso desgasta os pneus rapidinho. E não é tão bonito como o debaixo — quem faz isso pode até se chamar de “bração”.
5. Cavalo de pau

Se você já viu um carro girar 180 graus e ficar de lado, isso é um “cavalo de pau”. A expressão descreve uma derrapagem forte, normalmente causada por uma manobra errada ou por perder o controle em alta velocidade — e isso fica lindo.
O nome vem da ideia de um cavalo empinando e girando, e é bem comum em rachas ou situações em que o motorista exagera na dose. No automobilismo, pode acontecer em pistas molhadas, mas os pilotos tentam evitar a todo custo, porque é perigoso e faz perder tempo.
6. Dar um Tapa no Carro
Essa é uma gíria para quem gosta de personalizar o carro. “Dar um tapa” significa fazer uma reforma ou melhoria, que pode ser estética, como uma pintura nova ou rodas maiores, ou mecânica, como turbinar o motor.
É comum entre quem curte tuning ou quer deixar o carro com a sua cara. “Dei um tapa no meu carro e agora ele tá com suspensão rebaixada e som estralando”, é o tipo de frase que você ouve de quem está orgulhoso do resultado.
7. Traseirada (ou fugir de traseira)

Essa expressão é usada quando a traseira do carro perde aderência e começa a deslizar, geralmente em uma curva. No automobilismo, os pilotos dizem que o carro “fugiu de traseira” quando sentem que a parte de trás não está respondendo ao comando do volante ou à aceleração.
Isso pode acontecer por causa de pista molhada, pneus gastos ou uma manobra brusca. No dia a dia, é comum em situações como uma aquaplanagem, e necessita cuidado para corrigir a direção e evitar um acidente.
8. Curva cega
No automobilismo, uma “curva cega” é aquela em que o piloto consegue ver o começo, mas não o final, o que torna o contorno mais difícil. Um exemplo famoso é a curva Laranjinha, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
O termo também é usado por motoristas no dia a dia para descrever curvas em estradas onde você não enxerga o que vem pela frente, como na descida do litoral paulista, por exemplo, na Anchieta, como um carro no sentido contrário. Nessas situações, o jeito é reduzir a velocidade e ficar bem atento.
9. Cantar pneu
“Cantar pneu” é quando o motorista pisa forte no acelerador e no pedal do freio e os pneus giram em falso, fazendo um barulho agudo – o famoso “cantar”. Geralmente acontece em arrancadas ou quando o asfalto está molhado. Mas para fazer bonito o carro precisa de bastante potência.
É uma cena comum em rachas ou até em semáforos, quando alguém quer mostrar a potência do carro. Mas claro, além de desgastar os pneus, pode ser perigoso se você perder o controle. “Ele acelerou tanto que os pneus cantaram na saída”, é algo que você pode ouvir por aí.
10. Dar uma esticada
Essa é para quem gosta de sentir a potência do carro. “Dar uma esticada” significa acelerar até uma rotação alta, normalmente para testar o desempenho ou só curtir a adrenalina. É comum ouvir isso em conversas sobre estradas ou rachas, como “dei uma esticada na reta pra ver como o motor estava”.
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