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Primeiro híbrido da Fiat!

Fiat Pulse híbrido é bom, mas não deveria ser chamado de híbrido

Avaliamos o novo Fiat Pulse Impetus Hybrid 2025; compensa? Vale a pena pagar mais caro pelo híbrido?

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Fiat Pulse Impetus T200 Hybrid
Fiat Pulse Impetus T200 Hybrid Foto: Maurício Campelo/Vrum

Carros eletrificados nunca foram tão populares no mercado brasileiro. Segundo a Fenabrave, foram 114.671 unidades vendidas em 2024, um crescimento de 54% em relação aos 74.344 emplacamentos de 2023. É nessa lógica, e também por questões de legislação ambiental, que a Fiat apresentou seus primeiros híbridos produzidos no Brasil: Pulse e Fastback com tecnologia híbrida-leve, micro-híbrida ou MHEV, como queira chamar. Vale a pena comprar? É mais caro? Confira na avaliação do Pulse Impetus Hybrid 2025.

Antes de iniciar falando sobre a motorização, vamos falar sobre o carro. A versão Impetus é a segunda mais cara ofertada pelo Pulse, perdendo apenas para a esportiva Abarth. O modelo é vendido por R$ 144.990 e o pacote de equipamentos traz os seguintes itens:

  • 4 Airbags (2 frontais, 2 de tórax e cabeça)
  • Ar-condicionado digital
  • Bancos em couro*
  • Multimídia de 10,1 polegadas com conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay
  • Painel de instrumentos digital de 7 polegadas *
  • Faróis em LED
  • Partida por botão
  • Retrovisores elétricos com rebatimento e função tilt down
  • Sensor de chuva e crepuscular
  • Sensor de estacionamento dianteiro e traseiro
  • Câmera de ré
  • Carregador de celular por indução
  • Pacote ADAS (Frenagem autônoma de emergência, Alerta de mudança de faixa, comutação automática de farol)*
  • Piloto automático (cruise control)
  • Chave presencial com partida remota
  • Rodas de 17 polegadas com acabamento diamantado*

    *itens oferecidos somente pela versão Impetus


Em termos de equipamentos, não me decepcionei com o Pulse, muito pelo contrário, achei a lista de equipamentos bem interessante, especialmente na versão testada, a topo de linha, que recebe o painel de instrumentos digital, bancos em couro. Entretanto, o modelo fica devendo controle de cruzeiro adaptativo, o que o Nivus Comfortline já oferece, pelo mesmo preço.

Fiat Pulse Hybrid
Fiat Pulse Hybrid Foto: Luiz Forelli/Vrum

O Pulse mede 4,09 metros de comprimento, 1,98 m de largura, 1,55 m de altura e 2,53 m de entre-eixos. Essas medidas fazem do SUV compacto uma ótima opção para o uso urbano, já que é fácil de manobrar. Com altura mínima em relação ao solo de 195 mm, buracos ou lombadas não são preocupantes.

Porta-malas de Pulse e Fastback híbridos não teve alterações, já que nova bateria está abaixo do banco do condutor
Porta-malas do Pulse híbrido não teve alterações, já que nova bateria está sob o banco do condutor Foto: Divulgação/Fiat

O porta-malas suporta 370 litros de volume e é o suficiente para uma família de três pessoas ou uma viagem com quatro ocupantes. O espaço é o suficiente para transportar quatro pessoas com conforto, desde que não tenham altura muito elevada. Cinco pessoas podem sofrer um pouco, mas não será uma tortura viajar no Pulse.

Híbrido? Na teoria, sim. Na prática…

Fiat Pulse Hybrid
Motor 1.0 Turbo manteve os 130/125 cv de potência Foto: Luiz Forelli/Vrum

O principal chamariz do Pulse híbrido é justamente a motorização híbrida. Como já dito anteriormente, o sistema é híbrido-leve, ou seja, não espere uma grande melhora no consumo de combustível. A própria Fiat diz que o sistema reduz o consumo de gasolina em 10,7% no Pulse.

O sistema híbrido do Pulse substitui o alternador e o motor de partida por um motor elétrico de 3kW e adiciona uma bateria de íon de lítio de 11Ah funcionando em conjunto com a bateria tradicional de 12V para fornecer energia para o motor elétrico.

Esse propulsor elétrico faz o motor a combustão do carro entrar em funcionamento e consegue enviar um pouco de energia para reduzir o esforço (e consequentemente o uso de combustível), mas não consegue tracionar as rodas.

É justamente por não tracionar as rodas que ele não pode ser considerado um híbrido na prática. Antes de acusar a Fiat de enganadora, há base legal que permite chamar esses carros de híbridos.

Segundo a resolução 492/18 do Proconve, para um carro ser considerado híbrido precisa ter 2% de seu consumo energético total feito por energia elétrica, não sendo necessário esse motor mover as rodas. 

Fiat Pulse Hybrid
Apesar do aviso para não posicionar os pés, é possível que o motorista acabe o fazendo Foto: Luiz Forelli/Vrum

Dirigindo o Fiat Pulse híbrido o motorista irá notar pouquíssimas diferenças. A mais notável será a informação do fluxo de energia no painel digital. Nas acelerações até 3 mil giros, a sensação é extremamente suave, quase imperceptível. Até é possível ouvir o motor elétrico em funcionamento, mas somente com os vidros dianteiros abertos e com ouvidos bem treinados. 

Ao desacelerar, a rolagem do carro é levemente diminuída, afinal, o motor elétrico passa a trabalhar como gerador de energia para as baterias. Não é nada que incomode, mas uma diferença entre o conjunto mecânico híbrido e o somente a combustão.

Na prática, o sistema híbrido do Fiat Pulse até consegue ser mais econômico, segundo as medições do Inmetro.

Consumo Fiat Pulse Impetus "tradicional"



Cidade Estrada
Etanol 8,4 km/l 10,2 km/l
Gasolina 12,1 km/l 14,4 km/l

 

Consumo Fiat Pulse Impetus Hybrid



Cidade Estrada
Etanol 9,3 km/l 10,2 km/l
Gasolina 13,4 km/l 14,4 km/l


Como é de se esperar, o consumo urbano apresenta uma melhora, pois é onde o carro demanda mais energia, e o sistema híbrido, como entrega força até as 3 mil rotações, está em funcionamento por mais tempo.

No uso, os números de consumo foram bem diferentes na cidade, e não consegui passar dos 8 km/l com gasolina de média.

Em rodovias o cenário é diferente e o Pulse se destaca no consumo e também no desempenho. Não falta força, nem mesmo para ultrapassagens e consegui médias de 16 km/l em trajeto rodoviário, sempre respeitando o limite das rodovias e usando o controle de cruzeiro à favor.

Sistema híbrido funciona de forma irregular

Sistema híbrido do Pulse T200 enviando energia elétrica para o motor
Sistema híbrido do Pulse T200 enviando energia elétrica das baterias para o motor Foto: Maurício Campelo/Vrum

Por ser um sistema simples e controlado pela central eletrônica do veículo, era de se esperar que não houvesse um modo de condução totalmente elétrico. Só que o sistema da Fiat, ou pelo menos nesta unidade em específico, o sistema híbrido funciona quando bem entende. 

Logo nos primeiros metros com o carro notei que o indicador de energia não ficava azul, cor que indica que o motor elétrico está auxiliando o propulsor 1.0 turbo. Após cerca de duas horas dirigindo e em uma situação de subida de ladeira que notei os grafismos azuis no painel.

Isso se repetiu em outros momentos, mas somente com a parte que “injeta” energia no motor. A parte de regeneração de energia do motor elétrico sempre funcionou em todas as desacelerações. Mesmo no alívio de pé mais momentâneo, a indicação de regeneração se fazia presente.

Novamente, não sei se isso é um problema específico desta unidade, ou se será algo tradicional dos motores T200 Hybrid. Em breve, teremos o lançamento desse conjunto em Peugeot 208 e 2008.

Por que a Fiat usa esse sistema?

Fiat Pulse Hybrid
Fiat Pulse Hybrid Foto: Luiz Forelli/Vrum

O sistema híbrido leve (MHEV) é uma alternativa rápida e barata que muitos fabricantes utilizam para eletrificar seus veículos. No caso do Pulse e Fastback, a bateria auxiliar do sistema é posicionada abaixo do banco do motorista, sendo a única alteração na carroceria para receber o sistema. Uma motorização híbrida plena (HEV) ou mesmo plug-in, demandaria mudanças estruturais mais robustas e custosas, o que também elevariam e muito o preço das versões híbridas dos carros. 

A ideia da Fiat é conseguir reduzir os níveis de emissões de seus carros o mais rápido possível, e para isso o sistema é muito bom. Segundo o Inmetro, os níveis de emissão do Pulse caíram de 44 NMOG+NOx (gases orgânicos não metanos + óxidos de nitrogênio) para 42 NMOG + NOx.

Modelos mais rebuscados como híbridos plenos e plug-in devem ser lançados pela Fiat no futuro, que prepara uma geração completamente nova de produtos

O Pulse híbrido é mais caro? 

Fiat Pulse Impetus T200 Hybrid
Modelos híbridos são identificados somente pelo emblema T200 Hybrid na tampa do porta-malas Foto: Maurício Campelo/Vrum

Atualmente, o Pulse T200 Impetus tradicional é vendido por R$ 138.990, enquanto o modelo híbrido custa R$ 144.990.

Vale a pena pagar mais pelo híbrido?

São 6 mil reais de diferença que não se justificam na economia, mas, dependendo do estado, o valor do IPVA (ou a isenção) pode fazer o híbrido valer a pena. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Pulse tradicional paga R$ 5.559,60, enquanto o híbrido pagará R$ 2.174,85, ou seja, levariam dois anos para compensar o gasto a mais.

A longo prazo, outras perguntas deverão entrar em questão, como por exemplo: os valores da bateria de chumbo de 12V do modelo híbrido - que é diferente do Pulse a combustão - bem como o preço da bateria de íons de lítio -a adicional -, que também pode apresentar defeito.

Conclusão:

Quem pensar no Pulse híbrido somente pela economia de combustível irá se decepcionar, mas quem não se importa com isso e quer somente um Pulse 0 km estará muito bem servido. Caso o cliente tenha preferência pelos modelos sem eletrificação, deverá ir logo às lojas, já que a Fiat afirmou que ia parar de oferecê-los no início de 2025, mas o modelo ainda está disponível no configurador.

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