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O que os gringos falam sobre o nosso Puma GTE leiloado nos EUA

Clássico brasileiro foi leiloado nos Estados Unidos, chamando a atenção de um site especializado, que analisou o modelo e sua história

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Antes de ir para os Estados Unidos, veículo foi reformado no Brasil
Antes de ir para os Estados Unidos, veículo foi reformado no Brasil Foto: Antes de ir para os Estados Unidos, veículo foi reformado no Brasil

Um Puma GTE 1974 foi arrematado em um leilão por 19 mil dólares nos Estados Unidos, cerca de R$ 95 mil na conversão direta. O carro está no estado da Califórnia desde 2021, e segue para o novo proprietário após 22 lances, sendo que a primeira oferta foi de apenas mil dólares, em um arriscado pregão sem reservas.

O veículo foi adquirido no Brasil devidamente reformado, mas, levando em consideração o valor desse modelo nos últimos anos, nem assim foi um bom negócio para o vendedor, que gastou para levar o carro para os Estados Unidos (frete e registro).

Sem dúvidas, um Puma GTE não entra em um leilão todos os dias nos Estados Unidos. Aproveitamos essa oportunidade para entender como um gringo enxerga um modelo projetado e construído no Brasil. O mais legal é que o pregão foi noticiado pelo site Silodrome, que contou com detalhes a história da marca brasileira.

Puma GTE: "um raro carro esportivo brasileiro"

O próprio título do artigo já dá uma aliviada para o nosso Puma GTE, que foi classificado como "um raro carro esportivo brasileiro". Para isso, o autor do artigo, Ben Branch, considerou bem mais as linhas do modelo do que o fraco motor 1.6 que ele traz sob a tampa traseira. No mais, o carro é mesmo raro até aqui, e brasileiro.

Ben Branch ressalta que o Puma GTE é bastante cultuado no Brasil, mas é um ilustre desconhecido em outros lugares. Ele reconhece a influencia europeia do projeto, mas destaca que não é uma réplica, valorizando o design exclusivo do modelo.

Obra de Rino Malzoni foi elogiada

Sobre Rino Malzoni, o "pai" do Puma, o artigo elogia a elegância e o apelo atemporal dos seus projetos, destacando, principalmente no início, o aspecto extremamente artesanal, sem o uso de equipamentos sofisticados. O artigo vai mais fundo na carreira de Rino, chegando a citar as suas primeiras peripécias mecânica, como a instalação da transmissão de uma Ferrari Testa Rossa em uma Maserati 1952, o que hoje seria considerado "alta traição".

O contexto em que a marca Puma foi criada no Brasil também foi evidenciado, ou seja, época em que a importação de carros foi proibida com o intuito de incentivar (ou proteger) a indústria automotiva nacional. A troca da mecânica e chassi DKW pela Volkswagen também foi abordada.

Para completar o artigo, Ben Branch citou que a Puma vendeu seus modelos para mais de 50 países, incluindo uma fábrica na África do Sul que produziu o modelo sob licença. Ele finaliza afirmando que hoje esses modelos são colecionáveis ??no Brasil, com potencial de crescimento no mercado internacional à medida que mais entusiastas conhecem sua história.