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Ford Fusion Hybrid combina motores a gasolina e elétrico numa potência total de 190cv

Testamos o modelo médio da marca americana, que está entre aqueles que emitem menos poluentes e anda conquistando clientes; confira

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Não foi a primeira vez que dirigi um veículo híbrido, já tendo acumulado experiência também atrás do volante de modelos 100% elétricos, mas confesso que guiar um automóvel desse tipo é sempre especial. Com proposta ecológica, o Ford Fusion Hybrid é uma opção para o presente, já que seu uso não depende de uma infraestrutura que não está pronta nem em países desenvolvidos. Claro, os elétricos já avançaram bastante em questões como a autonomia limitada, mas ainda são tidos como veículos urbanos, que precisam de algumas boas horas e um lugar adequado para serem recarregados.

A primeira característica desse modelo é a versatilidade quanto ao funcionamento. Como qualquer outro veículo, basta ter gasolina no tanque que ele estará pronto para partir. Os motores do Fusion Hybrid podem atuar de forma individual ou em conjunto, geridos eletronicamente para alcançar a melhor eficiência energética em função da demanda do motorista. Basta apertar o botão que o carro está pronto para uso. A partida não tem barulho, já o movimento inicial depende apenas do motor a combustão. Geralmente, as manobras na garagem também são feitas apenas no modo elétrico. Com o carro na rua, consegue-se rodar no modo elétrico até no máximo 60km/h, mesmo assim no plano, muito diferente do número de 100km/h divulgado pela Ford.

Na subida, por menor que seja, o motor a combustão sempre é acionado. O motor a combustão é ligado em várias outras situações: quando existe uma grande demanda do sistema elétrico, com ar-condicionado e outros itens ligados; quando as baterias precisam ser recarregadas; e quando o câmbio é colocado na posição L, para evitar o superaquecimento e prevenir a fadiga do sistema de freios. Com o sistema de regeneração, boa parte da energia, que seria desperdiçada numa frenagem, é devolvida às baterias.

Traseira elegante no estilo fastback arremata o belo conjunto



DIRIGINDO VERDE
O Fusion Hybrid custa R$ 7 mil a mais e vem com o mesmo conteúdo da versão Titanium AWD (com exceção da tração integral), que é a topo da linha com mecânica convencional. Naturalmente, quem está disposto a pagar mais por um veículo híbrido tem alguma preocupação com o meio ambiente e isso interfere na maneira de dirigir. No fim de cada viagem, o Fusion fornece um resumo de quantos quilômetros foram rodados e, desse trajeto, quantos foram no modo elétrico, além do percentual de recuperação de energia das frenagens. Para o motorista, esse tipo de informação vai criando um desafio para conseguir obter o máximo de eficiência, mudando seu comportamento ao volante.

Quem está ao volante quer usar ao máximo o veículo apenas no modo elétrico. Para tanto, é preciso ficar de olho num gráfico que mostra o ponto em que o motor a combustão será acionado, e dosar o pé no acelerador para não ultrapassá-lo. Mas quando a situação exige mais do veículo, como uma ultrapassagem, é preciso pisar forte e o motor a combustão entra em ação. Para comparar o consumo de combustível de cada modelo de forma justa, o caderno Vrum usa dados do Inmetro, onde os ciclos são normatizados. Mas vale a pena registar que a média obtida durante nossos testes (9,3km/l) não passou nem perto daquela do Inmetro, culpa do relevo acidentado de Belo Horizonte, que obriga o acionamento do motor a combustão a todo momento.

PARTICULARIDADES O Fusion Hybrid tem algumas características diferentes das versões convencionais. Como carrega mais um motor e baterias, pesa 70 quilos a mais. Talvez para aliviar um pouco de peso, esta versão não conta com estepe, mas com um compressor de ar capaz de fazer um reparo temporário. Como esse sistema não é capaz de consertar qualquer estrago, como rasgos, e nem sempre existe uma borracharia por perto, consideramos isso arriscado. O tanque de combustível tem 11 litros a menos que um Fusion convencional. Como as baterias que fornecem energia para o motor elétrico estão localizadas no porta-malas, o volume do compartimento diminuiu 122 litros.

AUTONOMICES O Fusion se destaca também por oferecer diversas tecnologias semiautônomas, a começar pelo assistente de estacionamento, que procura por vagas (paralelas ou perpendiculares) e assume o volante, deixando o motorista no controle do acelerador e freio. Vale registrar que durante um dos testes desse recurso o assistente avaliou o vão da caçamba de um caminhão como uma vaga, mostrando que ainda estamos longe de dispensar o motorista. O controle de cruzeiro adaptativo pode ser seu melhor amigo, principalmente no trânsito lento da cidade, quando “segue” o veículo à frente, reduzindo ou acelerando a velocidade, sem ultrapassar a distância da velocidade predeterminada.


Já o assistente de faixa de rodagem lê a sinalização no asfalto (quando ela existe!) e alerta o motorista, com uma vibração no volante, quando o veículo está saindo do traçado sem intenção (quando não sinaliza para mudar de faixa), podendo até interferir na direção. O alerta de colisão emite um aviso quando o carro está se aproximando de um veículo parado ou com velocidade inferior e não demonstra intenção de reduzir a velocidade. Junto com o alerta, o sistema de freios é pré-carregado, para uma resposta mais imediata.

Anda bem, apesar do tamanho

Capricho no acabamento do painel central e instrumentos legíveis



O Fusion é um veículo híbrido total, com dois motores: um a combustão interna e outro elétrico. Enquanto o motor a combustão queima gasolina, o elétrico se alimenta da energia fornecida pelas baterias. Esses motores podem atuar sozinhos ou em conjunto, ambos transmitindo força às rodas.

RECARGA No Brasil, não existe a versão plug-in do Fusion Hybrid, cujas baterias podem ser recarregadas na tomada, sendo o motor a combustão o responsável por repor a carga que vai alimentar o motor elétrico.

ATKINSON O motor a combustão usado nesse veículo, e em outros híbridos, tem o ciclo um pouco diferente. Enquanto os motores convencionais utilizam o ciclo Otto, o bloco do Fusion Hybrid tem o ciclo Atkinson. A diferença básica entre esses dois ciclos está no processo de compressão da mistura ar/combustível. Enquanto no ciclo Otto a compressão é feita com as válvulas fechadas, no Atkinson a válvula de admissão fica aberta por um período. Isso possibilita o uso de menos força na compressão e o retorno de parte do combustível. O resultado é um motor com mais eficiência energética.

Dois ocupantes desfrutam de conforto no banco traseiro


Tudo por voz

O destaque desta segunda geração do Sync é a grande oferta de funções que podem ser comandadas por voz, indo muito além da telefonia, abrangendo também navegação, ar-condicionado e estações de rádio. Em geral, o sistema funciona bem, só tendo se complicado na função de navegação, quando foram ditados endereços com nomes difíceis. No entretenimento, há rádio, CD/MP3 player, Bluetooth e entrada USB. Além de efetuar e receber ligações, a telefonia permite a leitura por voz das mensagens de texto (para os poucos que ainda usam SMS). A tela tátil de oito polegadas mostra a imagem da câmera de ré. O assistente de emergência liga automaticamente para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no caso de acionamento dos airbags ou corte do combustível (que ocorre em colisões traseiras ou capotamento).

 

Ficha técnica

» MOTOR
Híbrido. Combustão interna: dianteiro, transversal, a gasolina, com quatro cilindros em linha, 1.999cm³ de cilindrada, com potência máxima de 145cv a 6.000rpm e torque máximo de 17,8kgfm a 4.000rpm. Elétrico: dianteiro, potência máxima de 120cv e torque máximo de 24,4kgfm.

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático CVT

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson; e traseira independente, do tipo multilink/liga leve, de 18 polegadas/ 235/45 R18

» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica

» FREIOS
Discos ventilados na dianteira e discos na traseira, com ABS e EBD

» CAPACIDADES
Peso, 1.717 quilos; tanque, 51 litros; de carga (passageiros e bagagem), 386kg

 

EQUIPAMENTOS
» DE SÉRIE
Teto solar elétrico, ajuste do banco do motorista elétrico com 10 posições, bancos dianteiros com aquecimento e refrigerados, bancos em couro, sistema de personalização da luz ambiente com sete cores, vidros e travas elétricos, retrovisores externos ajuste e rebatimento elétrico, retrovisores interno e externos eletrocrômicos, porta-malas com abertura elétrica, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis; ar-condicionado digital com controle individual de temperatura para motorista e passageiro, abertura das portas por código (Keypad), chave programável com funções de segurança (My Key), acesso ao veículo e partida sem chave, partida remota, faróis e lanterna de neblina, assistente de partida em rampa, câmera de ré, oito airbags (frontais, laterais, cortina e joelhos), cintos de segurança traseiros com airbags, freios ABS com EBD, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente em frenagem de emergência, alerta de colisão, sistema de monitoramento de ponto cego e alerta de tráfego cruzado, sistema de permanência em faixa, sistema de estacionamento automático, controle de cruzeiro adaptativo, sistema multimídia Sync 2, sistema de áudio com oito alto-falantes e quatro tweeters, entre outros.

» OPCIONAL
O único opcional disponível é a cor Branco Sibéria, que custa R$ 1.300.

Potência e torque dos dois motores dão bom desempenho ao sedã


NOTAS
Desempenho     8
Espaço interno     9
Porta-malas     8
Suspensão/direção     9
Conforto/ergonomia     9
Itens de série/opcionais     9
Segurança     9
Estilo     9
Consumo     8
Tecnologia     9
Acabamento     8
Custo/benefício     8

 

QUANTO CUSTA?
O Ford Fusion Hybrid tem preço sugerido de R$ 144.600.