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Avaliação técnica do Mercedes-Benz CLC 200 K

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Foto:

Motor de 184 cavalos faz com que o cupê chegue a 231 km/h

Bom

Climatização

O sistema é o Thermatic manual, com modo automático. Tem opção de ajuste de temperatura diferenciado para condutor e passageiro. Para os passageiros de trás tem difusor de ar específico instalado no fim do console central, com boas vazão e angulação. Apresentou bom funcionamento pelo baixo tempo para proporcionar a sensação de conforto em todo o habitáculo, rumorosidade de funcionamento moderada e está bem vedado.

Freios

Apresentaram ótimo comportamento dinâmico no uso misto. O pedal de freio está bem definido na relação e sensibilidade e o ABS, bem calibrado. Numa utilização severa e esportiva, em longa descida sinuosa, com freadas fortes na entrada de curvas, apresentou boa resistência térmica. O freio de estacionamento é por comando a pedal e atuou normal. Em frenagem simulada de emergência, em velocidade sobre asfalto seco e terra batida, a desaceleração foi eficiente, com reações homogêneas nos dois eixos e manutenção da trajetória.

Câmbio

É automático de cinco marchas e tem a opção de uso manual sequencial, com toques na alavanca, mas as trocas são instantâneas ao atingir a rotação do motor pré-estabelecida pelo gerenciamento eletrônico do câmbio. As relações de marchas/diferencial estão bem definidas e atendem bem a dinâmica do veículo no uso urbano e em rodovias. A resposta em kick down é imediata. No quadro de instrumentos tem display informando o modo e a marcha selecionada. Junto à alavanca tem tecla no console para utilização normal e esportiva do câmbio.

Motor

As retomadas de velocidade e aceleração são muito eficientes, com respostas imediatas, rápidas e progressivas, com o auxílio do compressor. A potência gerada é muito boa para um quatro cilindros e sua cilindrada e o torque máximo têm curva plana de 2.800 a 5.000rpm, favorecendo bastante na dirigibilidade no uso misto. A rumorosidade de funcionamento é razoável, apesar da atuação do compressor.

Vedação

Boa contra água e poeira.

Suspensão

O conforto de marcha é compatível com a proposta esportiva desta versão, com transferência das imperfeições do solo para dentro. A estabilidade merece destaque pela ótima precisão, com mínima inclinação da carroceria, em curvas de raios variados. No limite da aderência lateral e da estabilidade direcional atuaram com precisão os sistemas eletrônicos de estabilidade e tração.

Iluminação

O sistema tem sensor crepuscular. Há luz de cortesia somente no porta-luvas e no porta-malas. Na zona do teto tem plafoniê junto ao retrovisor, com lanterna e dois spots fixos integrados, e na traseira, uma lanterna acima da cabeça dos passageiros, com bom resultado em iluminação. Os faróis, que têm construção com duplo refletor, são eficientes no baixo e no alto e contam com regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. Embutidos no para-choque estão os faróis auxiliares de neblina. O quadro de instrumentos, o console central e os interruptores dos painéis de porta têm fácil identificação noturna.

Regular

Acabamento da carroceria

A pintura tem bom acabamento. As duas portas estão desniveladas e o capô e a tampa do porta-malas estão descentralizados e desnivelados.

Vão do motor

O acesso à manutenção é satisfatório. Os itens de verificação permanente têm fácil identificação, mas o reservatório de fluido de freio é encoberto por chapa plástica e a zona superior do reservatório de expansão é preta, o que dificulta a visualização do nível, além de a parte inferior ser opaca e sem indicação de máximo/mínimo. O resultado da insonorização é razoável em relação ao habitáculo.

Altura do solo

Toda a zona inferior do motopropulsor tem proteção por chapa integral em aço de boa espessura, que toca com freqüência o solo em saídas de garagem com desnível e a zona central do chassi ao transpor quebra- molas mais salientes.

Nível de ruídos internos

O efeito aerodinâmico é baixo em alta velocidade, mas ao trafegar sobre piso de paralelepípedo, terra e asfalto ruim surgem vários pequenos ruídos no habitáculo.

Direção

A velocidade do efeito retorno é muito lenta e incomoda em algumas situações. O eixo dianteiro é equipado com pneus na medida 225/45R17 e o traseiro na medida 245/40R17, com rodas de 7,5 e 8,5 polegadas, respectivamente. É uma solução de engenharia pouco usual, além da indicação da pressão dos pneus diferenciada em função da velocidade máxima que pretende-se usar, também pouco prático. Apresentou boa precisão na reta e em curvas. Em curvas, sobre piso de terra e calçamento, o sistema tem baixa rumorosidade. A coluna de direção tem ajuste manual em altura e distância com ótimo curso.

Limpador de para-brisa

O sistema tem sensor de chuva. O reservatório de água instalado dentro do vão do motor tem fácil acesso e visualização. Os esguichos são do tipo spray em V, com ótima vazão e abertura, que atingem todo o para-brisa, no qual palhetas de qualidade varrem excelente área. No vidro traseiro, apesar do perfil aerodinâmico da carroceria, não está equipado com limpador.

Alarme

O sistema é completo, com chave de ignição especial com comando a distância e proteção perimétrica das partes móveis e volumétrica dentro do habitáculo. Ao dar comando pelo controle remoto para travar as portas os vidros só sobem automaticamente se continuar pressionando a tecla, mas nesta condição não atua o sistema antiesmagamento, somente na opção de fechamento por meio de tecla interna de apenas um toque.

Ruim

Estepe/macaco

O estepe é do tipo especial para pequenos deslocamentos e a baixa velocidade. Está instalado dentro do porta-malas, vem vazio para caber no local e no kit de troca tem compressor para enchimento. A operação de troca não é simples nem fácil, além de o pneu/roda de uso danificado não caber no local específico no assoalho, obrigando a ir no plano superior, junto à bagagem, causando transtorno. Tem, inclusive, um saco plástico para embalá-lo. Essa solução não é funcional nem prática no Brasil, devido à baixa qualidade de estradas e ruas. A operação de troca deverá ser mais frequente que o usual, devido à série 40 dos pneus traseiros e 45 dos dianteiros, extremamente baixas e muito vulneráveis a buracos.

Extra

Volume do porta-malas

O declarado pela fábrica é de 310 litros e o encontrado, com o banco traseiro na posição normal e a tampa do bagagito fechada, foi de 290 litros.

* Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan