O multiuso Doblò da Fiat sempre teve como destaques o amplo espaço interno, a versatilidade e a boa área para bagagem. Faltava apenas um motor competente, para tirar da inércia um veículo que pesa 1.400 quilos. Com a aplicação da tecnologia flexível de combustível, que permite o uso do álcool, gasolina ou a mistura de ambos, houve um ganho significativo de potência e torque no motor 1.8, melhorando o desempenho do Doblò Adventure. Mas o modelo ainda peca pelo excesso de ruídos e o câmbio merecia engates mais precisos.
MOTOR Por ser um carro pesado, o Doblò Adventure tinha como principal problema o motor 1.8 a gasolina, de 103cv de potência e 17kgfm de torque, que não dava conta do recado, principalmente quando carregado e com ar-condicionado ligado. O carro era lento em arrancadas e retomadas. A solução veio com o motor 1.8 Flex, que possibilitou ganho real de potência de 11cv e de torque de1,5kgfm, com álcool. A mudança foi visível e o carro ficou mais esperto, melhorando o desempenho, tanto na cidade quanto na estrada.
CÂMBIO A Fiat mexeu também no câmbio para melhorar o desempenho do multiuso, mas errou na mão. Poderia ter encurtado um pouco mais as relações de marchas, proporcionando melhor aproveitamento da força do motor. Certamente, o que deve ter pesado nessa decisão foi o consumo de combustível, que não é dos mais baixos. Na cidade, com o carro leve e o tanque com álcool, o computador de bordo marcou consumo médio de 5,6km/l. Já na estrada, não passou dos 9km/l. Com gasolina os números também não são animadores. O câmbio não tem engates precisos, principalmente nas trocas rápidas, mas a alavanca é muito bem posicionada.
DIRIGIBILIDADE A direção com assistência hidráulica foi bem calibrada, mas o diâmetro de giro não favorece as manobras em espaço menores. O volante tem ajuste de altura, mas é fino. Já o sistema de freios, equipado opcionalmente com ABS, funcionou de forma eficiente, principalmente em estradas de terra.
As suspensões do Doblò proporcionam boa estabilidade em condições normais de uso na cidade. Já na estrada, é preciso cuidado em curvas, pois, como o carro é mais alto, ocorre inclinação da carroceria. Além disso, as suspensões transferem para o interior do carro as imperfeições do solo, principalmente quando o multiuso está carregado.
VERSATILIDADE O principal atrativo do Doblò é sem dúvida a versatilidade. A começar pelas portas laterais corrediças, que facilitam o embarque e desembarque de passageiros no banco traseiro. No interior, amplo espaço interno e porta-malas de bom tamanho, que pode ser aumentado com o banco traseiro rebatido. Os bancos do Doblò não são confortáveis e no do motorista falta ajuste de altura. O painel é funcional e tem instrumentos de fácil visualização. Conta ainda com computador de bordo que informa consumo de combustível, autonomia e tempo de viagem, entre outros.
CONFORTO O acabamento interno do Doblò tem como material predominante o plástico, presente em todos os lugares. São vários porta-objetos distribuídos no interior do carro, atendendo a proposta aventureira da versão. Os ruídos internos são facilmente percebidos e surgem em diferentes pontos do interior do multiuso. A mancada está na porta traseira: a fechadura fica encoberta pelo suporte em que está fixado o estepe. Caso ocorra uma pane no sistema de travas das portas, não há como enfiar a chave na fechadura.