Na última semana, a BWM anunciou um novo plano de assinatura para que os donos dos carros possam ter bancos aquecidos. O serviço custa US$ 18 mensais (o equivalente a R$ 99) e já está disponível para os carros da marca na Coreia do Sul. Uma comunidade de hackers que desbloqueia há anos os itens da BMW anunciaram à revista americana Vice que ajudarão os proprietários a burlar o sistema.
Historicamente, os carros da fabricante alemã vêm com vários recursos oferecidos como parte de pacotes, ou aprimoramentos, que o comprador seleciona quando compra o carro. Antigamente, esses upgrades eram físicos, como assentos revestidos em couro, potência adicional ou teto solar.
Mas, cada vez mais, eles são recursos habilitados por software, como faróis automáticos e controle de cruzeiro adaptativo. A criação de recursos bloqueados por software faz com que todas as versões de um carro tenham o recurso, mas somente o cliente que pagar a mais poderá utilizá-lo.
Para o sistema funcionar é preciso que o usuário faça a assinatura por meio do site BMW ConnectedDrive Store, que já era usado como loja de aplicativos. Agora, os recursos adicionais também estão sendo vendidos por meio do portal. Além da versão mensal, ainda se pode optar por assinar o plano anual ou trienal.
Vai virar moda
As montadoras parecem ter descoberto que podem ganhar mais dinheiro fazendo as pessoas pagarem duas vezes pelos recursos habilitados por software. Na primeira vez, os clientes pagam quando compram o carro, e na segunda vez pela assinatura para que a funcionalidade seja desbloqueada.
Com a conectividade à Internet sendo cada vez mais comum nos carros, as montadoras enxergam cada vez mais a venda de atualizações de software como parte de seu modelo de negócios. A Stellantis, empresa controladora da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, informou, recentemente, aos acionistas durante a apresentação do “Software Day” que espera gerar US$ 22,5 bilhões apenas com a venda de software e assinaturas.
No mercado de veículos elétricos também não é diferente. A Tesla já oferece alguns recursos por meio de atualização de software, como, por exemplo, o controverso pacote de piloto automático, que custa mais de US$ 12 mil para desbloquear.
Serviços por assinatura da BMW já foram alvo de reclamações
A BMW é indiscutivelmente a montadora mais adepta ao sistema de mensalidades. Em 2019, a empresa irritou seus clientes ao anunciar que cobraria US$ 80 anuais para usar o Apple CarPlay, um recurso de mídia que é oferecido gratuitamente em inúmeros veículos e é considerado essencial por uma grande parte do público.
A BMW voltou atrás após a enxurrada de críticas, mas obviamente não desistiu do modelo “Software as a Service”. Nos últimos anos, os proprietários de veículos BMW na Europa tiveram que pagar taxas extras para habilitar recursos como o farol alto inteligente e também o controle de cruzeiro adaptativo.
No mercado paralelo, as assinaturas já são alvo marcado: o sistema da BMW é há anos alvo de hackers. O mercado clandestino já é capaz de invadir o firmware dos veículos para gerar certificados falsos e habilitar recursos pagos. À revista Vice, dos EUA, um grupo de hackers promete desbloquear a função por valores mais acessíveis.