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COMBUSTÍVEL

Gasolina aditivada: veja os benefícios e os riscos

Produto vem com substâncias que aumentam o poder antidetonante do combustível, mas pode não ser recomendado em alguns casos

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Bomba de combustíveis com bicos de etanol, gasolina comum e aditivada
Bomba de combustíveis com bicos de etanol, gasolina comum e aditivada Foto: Divulgação

A gasolina aditivada é vendida nos postos com a promessa de melhorar o desempenho dos veículos e oferecer uma experiência de condução mais limpa. Isto porque, na teoria, ela vem com substâncias que aumentam o poder antidetonante do combustível, trabalhando para a limpeza dos resíduos que ficam no motor após a queima. Mas será que vale a pena abastecer com a gasolina aditivada? 

O engenheiro e colunista Boris Feldman, do Portal Vrum, alerta para os motoristas não pedirem para abastecer com gasolina aditivada nos postos. Segundo o especialista, o condutor está se arriscando ao colocar um produto que não recebe fiscalização. 

"Quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai fiscalizar a gasolina, não se preocupa com o aditivo. Ou seja, se tem aditivo ou não, ou se ele cumpre mesmo as funções anunciadas, é uma incógnita. Por isso eu disse que a gasolina aditivada do posto nem sempre é uma boa", diz Feldman. 

Agente da ANP fazendo a vistoria da gasolina em um posto de combustível
Agente da ANP fazendo a vistoria da gasolina em um posto de combustível Foto: Reprodução: ANP

Para o colunista, o recomendado é comprar o aditivo e acrescentar à gasolina comum. "Às vezes, na hora de aditivar a gasolina, ao invés de colocar um litro de aditivo para 10 mil litros do combustível, a pessoa adicionou apenas 100ml. Esse aditivo não adianta", afirma. "Daí a recomendação para que você mesmo coloque o aditivo na gasolina comum", acrescenta. 

O engenheiro Erwin Franieck, diretor presidente do Instituto SAE4Mobility, por sua vez, afirma que a gasolina aditivada melhora o consumo de combustível em 10%. Ainda assim, o motorista também paga a mais por isso.

Bico de bomba de gasolina abastecendo o tanque de um carro prata em posto de combustível; Diesel e gasolina ficaram mais caros após reajuste da Petrobras
Bico de bomba de gasolina abastecendo o tanque de um carro prata em posto de combustível Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

"Quando escolhe entre o combustível aditivado e o normal há uma diferença de preço que vem justificada pelo aditivo. Uma das suas propriedades é a melhora do poder antidetonante, determinado pela octanagem. Hoje em dia, a maioria dos carros brasileiros têm motores flex, que se dão melhor com combustível de octanagem mais alta. Na prática, têm um rendimento maior com a gasolina aditivada", disse, em entrevista ao UOL. 

Portanto, para decidir se a gasolina aditivada é a melhor opção, é necessário analisar a sua procedência e o preço. "Procure usar os aditivos de marcas tradicionais e conhecidas no mercado. A Ipiranga, por exemplo, comercializa o DT Clean, que é um aditivo de gasolina. Quem produz? A Innospec, que vende o mesmo aditivo com outro nome: ProD+. Esses, por exemplo, sabemos qual a origem e dá para recomendar", afirma Feldman.

Quanto aos valores, em abril de 2025, a ANP registrou que o preço médio da gasolina comum no Brasil era de R$ 5,51, enquanto a gasolina aditivada custava R$ 5,68. Embora a diferença de preço possa parecer pequena, ela se acumula ao longo do tempo, especialmente para motoristas que percorrem longas distâncias regularmente.