Carros antigos emitem bem mais CO2 que os novos, certo? Afinal, eles não têm sistemas para reduzir os níveis de emissões de poluentes, como injeção direta e catalisadores. Bem, depende do critério: em uma comparação direta, a resposta é sim. Porém, dependendo do critério utilizado, o resultado pode ser um "não".
É o que mostra uma pesquisa realizada pela seguradora Footman James, especializada em carros antigos e sediada na Inglaterra. O "pulo do gato" é que esse estudo leva em consideração o tempo de uso: é que um modelo clássico roda, em média, menos de 2.000 km por ano no país. Desse modo, durante tal período, ele emite 563 kg de CO2 na atmosfera terrestre.
Por outro lado, um veículo atual geralmente é utilizado todos os dias e, consequentemente, roda muito mais durante o ano. Ademais, o próprio processo de produção de um automóvel também libera gases poluentes. Assim, antes mesmo de sair da loja, um carro médio zero-quilômetro com motor a combustão já teria emitido 6,8 toneladas de CO2.
O estudo também lembra que o processo de fabricação de um carro elétrico é ainda mais poluente que o dos similares a combustão. Desse modo, um veículo com mecânica "verde" responde pela emissão de 26 toneladas de CO2 somente para ganhar forma na linha de produção.
Por sua vez, um veículo clássico demoraria nada menos que 46 anos para atingir os mesmos níveis de emissões de CO2 que um carro elétrico no primeiro ano de uso. A pesquisa aponta ainda que dois terços dos proprietários de carros antigos se preocupam com as mudanças climáticas.
Carros antigos são vilões ou mocinhos?
Porém, a pesquisa não leva em conta algumas questões. Primeiramente, não faz estimativas de níveis de emissões para carros antigos utilizados com frequência. Ademais, não considera que, para rodar pouco com um modelo clássico, o proprietário terá que utilizar outro meio de transporte nos deslocamentos diários, como um veículo mais novo.
Fabricantes já contaram "mentirinhas" sobre os níveis de emissões de carros: assista ao vídeo e relembre!