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Combustível sintético da Porsche já é produzido no Chile

Etanol obtido por meio de eletrólise promete ser paliativo enquanto os carros elétricos ainda não são predominantes

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Fábrica de combustível sintético da Porsche já está em operação no Sul do Chile
Fábrica de combustível sintético da Porsche já está em operação no Sul do Chile Foto: Fábrica de combustível sintético da Porsche já está em operação no Sul do Chile

Combustível sintético até parece coisa de ficção científica, mas, aos poucos, está se tornando realidade. Neste mês, a Porsche iniciou a produção de um eFuel em Punta Arenas, no Chile. O objetivo da empresa é de fabricar aproximadamente 130 mil litros durante a fase inicial.

Com o tempo, a Porsche planeja aumentar bastante a produção do combustível sintético. Em meados desta década, a meta é atingir um volume de 55 milhões de litros por ano. Posteriormente, o número deve chegar a 550 milhões de litros- o que corresponde a 3,46 milhões de barris - anualmente.

São muitos os desafios para se obter um produto tecnicamente viável. Isso, porque não apenas o combustível sintético precisa ser ambientalmente neutro, como também o processo de produção não pode emitir CO2. Assim, a fábrica da Porsche, situada no deserto do Atacama, utiliza energia eólica e também solar para operar.

Essa energia é utilizada para separar o hidrogênio do oxigênio por meio de um processo de eletrólise. Posteriormente, esse hidrogênio serve de base para a fabricação de uma espécie de etanol, cuja fórmula inclui ainda CO2 retirado do próprio ar.

Qual é o preço do combustível sintético?

A expectativa da Porsche é de comercializar o litro do combustível sintético por cerca de 1,7 Euro (valor que corresponde a cerca de R$9,44) quando o volume de produção atingir grande escala. O Bosch, outra empresa alemã que investe no eFuel, também acredita que atingirá preço semelhante ao longo do tempo.

Com o etanol produzido no Chile, a Porsche pretende não apenas dar uma alternativa aos proprietários de carros da marca, mas a todos os motoristas. Afinal, no mundo inteiro, existem cerca de 1,3 milhões de veículos equipados com motores a combustão em circulação.

Ademais, o combustível sintético deve ser utilizado também na aviação. Essa, aliás, já é uma realidade na Europa, onde os eFuels já respondem por 5% das fontes energéticas do setor. E, até 2035, esse índice chegará a 20%, por força de legislação.

Desafios

Porém, apesar dos avanços, o combustível sintético ainda parece longe de se tornar realidade nos postos. Só o Brasil, por exemplo consome 2,5 milhões de barris de combustíveis fósseis diariamente: esse número dá uma ideia do quão pequena será a produção da Porsche diante da demanda global. De qualquer modo, só o futuro dirá se o eFuel será ou não viável.

Assista ao vídeo e entenda as diferenças entre os combustíveis que já existem no mercado brasileiro:

https://www.youtube.com/watch?v=3znm9eNgF8o&t=85s