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Chevrolet Classic 2011 - Para ultrapassar o Chevette

Corsa Classic quer ir para o baile de debutante como o modelo mais vendido da história da Chevrolet e conta com leves mudanças e bom porta-malas para incrementar as vendas

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De Bertioga (SP) - Em dezembro, o Corsa Classic completará 15 anos. Nasceu Corsa Sedã e, com o tempo, ficou desatualizado em relação ao irmão de carroceria hatch. Assim, perdeu a linha, ou melhor, o nome, mas manteve a pose e, em 2004, mudou a alcunha para Classic. Agora ganha leves ajustes estéticos e deseja mostrar que pode ser um campeão de vendas, mesmo não sendo um exemplo moderno de estilo. O objetivo da General Motors é torná-lo o sedã mais vendido da história da marca no país, superando o Chevette, que entre 1973 e 1994 vendeu 1.065.000 unidades. A GM já rompeu a barreira de 1 milhão de unidades com o modelo e a meta é comercializar 11 mil por mês, o que significa um crescimento de 20% ? margem suficiente para superar o Chevette até o fim do ano.

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O presidente da GM do Brasil e do Mercosul, Jaime Ardila, disse que o elemento chave para o sucesso comercial é a relação custo-benefício do sedã compacto. Duas explicações para entender as palavras do executivo: a primeira é que o preço básico sugerido é de R$ 28.294, mais alto que o do modelo antigo, mas mesmo assim capaz de posicioná-lo como o mais barato do mercado no segmento; e a segunda diz respeito ao benefício, que se deve justamente ao fato do modelo ser um sedã compacto, com um porta-malas de 390 litros, capacidade volumétrica melhor do que a de hatchs de preço semelhante.


Projeto antigo


Porém, o custo-benefício tem seu preço e quem compra um Classic arca com vários. Além de ser um projeto antigo, a atualização foi mínima e somente estética. Na frente, recebeu novos faróis e grade frontal, identificada com os modelos atuais da GM. Na lateral, luzes que indicam a direção, maçanetas, espelhos e frisos disponíveis na cor da lataria. Na traseira, um ressalto foi colocado, talvez para que um desavisado saiba que realmente mudou algo, além de novos desenhos das lanternas. Todas essas modificações não foram arte do centro de estilo da GM brasileira e sim uma cópia da antiga geração do chinês Sail.

A traseira conta com novas lanternas, para-choque e tampa do porta-malas, que ganhou um ressalto maior



Além do estilo defasado, o maior pecado do Classic continua sendo a segurança. Não é possível equipar o carro com freios ABS nem airbag, nem mesmo como opcional. O banco traseiro tem apenas dois encostos de cabeças não reguláveis e o passageiro central também não tem a opção do cinto de segurança de três pontos. Como opcionais, o Classic tem ar-condicionado, direção hidráulica e protetor de cárter. Já para os itens de personalização há uma feira completa: faróis com máscara negra; protetor de soleira; rodas de alumínio com aros de 13 e 14 polegadas; lâmpada azul para o farol e faróis auxiliares e até geladeira, entre outras bossas, incluindo um rádio que recebe mensagens de texto no visor do aparelho, o que, inclusive, pode distrair a atenção do motorista.

O interior do Classic é o mesmo, assim como a parte mecânica, com o motor 1.0 VHCE Flexpower, que rende 78cv com álcool e 77cv com gasolina e torque de 9,7kgfm (a) e 9,5kgfm (g) a 5.200 rpm, suficiente para os 905 quilos, dentro da proposta de um veículo com motor 1.0. É força suficiente para quem tem o Chevette como norte. Difícil vai ser vender tanto quanto o Fusca, o Volkswagen Sedan, que emplacou 3.150.000 no país, já que, em 2014, novas leis de segurança estarão em vigor e equipamentos de segurança, como airbag e freios ABS, serão obrigatórios, o que deve mudar a atual relação custo-benefício.

(*) Jornalista viajou a convite da General Motors do Brasil.