UAI

Golf GTI 1.8 Turbo - Pode pisar que tem

Golf mudou de cara, incorporando estilo que caracteriza outros modelos da marca. Desempenho e acabamento são atrativos da versão esportiva, mas falta espaço interno

Publicidade
Foto:

Enquanto, na Europa, o Golf já está na quinta geração - mais moderna, com nova carroceria, de linhas mais arrojadas e mais espaço interno -, no Brasil, ele passou apenas por uma reestilização, na frente e traseira. As mudanças na frente (capô com vincos acentuados; faróis redesenhados, deslocados para as extremidades e com dupla parábola; grade com três barras horizontais; e novos pára-choque e spoiler, com novas tomadas de ar) tiveram como inspiração o V característico da marca. De perfil, o carro parece ser o mesmo. Na traseira, destaque para as lanternas, que ganharam novo formato e elementos circulares; e para o novo vidro, que abraça mais a tampa.

Esportividade
Por fora, além do logotipo, presente na grade dianteira e na tampa traseira, a versão GTI é reconhecida pela máscara negra dos faróis; fundo preto das lanternas; rodas de liga de cinco raios, que deixam à mostra as enormes pinças de freio, pintadas de vermelho; soleiras e base dos spoilers na cor preta; e saídas de escape dupla e cromada. Por dentro, a primeira coisa que chama a atenção é o volante, que é o mesmo adotado na versão esportiva do Golf europeu. Revestido de couro, ele tem formato bem diferente (achatado na base, em que está estampado o logotipo GTI), que facilita bastante a pega. Mas a buzina é difícil de ser acionada.

Acabamento
Nessa versão esportiva, os bancos são forrados em couro, em dois tons de cinza, e os dianteiros têm formato que prendem bem o corpo em curvas, o que é fundamental em um modelo com tanto fôlego. Mas a visibilidade traseira é ruim, devido ao tamanho pequeno dos retrovisores e à largura excessiva da coluna C (traseira). O painel é praticamente o mesmo. Outros itens exclusivos do GTI são os mostradores do painel com números e fundo branco, que permitem boa visualização durante o dia e à noite; e os pedais de alumínio. A atmosfera esportiva é quebrada pelos detalhes cromados e prateados na base da alavanca do câmbio (automático na versão avaliada), travas e puxadores de porta e molduras dos controles de som e ar-condicionado.

Lanternas têm elementos circulares, característica da marca


Desempenho
Mas o grande apelo do GTI é o fôlego impressionante do motor 1.8 turbo, que a Volkswagen fez questão de alardear como "o mais potente entre os que equipam modelos produzidos em série no Brasil". Mas, para se colocar em ação toda a "tropa" de 193 cv, além do que a montadora fez (aumento da pressão na linha de combustível e reprogramação da injeção), o motorista precisa abastecer o tanque com gasolina de alta octanagem (acima de 95 octanas), que é bem mais cara do que a gasolina comum. E a diferença entre o abastecimento com gasolina comum e premium é gritante. Na versão avaliada (com câmbio automático seqüencial), o modo mais prazeroso de dirigir é usar a opção de troca manual, já que as trocas em D são um pouco lentas.

Balanço
Curvas mais fechadas e de piso irregular não são especialidades do Golf, mas, quando a situação aperta, entra em cena, com precisão, o controle eletrônico de estabilidade. Quem compra um modelo esportivo como esse não deve esperar um grande compromisso com o conforto. Não deve mesmo! O pacote de segurança também é destaque, pois, além do controle de estabilidade, o GTI tem airbags frontais, laterais e de cortina; freios ABS; e três apoios de cabeça e cintos de três pontos no banco traseiro.

Estilo
As pequenas reestilizações na frente e traseira não foram suficientes para deixar o Golf com aparência moderna. Como a medida de entre-eixos também é a mesma, o modelo continua com espaço interno bem limitado. O banco traseiro somente oferece conforto para dois adultos, pois quem viaja no meio é incomodado pelo túnel central e pela parte de trás do console. O porta-malas tem capacidade compatível com a de um hatch, mas faltam ganchos e redes para fixação de pequenos objetos.

Potência de mentira
Os dois esportivos foram lançados em março: primeiro, o Civic SI 2.0 com 192 cv. Duas semanas depois, o Golf 1.8 GTI turbo com 193 cv. Mas a Honda está falando a verdade, pois seu carro tem essa potência mesmo com gasolina comum encontrada em qualquer posto. A potência do carro da Volkswagen é mentirosa pois só aparece com a gasolina Podium encontrada apenas em alguns postos BR. Ou seja, muitos vão comprar o GTI mas não terão a potência anunciada por não existir essa gasolina em sua cidade.

Na verdade, o novo Golf GTI tem o mesmo motor 1.8 da versão antiga (de 180 cv) mas a turbina foi recalibrada para oferecer mais 13 cv, desde que o carro seja abastecido com gasolina de maior octanagem. Enquanto isso, a engenharia da Honda afirma que o Civic SI, se abastecido com a Premium ou a Podium, terá sua potência aumentada.

Em resumo, a Volkswagen fez uma jogada de marketing para ter o motor mais potente do Brasil. Mas se os dois carros forem abastecidos com a gasolina Podium, o Honda tem mais potência que o Golf, com cerca de 195 cv. (Boris Feldman)


Leia mais sobre o Golf GTI e assista ao teste do modelo no Veja Também, no canto superior direito desta página.