Uma nova modalidade de roubo de carros está causando preocupação nos países da Europa. Ladrões estão conseguindo levar automóveis embora em poucos segundos, após a retirada de um dos faróis. Isso, graças a uma técnica hacker, que se conecta ao sistema eletrônico do veículo por meio do Bluetooth e o "engana", fazendo reconhecer, de maneira equivocada, a chave presencial.
De maneira bastante resumida, o problema é que os ladrões estão conseguindo acessar a rede CAN Bus dos veículos: trata-se de um sistema que permite comunicação entre praticamente todas as funções eletrônicas, que vão desde o acendimento dos faróis até o travamento das portas e a partida do motor.
Em tese, não seria possível fazer isso de maneira involuntária. O hacker precisaria acessar, por exemplo, a entrada OBD2 do veículo. Porém, o caso é que os criminosos descobriram outra maneira de entrar na rede CAN Bus: justamente pelos faróis. Com um equipamento que, grosso modo, é um alto-falante Bluetooth, os ladrões "confundem" os componentes de iluminação e invadem o veículo.
O detalhe é que um aparelho desse tipo não é barato: custa cerca de 5.000 Euros, valor que equivale a aproximadamente R$27,5 mil. Porém, o caso é que existem ladrões de carros que não apenas têm esse equipamento em mãos, mas estão conseguindo usá-lo de maneira eficaz em ações de roubo. A conclusão óbvia é que o lucro obtido de maneira ilegal com os crimes deve acabar compensando o investimento.
Vítima de roubo de carros descobriu a fraude
Quem descobriu essa nova técnica de roubo de carros foi uma das vítimas. Ele é Ian Tabor, que teve seu Toyota RAV4 furtado em Londres, na Inglaterra. Em um dia qualquer, ele notou que a moldura de um dos faróis do veículo havia sido arrancada, assim como o plugue de conexão do componente. Inicialmente, ele pensou que o alvo dos ladrões era a própria peça, mas, dois dias depois, o SUV foi levado.
Poderia ter sido só mais uma ocorrência de roubo de carro nas ruas de Londres, mas o caso é que Tabor é especialista em segurança cibernética. Ele achou que o furto do RAV4 tão pouco tempo após o incidente envolvendo os faróis era coincidência demais. Ao acessar o aplicativo MyT, disponibilizado para proprietários de veículos Toyota, a vítima descobriu vários registros eletrônicos de erros de diagnósticos.
Todos esses registros datavam justamente do dia do roubo do carro, sendo que um deles dizia respeito ao sistema de iluminação. Então, Tabor juntou as peças do quebra-cabeça e deduziu que os criminosos haviam conseguido invadir a rede do modelo. E segundo ele, é possível utilizar esse método em veículos de diversas marcas. Pelo visto, os fabricantes terão que sanar essa vulnerabilidade eletrônica, e rápido!
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