Dos poucos prazeres a que o pobre pode se entregar quando o orçamento dá uma folguinha é adquirir um veículo velho, que um dia teve seus dias de glória. E o mundo das motos também tem seu "resto de rico", os clássicos populares e o modelos de desempenho que viraram sonho de consumo para quem não tinha condição de consumi-los na época.

Porém, como o pobre não tem um minuto de sossego, uma nova ameaça está impedindo esses seres humildes a terem seus minutos de diversão. Trata-se do rico nostálgico, que não vê problema em dar R$ 20 mil em uma Honda CG "quadrada", sem muito valor histórico, inflacionando o mercado. Quem fez uma boa lista de modelos nessa situação foi Mateus Trilheiro, que tem um perfil dedicado ao assunto no Tik Tok.

CG Quadrada x CG Bolinha

A Honda CG tem uma história consolidada no Brasil que a coloca como um clássico nacional. Mas, daí para ser alçada a relíquia ou colecionável é preciso mais alguns atributos. Ainda assim, o pobre encontra dificuldade para comprar uma CG velha, baratinha, só para rodar sem gastar muito.

Uma Honda CG125 anos 1990 chega a custar custar mais de R$ 10 mil, enquanto uma nova custa a partir de R$ 14 mil. Pior, esse preço é cobrado não necessariamente em veículos bem conservados. Até unidades mais antigas têm o valor histórico questionado por Mateus, caso de modelos dos anos 1980 (fase "quadrada") que chegam a R$ 20 mil.

O trilheiro admite que a Honda CG "Bolinha", fabricada entre 1976 e 1983, tem seu valor histórico, mas também está bastante inflacionada, começando nos R$ 20 mil.

Motos velhas ou clássicas para restaurar?

Yamaha RD350 - Viúva Negra

Já o pobre que estiver paquerando uma "tampa de caixão" como a Yamaha RD350, apelidada carinhosamente de "Viúva Negra", terá que juntar grana mais alguns meses, seja para o modelo mais antigo (anos 1970), seja as posteriores. É que a grande procura acabou inflacionando o modelo, que facilmente já supera os R$ 40 mil.

Agrale EX e Elefantré

Outros modelos com motor dois tempos que estão se esvaindo das mãos do pobre são as Agrale. "Até as Agrale, que ninguém queria, estão inflacionadas", comentou Mateus Trilheiro, mostrando uma unidade da Elefantré vendida por R$ 25 mil.

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