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Com capota rígida, Toro Ultra perde pegada de picape, mas ganha praticidade

Testamos a Fiat Toro equipada com capota rígida na caçamba, opção que dificulta o uso do veículo como picape. Mas a solução também traz praticidade no cotidiano

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Com capota rígida, Toro Ultra perde pegada de picape, mas ganha praticidade
Com capota rígida, Toro Ultra perde pegada de picape, mas ganha praticidade Foto: Com capota rígida, Toro Ultra perde pegada de picape, mas ganha praticidade

Já em fim de ciclo, com reestilização esperada ainda para este primeiro semestre de 2021, a Fiat Toro tem uma versão bastante equipada (e cara!), que traz como destaque a capota rígida da caçamba. Trata-se da versão Ultra, vendida por R$ 183.790. Então, de início, já alertamos para ter cautela quanto à compra do modelo agora. Se for comprar, ao menos negocie um belo desconto para aliviar seu prejuízo na hora de passar a picape adiante. Na verdade, a ideia de testar um veículo prestes a ser renovado está focada na capota rígida, que certamente será mantida na Toro 2022 e deve também ser aplicada na compacta Strada.

A primeira coisa a saber desta versão é que você deixa de ter, de forma rápida, o uso do veículo como uma picape. A tampa rígida pode ser retirada, mas exige tempo e ferramentas, precisando de um planejamento. Assim, a escolha desta versão é ideal para quem enxerga a picape como um veículo estiloso, e que raramente vai precisar carregar moto, bicicleta, enfim, objetos maiores que ultrapassam o limite da capota. E aqui vale falar que a versão Ultra traz de série engate de reboque removível, caso seja essa a necessidade, compensando a “falta” de caçamba.

Mas, a tampa rígida também reúne vantagens para quem sabe que não vai fazer o uso do veículo como picape. A mais evidente é aumentar a segurança dos objetos carregados no compartimento de carga, uma vez que a tampa conta com uma maçaneta que só é acessível por dentro do compartimento de carga, e com trava. O manuseio do compartimento também é fácil, já que a tampa é escamoteável e sustentada por molas a gás. Na unidade testada, uma das travas dessa tampa exigia mais força no fechamento.

Outro aspecto positivo é que a vedação contra água e poeira é muito boa. Fundamental para a experiência positiva com a tampa rígida, a Toro Ultra vem equipada com uma enorme bolsa para acomodar com mais cuidado os objetos a serem levados ali, como as compras de supermercado. Conforme a conveniência, a bolsa tem abertura frontal ou superior por zíper. A bolsa também é fácil de ser retirada, caso seja necessário levar algum objeto mais volumoso na caçamba. O único ponto negativo é que a iluminação do compartimento de carga não alcança o interior da bolsa.

VISUAL Apesar de ser um detalhe, a capota rígida, assim como o santantônio moldado em fibra, não favorece o visual da Toro Ultra. Talvez por tradição, o contraste causado pela capota em lona e o santantônio tubular caem melhor em uma picape. Os estribos laterais que equipam a versão são decorativos, já que picape é baixa e de fácil acesso.

O interior tem bom acabamento, como o de um SUV compacto, mas nada excepcional, com bancos e aplique nas portas dianteiras em couro. A “pegada” desta versão é o interior em preto, mais esportivo, presente no revestimento do teto, para-sóis e colunas. Ainda assim, para um veículo que beira os R$ 200 mil, há um excesso de plástico duro.

O banco do motorista tem ajustes elétricos. Já o banco traseiro tem espaço razoável. O interior ainda fica devendo porta-trecos melhores, já que no console central existe apenas um porta-copos e o pequeno compartimento abaixo do apoio de braço, mas este com acesso menos imediato.

RODANDO O motor a diesel de 170cv e 35,7kgfm de torque “desperta” por volta dos 2.000rpm, o que basicamente atrapalha quando há necessidade de “arrancar” com mais rapidez. Também não tem como desprezar que o modelo tem alguma habilidade no fora de estrada (o que não significa que ele é um jipe ou um trator), por trazer tração nas quatro rodas e reduzida.

Mas, sem dúvida, a maior desvantagem mecânica da Toro é a falta de habilidade para manobrar, já que alguma coisa no projeto limita o esterçamento das rodas, deixando o motorista em maus lençóis em locais apertados. Já a sua maior vantagem é o comportamento dinâmico em curvas, mérito da suspensão traseira multilink, que também assegura muito conforto de rodagem.