UAI

Citroën Xsara Picasso 1.6 flex - Ainda mais flexível

Onda de modelos flexíveis vem contagiando todo o mercado brasileiro, incluindo os monovolumes. Para ficar mais competitivo, Picasso 1.6 16V também entrou na moda

Publicidade
Foto:

Para encarar de igual para igual o principal concorrente, o Renault Scénic, a Citroën equipou também o seu monovolume médio, que é líder disparado do segmento, com sistema que aceita álcool, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção. Agora, o proprietário tem a vantagem de escolher o combustível que mais compensa, em função do preço. O sistema flex funcionou perfeitamente: a partida a frio pela manhã não apresentou nenhum problema, mesmo com apenas álcool no tanque; e as retomadas e acelerações foram uniformes, sem falhas, tanto com o combustível derivado da cana quanto o derivado do petróleo.

Mudanças

Para ganhar sistema flexível, o Picasso passou por algumas mudanças. Entre as principais estão: remapeamento da central da injeção eletrônica do motor (que é o mesmo 1.6 16V flex que equipa o C3); nova bomba de combustível; sistema de partida a frio (dentro do compartimento do motor); e tratamento de alguns componentes internos para resistir ao álcool. Com essas alterações, o desempenho continua compatível com a proposta familiar do carro, embora arrancar na subida com quatro adultos e ar-condicionado ligado exija um pouco de paciência. A diferença de desempenho é pequena, mas pode ser percebida por um motorista mais atento, assim como a aspereza do motor, quando o carro está com apenas álcool no tanque. O câmbio tem relações de marchas bem acertadas e os engates são precisos.

Linhas externas não mudaram e vidro traseiro muito inclinado prejudica a visão do motorista. Já o motor tem desempenho compatível com a proposta familiar do carro


Por fora

Não houve nenhuma mudança externa. Detalhes de estilo, como a linha bastante curva do teto e a coluna ‘A’ que se prolonga até o pára-lama dianteiro, fazem do Picasso um carro amado ou odiado. Mas o lado inovador do design pode estar com os dias contados, pois a Citroën vai importar, a partir de março, o novo Picasso, que é derivado do C4 e um veículo bem mais moderno em todos os sentidos. A montadora não vai aposentar tão cedo o modelo atual, que é produzido em Porto Real (RJ), mas, ao colocar os dois, lado a lado, o monovolume nacional certamente ficará bem envelhecido. Uma das vantagens da atual carroceria é a boa luminosidade interna, devido à grande área envidraçada. Por outro lado, as colunas ‘A’ prejudicam a visão em curvas e a visibilidade traseira não é das melhores.

Espaçoso

Por dentro, o Picasso continua imbatível em termos de espaço, tanto para uma grande família (o banco traseiro, por exemplo, acomoda três adultos) como para as suas respectivas bagagens (cabem 550 litros sem rebater o banco traseiro). Mas o painel também continua o mesmo: confuso, exigindo muita atenção do motorista para a leitura e sem conta-giros (tacômetro). Outro ponto negativo que permanece é o alto nível de ruídos, vindos de bancos, painéis de porta, suspensão e do ar sobre a carroceria. A unidade avaliada estava com um problema gravíssimo: a fivela do cinto do meio do banco traseiro não se fixa no encaixe, impedida pela lateral do banco.

Mesinhas

Mas o monovolume tem muita coisa interessante, como mesinhas do tipo avião no costado dos bancos dianteiros; cintos de três pontos e apoios de cabeça em todos os bancos; porta-luvas com boa capacidade e muitos porta-trecos; regulagem interna de altura do facho dos faróis; ar-condicionado com controle independente para o banco traseiro; airbags frontais e laterais; sensor de estacionamento; e sistema Bluetooth de telefonia e de transmissão de dados integrado ao sistema de som. Outro ponto positivo é a estabilidade, principalmente levando-se em conta a altura do carro. Por outro lado, o diâmetro de giro é ruim e dificulta as manobras de estacionamento.

Leia mais sobre o Picasso Flex no Veja Também, no canto superior direito desta página.