Em 2022 quem chegou foi o C3, em 2023 foi a vez do Aircross, e em 2024 a grande estrela da Citroën é o Basalt, encerrando o plano de investimento de R$ 2,5 bilhões proposto em 2021. Os três modelos têm a missão de mudar a imagem da Citroën no Brasil e o Basalt chega partindo de R$ 89.990 em oferta promocional e muito espaço interno para buscar seu espaço.
Como é o Novo Citroën Basalt?
Derivado do C3, o Basalt aposta no visual cupê e conta com altura de SUV para entrar na linguagem da “moda” do mercado automotivo. A ideia do projeto C-Cubed incluía o desenvolvimento de um sedan, mas em 2024 os carros com altura elevada são o que o público deseja.
O Basalt oferece exatamente isso, o desenho da traseira mescla elementos de cupê, fastback (carroceria, não o modelo da Fiat) e sedan e a altura em relação ao solo. São 180 mm de vão livre entre o solo, 20,5º de ângulo de ataque e 28º de ângulo de saída. Contando o vão livre e ângulo de saída, o Basalt pode ser considerado oficialmente um SUV segundo o Inmetro.
Na fita métrica, o Citroën Basalt mede 4,34 metros de comprimento, 1,82 m de largura e 1,58 m de altura. Para efeito de comparação, o Basalt é 2 cm maior que o Aircross, apesar de perder 3 cm na distância entre os eixos. O Citroën é maior que o Volkswagen Nivus (4,26 metros), mas perde para o Fiat Fastback (4,44 m). Com 2,64 m de entre-eixos, o Basalt supera Fastback (2,53 m) e Nivus (2,56 m). Em termos de porta-malas, os 490 litros do francês vencem os 415 litros do Volkswagen, mas perdem para os 516 litros de capacidade do Fastback.
Visual familiar no Brasil e na Europa
Enquanto o C3 brasileiro em quase nada lembra o irmão europeu, os laços do Basalt são mais claros com os “primos ricos” C4 X e C5 X, que trazem carrocerias misturando elementos de SUV e sedan com altura elevada. A lanterna vazada e o desenho da coluna C são o que ligam os três modelos.
Da coluna B em diante, tudo do Basalt já é conhecido. Os para-lamas são os mesmos de Aircross, separados somente pela parte preta que acompanha a caixa de rodas, e o para-choque dianteiro é muito parecido com o do SUV de sete lugares, mas conta com pequenos detalhes para se diferenciar.
Interior sem grandes novidades
Internamente, quem esperava algo diferente no Basalt se decepciona. A Citroën optou por utilizar o mesmo desenho de C3 e Aircross, com a diferença sendo apenas a coloração da faixa central do painel, em tom bege no caso do cupê. A grande novidade do Basalt é o ar-condicionado digital disponível na versão Shine, que funciona de forma satisfatória. No mais, é importante ressaltar que todas as versões trazem o painel de instrumentos digital de 7 polegadas e central multimídia de 10,25”. Na opção topo de linha, os bancos recebem costuras amarelas como diferencial.
Vale destacar o espaço entre-eixos do modelo. São 2,64 metros de distância nesse quesito, o que garante que ocupantes traseiros irão com conforto. Pessoas de altura bem elevada podem sofrer um pouco com o caimento do teto. Quem viaja atrás do Basalt conta com duas portas USB-A, mas os comandos do vidro elétrico seguem sendo no console central. Na Índia, onde o modelo também é fabricado e vendido, o comando dos vidros traseiros já está na porta.
Debaixo do capô estão os já conhecidos propulsores de origem Fiat. A versão de entrada Feel traz motor 1.0 aspirado Firefly de três cilindros, capaz de entregar 75 cv e 10,5 kgfm de torque no etanol, ou 71 cv e 10 kgfm de torque com gasolina, sempre com transmissão manual de cinco marchas. Já as opções turbinadas, chegam com o motor 1.0 Turbo (T200) de até 130 cv e 20,4 kgfm de torque, sempre aliado à caixa de câmbio automática do tipo CVT de sete marchas simuladas.
Impressões ao volante
Ao entrar no Citroën Basalt a impressão é de um carro barato, seja na versão de entrada ou na opção topo de linha. O painel de instrumentos e o ar-condicionado digital dão uma sensação de mais refino ao modelo.
No trajeto definido pela Citroën de São Paulo até Itu foi possível notar o comportamento do Basalt. Segundo a marca, a suspensão ganhou ajustes específicos no Basalt para aprimorar o conforto e o trabalho foi feito com certo sucesso. Em estradas o Basalt é suave e possui um rodar bem tranquilo, em uma situação fora de estrada ou com mais buracos, a recomendação é ir com cautela, já que tudo é transmitido para a cabine.
Apesar do motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm de torque ter um bom desempenho, parece que o Basalt conta com uma calibração diferenciada de acelerador ou de controle de tração que faz o carro ser bem amarrado em algumas situações. Durante o trajeto da fazenda até a rodovia, o Basalt lutava contra uma subida relativamente simples, não por falta de torque ou potência, mas porque o controle de tração entrava em ação assim que as rodas começavam a girar.
Quando dirigi o Aircross, um dos principais incômodos que tive com o modelo foi a falta de isolamento acústico. No Basalt isso foi resolvido, pelo menos na versão Shine. A ventoinha do ar-condicionado não invade mais a cabine quando está ligada e o som do carro cortando o vento em estradas só começa a se fazer presente a partir dos 120 km/h.
Em termos de desempenho, a impressão que passa é que o câmbio segura um pouco o Basalt. Quem não pensa em uma tocada mais veloz, não irá se incomodar com a transmissão. O modo Sport, acionado do lado esquerdo do painel, ajuda a aprimorar o comportamento do Basalt. Longe de ser esportivo, mas não decepciona.
Consumo de combustível
Segundo o Inmetro, o Citroën Basalt Feel manual consegue médias urbanas de 9,3 km/l com etanol e 13 km/l na gasolina. Na estrada as médias sobem para 10,2 km/l com etanol e 14,6 km/l com gasolina.
Nos modelos turbo, os números de consumo na cidade são de 8,3 km/l no etanol e 11,9 km/l gasolina, enquanto na estrada os dados melhoram para 9,6 km/l no etanol e 13,7 km/l na estrada.
Preços e Itens de série
Feel 1.0 manual: R$ 96.990 (Preço de lançamento: R$ 89.990)
Ar-condicionado, quatro airbags, seis alto-falantes, central multimídia de 10,25 polegadas com espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré, bancos em tecido, assistente de partida em rampa, chave canivete, controle de estabilidade e tração, freios abs com distribuição eletrônica, painel de instrumentos digital de 7 polegadas, volante multifuncional e retrovisores elétricos.
Feel Turbo: R$ 112.290 (Preço de lançamento: R$ 96.990)
Mesmo pacote de equipamentos da Feel, mas com motor turbo e transmissão automática
Shine: R$ 115.890 (Preço de lançamento: R$ 104.990)
Ar-condicionado automático digital, revestimento premium nos bancos, detalhe na cor bege no para-choque e na lateral, faróis de neblina e acabamento diamantado nas rodas.
Ficha técnica Citroën Basalt Shine Turbo 200
Motor: | 999 cm3, dianteiro, transversal, três cilindros, 12 válvulas, 130 cv e 20,4 kgfm de torque no etanol; 125 cv e 20,4 kgfm de torque na gasolina |
Câmbio: | Automático CVT com 7 marchas simuladas |
Direção: | Elétrica, com diâmetro de giro de 11 metros |
Suspensão: | McPherson na dianteira com barra estabilizadora e eixo de torção na traseira |
Freios: | Discos ventilados na dianteira e tambor na traseira |
Pneus: | 205/60 R16 |
Peso: | 1.191 kg |
Dimensões: | 4,34 metros de comprimento; 1,82 m de largura (sem espelhos); 1,58 m de altura; 2,64 m de distância entre-eixos |
Capacidade de carga: | 400 kg |
Volume do porta-malas: | 490 litros |
Tanque de combustível: | 47 litros |
Consumo na cidade (INMETRO) | 8,3 km/l (etanol) e 11,9 km/l (gasolina) |
Consumo na estrada (INMETRO) |
9,6 km/l etanol e 13,7 km/l gasolina |
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