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Citröen Basalt: um custo-benefício ideal para quem quer espaço, motor e porta-malas

SUV coupé é bem ajustado para o mercado brasileiro e entrega o suficiente

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Citroën Basalt
Citroën Basalt Foto: Luiz Forelli/Vrum

A onda de SUVs continua crescendo a cada dia no Brasil, e as montadoras têm aproveitado essa tendência. Os SUVs cupês também foram bem aceitos pelo público, especialmente com opções, como o Fiat Fastback e o Volkswagen Nivus. Outra marca do grupo Stellantis que busca surfar nessa onda é a Citroën, com o lançamento do Basalt feita em outubro.

O modelo oferece um ótimo custo-benefício, com preços a partir de R$ 96.990 na versão Live, equipada com motor 1.0 aspirado, chegando a R$ 115.890 na versão Shine, que testamos. Valores esses que posicionam o Basalt como o SUV mais barato do Brasil, custando menos de R$ 100 mil em suas configurações iniciais.

A Citroën conseguiu combinar bom espaço interno, motorização eficiente e um acerto de suspensão ideal para a cidade. Tudo isso faz parte de um projeto indiano que parece ter sido feito para o Brasil, já que o carro impressiona em vários aspectos. E, de fato, é nacional, produzido em Betim (MG) e promete agradar os consumidores brasileiros e ajudar a fortalecer a presença da marca francesa no mercado.

DIMENSÕES GENEROSAS

Como já mencionado, o Basalt possui um bom espaço interno, resultado de suas dimensões: 4,34 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,58 m de altura e ótimos 2,64 m de distância entre-eixos, superando até mesmo um Jeep Compass, por exemplo. Esses números também são suficientes para garantir um espaço confortável na parte traseira.

Eu, com 1,88 m de altura, fiquei com dois dedos de distância entre os meus joelhos e o banco dianteiro, que estava ajustado para mim, ou seja, completamente recuado. A Citroën trabalhou e continua trabalhando bem no aproveitamento do espaço interno dos seus carros, e aqui não foi diferente. Há um bom espaço para os pés, embora o túnel central elevado comprometa um pouco o conforto de quem vai no meio.

Citroën Basalt
Citroën Basalt Foto: Luiz Forelli/Vrum

O espaço para a cabeça já acaba sendo mais justo, devido ao caimento do teto, porém não é ruim. Além disso, o Basalt conta com o terceiro maior porta-malas entre os SUVs, com 490 litros de capacidade. É um número bem superior aos 415 litros do VW Nivus e próximo dos 516 litros do Fiat Fastback, que lidera o segmento nesse quesito.

ERGONOMIA BEM AJUSTADA

A posição de guiar do Basalt é alta, mesmo quando o banco está ajustado na posição mais baixa, característica dos SUVs. Porém, a posição é bem mais confortável que o C3, que tem a posição mais ereta. Comparando com o irmão menor, já testado por nós, o banco do Basalt parece um pouco mais confortável, já que ele dá suporte melhor para a lombar.

O volante com formato pequeno e assistência elétrica é outro ponto positivo, com uma empunhadura firme e agradável, além de ter um peso bem equilibrado — não muito leve, mas também longe de ser pesado. Os vidros também apresentam boa visibilidade — mesmo sendo um SUV coupé, o vidro traseiro possui uma boa visibilidade. 

MOTORIZAÇÃO MAIS DO QUE SUFICIENTE 

As versões Feel e Shine do Basalt utilizam o motor 1.0 T200 (turbo flex) da Stellantis, sob a plataforma modular CMP, também do grupo, usada no Peugeot 208, C3 Aircross e 2008. E realmente é possível afirmar que os 125/130 cv (gasolina/etanol) e 20,4 kgfm de torque são suficientes para o SUV, que está longe de ser pesado: 1.191 kg, o mesmo peso do hatch C3.

É um carro prazeroso de dirigir, como é costume nos motores turbo do grupo, que ainda trazem o característico assobio da pressão do turbo ao acelerar forte. Uma leve pressão no acelerador, e o Basalt ganha velocidade bem interessante entre os SUVs. Prova disso é seu 0 a 100 km/h registrado em 9,8 segundos em nossos testes, números bastante competitivos em comparação com os rivais.

O mais interessante é que a Stellantis conseguiu combinar o câmbio CVT, que simula até sete marchas e tem desempenho voltado ao conforto, com uma boa entrega de potência em baixas e altas rotações. As trocas são suaves, como é característico de câmbios continuamente variáveis, mas sem demonstrar cansaço. A calibração do conjunto, como um todo, trabalha em harmonia, similar a outros modelos do grupo.

Isso torna o Basalt um ótimo aliado na hora de realizar ultrapassagens. Não se deixe levar pela ideia de que câmbio CVT é ruim para isso, pois a Stellantis prova o contrário. Aqui, o controle de ultrapassagens é realizado com facilidade e segurança.

Para quem precisa de uma resposta mais ágil do acelerador e marchas mais bem seguradas, há também um botão Sport, que fica mal posicionado, assim como em outros modelos da marca e do grupo, no canto inferior esquerdo do painel, difícil de enxergar, com luz fraca e sem qualquer indicação no painel de que está ativado. Há ainda trocas simuladas pelo câmbio, mas falta atrás do volante. 

Porém, o preço de ser um carro confortável fica em velocidades mais altas devido a um leve balanço de carroceria, mas bem menos perceptível do que no C3, por exemplo. Em velocidades de cruzeiro, no entanto, ele consegue manter uma estabilidade firme e sem oscilações ou balanço. 

O que acaba deixando a desejar é o isolamento acústico, que, embora melhor do que o do irmão menor, ainda não é suficiente para abafar o som de rodagem e o fluxo de vento na cabine.

Em curvas, é notável a carroceria se flexionar, mas o Basalt consegue manter bem a trajetória, graças a boa atuação do controle de tração e estabilidade. Já os freios desempenham um bom trabalho.

Na cidade, a suspensão se mostra como um ponto forte do Basalt, assim como nos modelos irmãos. Ela possui uma calibração firme, que não transmite com tanta intensidade as imperfeições dos buracos, graças a um ajuste muito bem feito, além de apresentar pouco fim de curso (Mcpherson na frente e eixo de torção atrás). 

CONSUMO: NÃO FOI DESSA VEZ 

O consumo com gasolina atingiu em nossos testes 7,5 km/l na cidade, mas caiu rapidamente para 6,5 km/l com o trânsito intenso de São Paulo. Na estrada, alcançamos 13,8 km/l. Esses números na cidade ficam bem abaixo dos valores do Inmetro, que já são rigorosos: 11,9 km/l no urbano e 13,7 km/l no rodoviário. 

Pelo menos superamos na estrada. Já no etanol, os números do PBEV é de 8,3 km/l e 9,6 km/l, respectivamente. Algo que nos chamou a atenção nos carros de frota da Citroën é a dificuldade de conseguir um bom consumo, pelo menos para nós, que respeitamos os limites de velocidade. Portanto, é difícil afirmar que os números são totalmente fiéis, mas é o que conseguimos.

O que ainda ajudou esse consumo foi o coeficiente aerodinâmico do Basalt que acaba sendo bom na cidade, mas em velocidades mais altas, na estrada, não se mostrou tão presente.

INTERIOR 

Citroën Basalt
Citroën Basalt Foto: Luiz Forelli/Vrum

O acabamento do Basalt segue o mesmo padrão da linha francesa no Brasil — de tecido, apenas os bancos e, neste modelo, o apoio de braço para o motorista. O restante é todo em plástico: painel, portas e também os apoios nas portas. É desagradável não haver sequer um detalhe em tecido nem para apoiar o braço.

Outra grande crítica ao Basalt é a posição dos controles dos vidros, localizados na parte traseira do console central, como no C3 e no Aircross. Até o Basalt indiano corrigiu isso, então por que aqui não? É difícil entender.

Um ponto positivo no Basalt é que, desde a versão de entrada, ele oferece volante multifuncional, painel de instrumentos de sete polegadas e uma tela central de 10,2” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Na versão Shine, claro, esses itens estão presentes, além de algumas funcionalidades adicionais.

Elas são o ar-condicionado automático digital, bancos em couro e piloto automático, sensor de ré e faróis de neblina. O resto permanece, exceto a motorização Firefly 1.0 aspirado de 71/75 cv e 10/10,5 kgfm de torque e câmbio manual de cinco velocidades. 

O Basalt vem de série com freios ABS, controle de tração e estabilidade, quatro airbags (dois frontais, dois laterais) vidros e travas elétricas, monitoramento da pressão dos pneus, assistente de partida em rampa, ar-condicionado, direção elétrica multifuncional, volante com ajuste somente de altura (versão Shine tem profundidade), retrovisores elétricos, computador de bordo com painel de instrumentos digital, multimídia com conexão de celular sem fio, rádio, entre outros. 

Citroën Basalt
Citroën Basalt Foto: Luiz Forelli/Vrum

Em termos de segurança, ainda não houve os testes de colisão do Basalt no Latin NCAP. Porém, o C3 e o Aircross ganharam zero estrelas nos testes. Porém, o Basalt possui airbags laterais desde da versão de entrada, e não como o Aircross que só tem na versão Feel Pack. 

Mas mesmo com os dois airbags no Aircross o órgão que faz os testes de colisão afirmou que, mesmo que o SUV possuísse airbags laterais, a classificação final "seria a mesma”, pois o aumento de nota não seria suficiente para tirá-lo do “nível de zero estrela”. Só resta esperar. A Citroën oferece três anos de garantia 

RESUMO DA ÓPERA 

O Citroën Basalt se mostrou um carro competente em praticamente todos os quesitos que promete entregar. Ele combina conforto, espaço interno bem aproveitado, motor ajustado e um porta-malas generoso, além de trazer um design diferenciado e alinhado com a moda dos SUVs cupês. É um modelo que realmente atende às expectativas do público brasileiro e oferece um pacote bem equilibrado e competitivo.

Diante de uma realidade econômica desafiadora, o Basalt consegue se destacar por entregar muito dentro de sua faixa de preço, principalmente considerando que sua versão de entrada custa menos de R$ 100 mil. Por tudo o que oferece, ele é um investimento válido para quem busca um SUV acessível, completo e funcional. É uma opção que atende bem as necessidades e desejos do consumidor brasileiro. Aprovado!

Ficha técnica do modelo testado - Citroën Basalt Shine

Motor: Dianteiro, transversal, 3 cil. em linha, 1.0, turbo
Potência: 130 cv a 5.750 rpm
Torque: 20,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: CVT, sete marchas simuladas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/60 R16
Tanque: 47 litros
Porta-malas: 490 litros (VDA)
Peso: 1.182 kg
DIMENSÕES
Comprimento:4,34 metros
Largura 1,82 m
Altura: 1,58 m
Distância entre-eixos: 2,64 m
CONSUMO
Etanol: 8,3 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada
Gasolina: 11,9 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada
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