x
UAI
AVALIAÇÃO

Primeiras impressões: Porsche Taycan 2025 mistura luxo, conforto e brutalidade

Primeiro carro elétrico da Porsche recebe seu primeiro facelift e melhorias consideráveis

Publicidade
 Esportivo elétrico ganhou novidades na Europa em fevereiro de 2024
Esportivo elétrico ganhou novidades na Europa em fevereiro de 2024 Foto: Divulgação/Porsche

O Porsche Taycan 2025 chega oficialmente ao ao Brasil com novidades que reforçam seu posto como um dos elétricos mais desejados do mundo. Com aprimoramentos na bateria, autonomia, tempo de recarga e desempenho, além de retoques visuais, o modelo permanece com suas duas carrocerias no país: o sedã e o Cross Turismo, este último o queridinho dos brasileiros, especialmente na versão 4S. 

Testamos a inédita Taycan Turbo Cross Turismo, de R$ 1.225.000, em um trajeto de São Paulo até Mogi Guaçu (SP), em um trajeto de cerca de 300 km, e o resultado é impressionante: potência absurda, estabilidade caprichosa e conforto de sobra.

O Taycan 2025 tem preços iniciais que refletem seu status de luxo e performance. No sedã, a linha parte de R$ 820.000 na versão base (Taycan), subindo para R$ 850.000 no Taycan 4, R$ 875.000 no Taycan 4S, R$ 1.010.000 no Taycan GTS, R$ 1.175.000 no Taycan Turbo e R$ 1.435.000 no Taycan Turbo S. A grande estrela é a Taycan Turbo GT com pacote Weissach, que custa R$ 1.535.000 – um monstro que pisamos fundo na pista. 

Porsche Taycan Turbo Cross Turismo
Porsche Taycan Turbo Cross Turismo Foto: Divulgação/Porsche

Já o Cross Turismo, a perua elétrica, começa em R$ 920.000 no Taycan 4 Cross Turismo, vai a R$ 935.000 no Taycan 4S Cross Turismo e chega a R$ 1.225.000 na opção Turbo Cross Turismo (opção inédita pedida pelos concessionários brasileiros). Esses são valores iniciais, já que a Porsche permite personalizações que podem inflar bastante o preço final.

No Brasil, desde sua estreia em 2021 até 2024, o Taycan já emplacou mais de 1.188 unidades, mostrando sua força no segmento de elétricos premium. E o modelo 2025, com suas melhorias, promete manter esse sucesso.

A principal evolução do Taycan 2025 está na bateria, agora com 105 kWh (antes 93,4 kWh), que traz mais autonomia, recarga mais rápida e até 9 kg a menos no peso total do carro. Isso foi possível graças a uma nova disposição de ímãs, formato de bolsa (que aumenta a quantidade de células e dissipa melhor o calor) e componentes de compressão de ar para resfriamento. 

No Brasil, onde o calor é presente quase a todo momento, esse sistema ajuda a bateria a “respirar” melhor, e também aquece automaticamente em dias frios, como exemplo na Europa.

O resultado teórico é que a temperatura inicial de recarga caiu de 35°C para 15°C (20°C a menos), o peso da bateria foi de 634 kg para 625 kg, e a densidade de energia subiu de 148,7 Wh/kg para 168,3 Wh/kg. Resumindo: mais energia em menos peso, com maior resistência a temperaturas extremas e vida útil prolongada.

Na prática, a autonomia cresceu bastante. O Taycan base, com 408 cv, foi de 286 km para 393 km (+37%). O Turbo S, com até 952 cv, saltou de 278 km para 425 km (+53%). O Turbo Cross Turismo que testamos, com até 884 cv, entrega 415 km (todos esses dados segundo o Inmetro). 

E isso se reflete no desempenho: o 0 a 100 km/h do Taycan base caiu de 5,4 s para 4,8 s, enquanto o Turbo S foi de 2,8 s para 2,4 s. O Turbo Cross Turismo, que testamos, faz 2,6 s, com velocidade máxima de 250 km/h. É ridículo o quanto esse carro é potente.

Outro salto está na recarga. A potência máxima em corrente contínua (DC) subiu de 270 kW para 320 kW, reduzindo o tempo de 10% a 80% de 22 minutos para 18 minutos em condições ideais. Isso significa que, em 10 minutos, você ganha 250 km de autonomia, contra 178 km do modelo anterior. Em temperaturas mais baixas, como 15°C, o ganho é ainda maior: o tempo caiu de 37 minutos para 18 minutos. 

A entrega de potência também evoluiu. No Turbo Cross Turismo que dirigimos, são 884 cv com overboost e 90,7 kgfm de torque. No Turbo S, o motor sozinho rende 775 cv, mas com o novo botão “Push to Pass” (disponível do 4S para cima), você ganha quase 100 cv extras por 10 segundos, chegando a 870 cv – justamente para ajudar ainda mais em ultrapassagens. Com controle de largada ativado, o Turbo S atinge 952 cv. 

É uma patada, te joga pra trás, e o “Push to Pass”, bem no centro do seletor de modos, é um trunfo para quem quer sentir o carro no limite.

Em nosso trajeto, quase 4 horas dirigindo o carro, a experiência foi fora da curva – literalmente. Na estrada e na cidade, o carro é extremamente estável e confortável. A suspensão pneumática adaptativa, agora padrão em todas as versões, ajusta a altura de acordo com o modo de condução, trazendo mais esportividade ou suavidade. 

Há ainda o opcional Active Ride (R$ 45.530), que são bolsas de ar em cada roda que controla a rolagem da carroceria em curvas, mergulhos em frenagens e até levanta o carro 5 cm para facilitar entrada e saída. O modelo que testamos, mesmo sem o opcional, aponta para onde quer, e vai colado no chão. O isolamento acústico é impecável, com leve ruído dos pneus 21” (19” de série), mas nada que incomode.

Com 0 a 100 km/h em 2,6 s, o Turbo Cross Turismo é absurdamente vigoroso. A potência gruda você no banco, mas você não sente o balanço, parece que tá tudo sob controle. 

A tração integral prioriza a traseira, mas a dianteira entra quando necessário, o que garante curvas precisas e respostas imediatas no volante. Os freios ventilados seguram bem tanta força, e os modos Sport e Sport Plus adicionam um som artificial de motor.

Por dentro, o layout é quase o mesmo do modelo anterior, mas com atualizações. O painel de instrumentos curvo de 16,9” e a multimídia de 10,9” permanecem o mesmo. O modelo testado tinha a tela opcional de 8,4” pro passageiro, que às vezes funcionava às vezes não. No Brasil, devido à legislação brasileira, ela não deveria ligar mesmo. 

Porsche Taycan
Porsche Taycan Foto: Divulgação/Porsche

Tudo é intuitivo e bem encaixado, com conforto e ergonomia. Só a tela central do ar-condicionado pode confundir no dia a dia, mas os comandos estão todos à mão.

Os faróis Matrix LED com 32 mil pixels, agora de série em toda linha Taycan, ajustam o facho automaticamente, destacando pedestres e se adaptando à estrada. Na traseira, o opcional “Porsche” iluminado dá um charme extra.

Falando em visual, as mudanças são sutis. Os para-choque dianteiro estão mais fechados, faróis mais achatados, paralamas estreitados e novos elementos no para-choque traseiro. A identidade é a mesma, mas com um toque mais agressivo. A plataforma J1 segue firme, sustentando o modelo. 

Porsche Taycan
Porsche Taycan Foto: Divulgação/Porsche

O Porsche Taycan 2025, que divide a mesma arquitetura do Audi e-tron GT,  mostra o melhor carros elétricos de luxo com uma bateria melhorada, recarga mais rápida, potência de sobra e um comportamento que mistura esportividade e conforto como poucos. Ele está inegavelmente mais potente e que te faz esquecer a velocidade, já que te mantém tranquilo e no controle. Se o bolso permitir, é uma escolha que impressiona – e muito.