Uma motorista de Belo Horizonte foi surpreendida nos últimos dias ao receber uma multa de trânsito inusitada. Proprietária de um VW CrossFox, Gabriela Cristina Soares, de 39 anos, foi multada por dirigir sem capacete. Isso mesmo, a moradora de BH corre o risco de perder sete pontos na carteira de habilitação e ter que pagar cerca de R$ 293,47 pela infração que não cometeu.
Em entrevista ao Portal BHAZ, a motorista conta que, além da natureza da infração ser descabida, a data e horário em que ela foi registrada também não condizem com a realidade. A multa é do dia 12 de maio, às 9h24, e foi registrada em Viçosa (MG). Menos de duas horas depois, às 11h08, Gabriela estava em um Uber, na capital mineira, levando a filha para a escola.
“Absurdamente, fizeram uma multa como se um carro fosse moto e de um lugar que eu não estava. Eu tenho provas, tenho o comprovante do Uber e a declaração da escola de que eu tinha ido levar minha filha nesse dia”, diz a motorista. A distância entre a capital mineira e Viçosa é de 223 quilômetros, ou seja o intervalo entre a corrida de aplicativo e o registro da multa não é suficiente para ir de uma cidade a outra. Portanto, a multa não corresponde à realidade.
O que pode ter acontecido?
É difícil definir quais foram as causas da multa indevida. Placa clonada, erro de digitação ou quaisquer outros impasses podem acontecer. A questão é que a condutora diz não saber o que aconteceu e buscou apoio do Detran-MG para regularizar sua situação. Em resposta ao ocorrido, o Detran-MG não se prontificou a resolver o mal entendido e solicitou que a motorista recorra à multa pelos meios comuns. Em nota, o órgão informa que "a proprietária do veículo poderá realizar a defesa da autuação até o dia 22 de junho de 2023" e que o procedimento pode ser feito de forma digital ou com envio dos documentos pelos Correios.
Gabriela não foi a única motorista a sofrer com esse tipo de multa
Em agosto de 2019, a estagiária de direito, Renata Graciano, também recebeu uma multa inusitada. A motorista foi multada por estar de capacete com a viseira levantada. A questão é que a moradora de Itaquaquecetuba (SP) não estava pilotando uma moto, mas, sim, estava dirigindo um carro. Renata ficou indignada com a situação e recorreu à multa que foi imputada a ela sem lógica alguma.
Ainda em 2019, outro motorista (que não quis se identificar) foi multado por dirigir seu carro sem o uso de capacete. O fato aconteceu na cidade de Mirador, no Maranhão, no dia 12 de janeiro de 2019, e o condutor só descobriu a infração ao tentar retirar a documentação do veículo em 2020, no Detran do Piauí.
Além dos registros anteriores, em março deste ano (2023), um motorista também foi vítima dessas multas sem sentido. O administrador de empresas, Gilson Henrique Ribeiro, foi multado pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) de Fortaleza (CE) por conduzir motocicleta com capacete sem viseira. A questão é que o motorista dirige um Chevrolet Onix e não uma moto.
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