De patinho feio a cisne ou de sapo a príncipe. Assim pode ser definida a transformação radical de estilo do Cobalt, médio-compacto da GM. Reestilizações acontecem por motivo mercadológico. Fabricantes precisam expor na mídia produto com cara nova para ficar em evidência. Poucas reestilizações surtiram tanto efeito quanto esta. Além disso, a nova versão topo de linha, a Elite, abusa do marrom, tonalidade da moda no mundo automotivo, tanto na carroceria quanto no revestimento em couro dos bancos e painéis de portas.
As lanternas verticais, tipo tuning, que tinham pouco a ver com o estilo do carro, foram substituídas pelas horizontais. O enorme farol quadrado cede a vez ao de formato horizontalizado. A tampa do porta-malas passa a ter aerofólio para compor o visual.
DENTRO
Modificações nos paineis de porta e reposicionamento dos comandos dos vidros, deixando-os com melhor acesso. Na base do retrovisor interno estão os comandos do sistema de informação OnStar, que está integrado ao multimídia MyLink. Porém, o melhor do Cobalt é o espaço interno, principalmente para os que assentam no banco traseiro. A mesma fórmula adotada pelos concorrentes diretos: Nissan Versa e Renault Logan, que não figuram no quadro de concorrentes pela falta da transmissão automática. Esses três não se encaixam no segmento médio-médio por terem bitolas menores. O que é valorizado neles é o espaço interno e porta-malas enorme. Esses modelos têm espaço de carros médios-grandes para pernas no banco traseiro. Porém, faltam apoio de cabeça e cinto retrátil de três pontos no assento central. Ausência de itens básicos de segurança em carro de quase R$ 70 mil é inadmissível.
O acabamento evoluiu muito e, na versão Elite, o revestimento em couro está muito benfeito. Os encaixes dos plásticos também. No embalo da eletrônica, o sistema OnStar é o queridinho da GM.
DIRIGINDO
A posição elevada do motorista é característica de outro modelo da marca, o Onix. O estranhamento inicial dá lugar ao acostuma-se rapidamente, apesar de os maior estatura precisarem abaixar para ver o semáforo. A suspensão proporciona boa estabilidade, mas deixa passar as incômodas imperfeições do piso ruim para os ocupantes. A direção hidráulica tem boa calibragem entre o conforto nas manobras e peso em velocidades elevadas. O diâmetro de giro grande obriga o motorista a manobrar mais. Carros da marca sempre viraram bem. O Cobalt destoa.
O câmbio automático de seis marchas tem trocas suaves, mas o antigo motor 1.8 de cabeçote simples – duas válvulas por cilindro – é ruidoso em rotações elevadas. E é mais apropriado para cidade, pois o torque está presente desde as rotações mais baixas. Atinge a velocidade de 100km/h em 10,9 segundos. Muito bom, mas falta elasticidade em velocidades mais altas. Motores com cabeçote de quatro válvulas por cilindro não têm esse problema. Outro detalhe para se acostumar é com as trocas manuais por meio de teclas na alavanca. Passa também do estranho ao habitual rapidamente. Não é o ideal, mas está longe de arrepiar.
Não há como negar a evolução do Cobalt no acabamento e nas linhas da carroceria. Porém, nada justifica um aumento de cerca de R$ 5 mil em todas as versões. Realmente, o modelo foi promovido a carro caro. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
Espelho, espelho meu...
Confira desempenho, consumo, equipamentos de série e a ergonomia do Cobalt, que tem porta-malas enorme, mas peca pela falta de segurança básica no assento central traseiro (Por Pedro Cerqueira)
O Cobalt estreou a segunda geração do sistema multimídia MyLink, que traz como principal novidade a função de espelhamento (via cabo USB) para smartphones com sistema Android e iOS. Além de comandar todas as funções a partir da tela tátil de 7 polegadas do veículo, com o espelhamento, é possível usufruir de todo o conteúdo do smartphone, como os aplicativos Waze (para navegação), Spotify (música) e WhatsApp (rede social). As mídias disponíveis são rádio, Bluetooth e entradas USB e auxiliar. A operação do MyLink ficou mais simples e intuitiva. Na telefonia, por exemplo, existem várias formas de fazer uma chamada: pelo teclado numérico, pelo histórico de chamadas, pela lista de contatos ou fazendo uma busca. A tela agora tem sensibilidade ao toque mais apurada. O volante tem comandos multifuncionais, incluindo chamada por voz. O sistema não tem navegação própria nem entrada de disco (CD/DVD).
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, oito válvulas, 1.796cm³ de cilindrada, que desenvolve potências máximas de 106cv (gasolina) e de 108cv (etanol) a 5.400rpm e torques máximos de 16,4kgfm (gasolina) e de 17,1kgfm (etanol) a 3.200rpm
» TRANSMISSÃO
Tração dianteira com câmbio automático
de seis velocidades
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com
assistência hidráulica
» FREIOS
A disco na dianteira e a tambor
na traseira, com ABS
» SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com braço de controle ligado à haste tensora e barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção e barra estabilizadora/6 x 15 polegadas, de liga leve/ 195/65 R15
» CAPACIDADES (**)
Do tanque, 54 litros; e de carga (ocupantes e bagagem), 423 quilos, porta-malas, 563 litros
» DIMENSÕES (A x B x C x D x E) (m) (*)
4,47 x 1,73 x 1,51 x 2,62 x 1,93
» DESEMPENHO (**)
Velocidade máxima (km/h), 170 (g/e); aceleração até 100km/h (s), 11,2 (g) e 10,9 (e)
» CONSUMO km/l (***)
Cidade, 6,9(e)/8,9(g); estrada, 9,5(e)/12,3(g)
(*) A: comprimento, B: largura, C: altura, D: entre-eixos e E: medida de conforto (distância entre o encosto do banco traseiro e o pedal de freio)
(**) Dados dos fabricantes
(***) Dados do Inmetro
(g): gasolina e (e): etanol
EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Ar-condicionado, direção hidráulica, desembaçador traseiro, coluna de direção com regulagem de altura, chave do tipo canivete com abertura à distância, trava elétrica das portas, encosto traseiro rebatível 60/40, comando elétrico para os vidros dianteiros e traseiros, banco do motorista com regulagem de altura e sistema de som com CD/MP3, rádio AM/FM, Bluetooth, computador de bordo, espelhos retrovisores com comando elétrico e entrada USB. Mostrador digital, grade dianteira e barra traseira cromadas, interior com revestimento em dois tons, rodas de liga leve e maçanetas internas e comandos do ar-condicionado cromados, airbag duplo frontal, freios ABS, faróis de neblina e alarme antifurto, entre outros.
» OPCIONAIS
Não há.
O Chevrolet Cobalt 1.8 Elite tem preço sugerido de R$ 67.990.
NOTA (0 A 10)
Desempenho.....................8
Espaço interno...................9
Suspensão/direção............ 7
Conforto/ergonomia........... 8
Itens de série/opcionais..... 8
Segurança..................... .. 7
Estilo............................... 9
Consumo............................7
Tecnologia ..........................7
Acabamento.........................8
Custo/benefício................... 7