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Chevrolet Agile LTZ 1.4 - Moderno, mas com ressalvas

Hatch tem estilo que divide opiniões, com formas robustas e detalhes exagerados, mas agrada pelo espaço interno e porta-malas. Acabamento ruim lembra o do Celta

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A General Motors quer mostrar para o mundo que pelo menos no Brasil a empresa vai bem e não deve nada a ninguém. Para provar, acaba de lançar o primeiro modelo do Projeto Viva, o hatch compacto Agile. Depois virão picape, utilitário-esportivo e sedã. O novo modelo foi totalmente desenvolvido no Brasil, mas é produzido na Argentina. Chega com banca de carro moderno, com estilo robusto e detalhes exagerados, como a grade dianteira. Mas preserva alguns vícios da marca, como material de baixa qualidade no acabamento interno. O espaço interno é bom e o desempenho satisfaz.

Estilo

Todo modelo novo normalmente chama a atenção pela beleza de suas linhas ou por ser estranho, feio mesmo. Alguns dividem as opiniões. É o caso do Chevrolet Agile, que tem como principal característica a robustez de suas formas, com a frente alta e grandes faróis de duplo refletor que invadem as laterais e sobem em direção à coluna A, seguindo uma tendência. Mas a grade dianteira é exagerada, muito grande, com desenho que remete aos caminhões Chevrolet de décadas passadas.

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Outro detalhe que depõe contra o hatch é a abertura da parte inferior do para-choque dianteiro, que não tem a tela de proteção para o radiador. Nas laterais, destaque para a linha do teto curva e os vidros com recorte arqueado. A coluna C é muito larga e prejudica a visibilidade lateral traseira. O modelo é alto, detalhe que pode ser percebido pela distância da caixa de roda e os pneus. A traseira tem desenho mais equilibrado, com as lanternas acompanhando o recorte da tampa do porta-malas e invadindo as laterais.

Espaço


Os projetistas da GM conseguiram dar uma boa solução para a questão do espaço. A começar pelo porta-malas, que tem bom volume para um veículo dessa categoria. O compartimento é mais fundo e cabe boa quantidade de bagagem, mas o absurdo é que a tampa traseira só abre com a chave. Não tem botão interno e nem externo. O espaço interno também é bom, acomodando bem cinco pessoas, sendo dois adultos e uma criança no banco traseiro, onde tem apenas dois apoios de cabeça e o cinto central é abdominal. Os bancos dianteiros são confortáveis e apoiam bem as pernas. O do motorista tem regulagem de altura e o do passageiro conta com encosto que reclina para frente, facilitando o transporte de objetos compridos dentro do carro. O túnel central mais baixo no assoalho favorece o espaço para as pernas no banco traseiro.

Acabamento

O interior foi bem desenhado, com painel principal funcional, equipado com instrumentos analógicos e digitais, de fácil leitura. Os comandos em geral estão bem localizados, bem à mão do motorista e passageiro da frente. O modelo tem de série computador de bordo, com informações necessárias. Mas o acabamento interno deixa a desejar. Lembra muito o do Celta, com plástico de qualidade inferior e algumas falhas nos arremates. Já o revestimento em tecido dos bancos atende. Ponto para a GM na solução encontrada para abrigar o GPS: fica na parte alta do painel, com direito a tampa. Bem diferente da gambiarra feita no Vectra, no qual o equipamento fica preso com ventosa no para-brisa.

Desempenho

O Agile é equipado com motor 1.4 flex, que proporciona desempenho satisfatório. Merecia um propulsor de maior cilindrada. Aliado ao câmbio manual de cinco marchas, com bons engates, o motor não proporciona respostas muito rápidas nas acelerações. Com o ar-condicionado ligado e pesado a situação fica pior, ainda mais em uma cidade com topografia como a de Belo Horizonte. Para conseguir melhor performance é preciso pisar fundo no acelerador, aumentando o consumo. O computador de bordo apontou na cidade 8,8km/l (gasolina) e 5,5km/l (álcool), e na estrada 14,1km/l (g) e 10km/l (a). As relações de marcha da transmissão ficariam melhores se fossem um pouco mais curtas.

Mesmo com a forte inclinação da carroceria, as suspensões passam segurança



Durinho

O hatch da GM é alto e com isso passa a sensação de ter problemas de instabilidade. As suspensões , entretanto, garantem segurança nas curvas, desde que não haja abusos. A inclinação da carroceria às vezes assusta. Mas, por outro lado, as suspensões são ásperas e transferem para o interior as irregularidades do solo, causando desconforto.

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