Stellantis, dona da Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, enfrenta problemas com preços altos de seus veículos, principalmente na marca Jeep nos países norte-americanos. Concessionários estão descontentes, clientes estão se afastando, e os números de vendas despencaram nos últimos meses.
No final de 2023, Stellantis registrou o maior preço médio por veículo na indústria, com US$ 58.000 (cerca de R$ 337 mil), segundo dados da Edmunds. Mesmo sendo uma leve redução nos meses seguintes, o preço médio ainda era o segundo mais alto no terceiro trimestre de 2024, ficando atrás apenas da Ford, que inclui a marca de luxo da empresa, a Lincoln. Atualmente, o preço médio de um veículo Stellantis é de quase US$ 55.000 (aproximadamente R$ 319 mil).
O impacto disso é mais evidente na Jeep. Hoje, apenas o Compass nos Estados Unidos tem preço inicial abaixo de US$ 30.000. Modelos mais sofisticados, como o Grand Cherokee, ultrapassam facilmente os US$ 40.000, enquanto o Wagoneer elétrico pode chegar aos seis dígitos.
Já a Jeep Gladiator, que tinha grande expectativa no lançamento, agora enfrenta dificuldades de vendas. Poucos modelos têm preços abaixo de US$ 40.000, e algumas versões ultrapassam os US$ 70.000.
Com preços tão altos, as vendas da Jeep vem caindo. A Gladiator, por exemplo, teve um declínio de 21% apenas este ano no EUA, acumulando uma queda constante desde o pico em 2020. A Jeep, como um todo, vendeu 36% menos veículos em comparação ao período pré-pandemia.
Mesmo tendo descontos agressivos, mais de 10.000 unidades novas da Gladiator permanecem nos estoques das concessionárias nos Estados Unidos.
A insatisfação não vem apenas dos clientes. Os concessionários do grupo estão cada vez mais frustrados com a situação. Recentemente, o Conselho Nacional de Concessionárias enviou uma carta ao conselho da montadora alertando sobre os riscos de continuar nessa direção.
“Estamos escrevendo esta carta em nome de toda a rede de concessionárias e seus funcionários. O objetivo é soar um alarme – não apenas para vocês, mas para o conselho de diretores, investidores e fornecedores da Stellantis”, dizia a carta. Os revendedores afirmam que alertaram a empresa por dois anos antes do problema atingir essa magnitude.
Os concessionários pedem produtos mais acessíveis e diferenciados para conquistar os clientes.
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