A Aliança Renault-Nissan parece ter sofrido um baque. Depois de três meses de negociações, as duas multinacionais concordaram em fazer um rearranjo acionário. Na prática, a empresa francesa deixa de ter controle sobre os papéis da parceira nipônica: a partir de agora, ambas terão maior isonomia em relação às decisões e aos investimentos conjuntos. O anúncio oficial ocorrerá no dia 6 de fevereiro.
O rearranjo ocorreu da seguinte maneira: a Renault reduziu a participação acionária na Nissan de 43,4% para apenas 15%. Porém, o grupo europeu não vai dispor de imediato dessa parcela restante de 28,4%. Tal percentual passará para um fundo fiduciário na França por tempo indeterminado. O objetivo é esperar até que os papéis valorizem no mercado para vendê-los, já que o cenário atual é de baixa.
Enquanto isso, a Renault poderá se beneficiar com o lucro proveniente da valorização dessas ações. A multinacional, inclusive, anunciou que investirá em uma divisão de carros elétricos, batizada de Ampere. Porém, não terá direito de voto correspondente a esses papéis. Por sua vez, a Nissan, que já tinha 15% de participação acionária, segue como estava, mas terá maior poder sobre a gestão da Aliança.
Parceiras falam em fortalecimento
Por meio de um comunicado conjunto, as duas empresas informaram que o objetivo do negócio "é reforçar os laços da aliança e maximizar a criação de valor para todas as partes envolvidas". Na prática, porém, existem dúvidas se a parceria entre Renault e Nissan sobreviverá sem que haja uma liderança clara entre elas.
Outra questão é que as multinacionais devem desenvolver menos veículos em conjunto. Informações reveladas pelo jornal Le Figaro apontam que a Renault queria trabalhar com a Nissan em 15 projetos, número que acabou caindo para apenas cinco. De qualquer modo, o comunicado afirma que as duas empresas investirão conjuntamente na América Latina, na Índia e na Europa.
Aliança Renault-Nissan já tem 24 anos
A Aliança Renault-Nissan se formou em 1999. Na época, o brasileiro Carlos Ghosn estava à frente da empresa japonesa e teve grande participação na formação da parceria. Porém, desde a prisão do executivo, em 2018, que acabou resultando na renúncia dele à direção da multinacional, o casamento entre franceses e nipônicos vinha dando sinais de enfraquecimento.
Confira o teste do Nissan Kicks, um dos produtos criados durante a parceria com a Renault:
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