A nova geração do Hyundai Creta foi lançada no Brasil no final de agosto. Com um claro reposicionamento de preço, a intenção da marca coreana foi colocar o modelo em uma faixa premium do SUVs compactos. A segunda geração do Creta custa a partir de R$ 114.690, porém a geração anterior foi preservada em versão única 1.6 AT6 Action, por R$ 102.990, para ter uma opção entre os utilitários esportivos de entrada.
Testamos o novo Hyundai Creta na versão Platinum, a mais completa equipada com o motor 1.0 turbo. Mas seu preço não é nada convidativo: R$ 145.190. Será que esse lançamento tem predicados que justificam esse valor?
Bom, pelo ponto de vista do design, a resposta é afirmativa. O novo Creta tem muita personalidade, presente principalmente no conjunto óptico que traz os faróis envolvidos pelas luzes de rodagem diurna formada por três elementos.
Ao mesmo tempo que o modelo tem um porte robusto, com o capô alto e as laterais vincadas, esse conjunto óptico transmite a ideia de tecnologia. A versão testada tem rodas de 17 polegadas. Antena “tubarão” e spoiler traseiro complementam o visual dinâmico do modelo. A traseira repete a ideia do conjunto óptico formato por diversos elementos
DENTRO O nível do acabamento interno ficou comprometido pelo excesso de plástico no painel, já que o aplique em marrom que se destaca ali apenas simula um couro com costura aparente. Os painéis de porta trazem um pequeno aplique em couro. A versão Platinum ainda tem bancos em couro, tapetes acarpetados e até um teto solar panorâmico.
Também é destaque no interior do veículo a tela horizontal de 10 polegadas do sistema multimídia e o display de 7 polegadas do quadro de instrumentos, que muda de cor de acordo com o modo de direção. Uma comodidade é o freio de estacionamento por botão com a função auto hold, que poupa o motorista de ficar com o pé no freio durante as paradas. Mas o melhor da festa é o banco do motorista com ventilação.
O espaço interno é bom. O banco traseiro tem assoalho quase plano e o no Creta é um dos compactos que acomodam melhor o passageiro central. A vida ali atrás é boa, e, além da visão do teto solar panorâmico, tem saídas de ar-condicionado, iluminação, porta-trecos e uma tomada USB. O porta-malas tem bom espaço, com 422 litros de volume, e ainda acomoda o estepe (de uso temporário). Se precisar de mais espaço, o encosto do banco traseiro rebate fracionado, formando uma superfície quase plana.
RODANDO Apesar de na ficha técnica constar que todo o torque está disponível com 1.500rpm, na prática o motor 1.0 turbo se impõe mesmo a partir dos 2.000rpm. Por este motivo, o uso do modo de direção Eco, que mantém as rotações do motor mais baixas, não foi interessante em uma cidade com relevo acidentado como Belo Horizonte. Mesmo rodando com o motor mais “cheio” no modo Normal, o consumo de combustível ficou na média do segmento.
Agora, se a ideia é ganhar desempenho, basta escolher o modo Sport para a gestão do câmbio automático “alongar” as marchas. As trocas de marcha do câmbio automático de seis velocidades podem ser feitas manualmente por aletas. Apesar de se tratar de um veículo mais alto, a suspensão dá confiança para o motorista explorar as curvas, e sem abrir mão do conforto de rodagem. A direção tem assistência elétrica progressiva, leve nas manobras e mais pesada em alta velocidade.
CONTEÚDO Além de um bom pacote de segurança – com seis airbags, controles de tração e estabilidade –, a lista de equipamentos de série da versão Platinum ainda traz outros destaques. Um deles são as câmeras de ponto cego, com visualização no painel de instrumentos sempre que o motorista aciona as setas. Já o sistema Bluelink permite comandar pelo smartphone funções como ligar o veículo, destravar as portas e abrir as janelas. Também é possível conseguir imagens de onde o veículo está, obter sua localização e ser notificado se o alarme disparou.
VALE? Então, vale a pena pagar R$ 145 mil nesse SUV compacto? Bom, até a data da gravação do vídeo de teste, o preço deste pacote do novo Creta estava bem próximo às versões semelhantes dos quatro concorrentes mais vendidos do segmento. Porém, o modelo testado tem sofrido diversos reajustes que afetaram a análise de custo-benefício. Então, apesar de bem equipado, o Creta já é o mais caro no universo analisado.
CONCORRENTES O Jeep Renegade Limited 1.8 AT6 (R$ 135.990), por exemplo, já custa quase R$ 10 mil a menos e traz itens como ar-condicionado de dupla zona, faróis Full LED, lanterna de neblina, retrovisor interno eletrocrômico e rodas de 19 polegadas. Em compensação, seu motor é o velho 1.8 aspirado, que tem desempenho fraco e consumo elevado de combustível.
O Volkswagen T-Cross 1.0 turbo AT6 Comfortline (R$ 142.750) traz a mais banco do motorista com ajuste lombar, quadro de instrumentos 100% digital, bloqueio do diferencial traseiro, sensor estacionamento dianteiro, mas seus bancos são em tecido, além de ser o único modelo analisado a não trazer teto solar panorâmico.
Já o Chevrolet Tracker 1.2 turbo AT6 Premier (R$ 143.920) se destaca pelas diversas funções semiautônomas, como frenagem automática de emergência e sistema de estacionamento automático. Em fim de ciclo, o Honda HR-V EXL1.8 CVT (R$ 137.800) se destaca apenas pelo conjunto óptico Full LED e o sensor dianteiro de estacionamento.
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 998cm³ de cilindrada, flex, com injeção direta de combustível, turbo, que desenvolve potência máxima de 120cv (com gasolina e etanol) a 6.000rpm e torque máximo de 17,5kgfm (g/e) a 1.500rpm
TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático de seis velocidades com opção de trocas manuais
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ de liga leve de 6,5 x 17 polegadas/215/60 R17
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva
FREIOS
Com discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e EBD
CAPACIDADES
Do porta-malas,422 litros; do tanque de combustível, 50 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 430 quilos
DIMENSÕES
Comprimento, 4,30m; largura, 1,79m; altura, 1,63m; distância entre-eixos, 2,61m; altura livre do solo, 19cm
PESO
1.270 quilos
DESEMPENHO
Velocidade máxima de 180 km/h
Aceleração até 100km/h em 11,5 segundos
CONSUMO (*)
Cidade: 11,6km/l (g) e 8,3km/l (e)
Estrada: 12km/l (g) e 8,7km/l (e)
Dados dos fabricantes
(*) Medição do Inmetro
(g): gasolina
(e): etanol
EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Airbags frontais, laterais e de cortina; controle de estabilidade e tração; Isofix; assistente de partida em rampa; monitoramento da pressão dos pneus; luzes de rodagem diurna; câmera de ré; faróis de neblina; retrovisores com rebatimento elétrico; sensor de estacionamento traseiro; carregador sem fio para celular; ar-condicionado automático digital com saídas para o banco traseiro; chave presencial; teto solar panorâmico; bancos em couro marrom; ventilação no banco do condutor; painel de instrumentos com tela de 7 polegadas; modos de condução; freio de estacionamento acionado por botão com função auto-hold; sistema multimídia Bluelink com tela de 10,25 polegadas; alerta de ocupante traseiro; câmera 360 graus; câmera de monitoramento de ponto cego; banco do motorista com ajuste de altura; volante com regulagem de altura e distância; retrovisores com ajuste e rebatimento elétricos; acendimento automático dos faróis; rack de teto; spoiler traseiro.
OPCIONAIS
Pintura metálica (R$ 1.600).
QUANTO CUSTA
O Hyundai Creta 1.0 Turbo Platinum, versão mais completa equipada com o motor 1.0 turbo, tem preço sugerido de R$ 145.190. Com o opcional descrito, a unidade testada custa R$ 146.790.