A velha máxima de que em time que está ganhando não se mexe não foi aplicada ao Jeep Renegade. O SUV compacto em sua linha 2022 até que preservou o visual, com pequenas alterações de estilo. A mudança principal está sob o capô, onde o novo motor T270 veio para acabar com a fama de beberrão do 1.8 flex. Testamos a versão Série S, equipada com câmbio automático de nove velocidades e bom pacote de itens de série. O desempenho agrada e o consumo de combustível melhorou em relação ao outro motor, mas não chega a ser destaque.
Um dos maiores problemas do Jeep Renegade sempre foi o famigerado motor 1.8 flex, que não apresentada um desempenho tão bom e ainda era muito beberrão. A outra opção era o eficiente 2.0 turbodiesel, disponível nas versões mais caras. Na linha 2022, o modelo ganhou o T270 flex, de 185cv de potência máxima e 27,5kgfm de torque, que passou a ser a única opção para o jipinho.
O Renegade foi o líder de vendas no segmento de SUVs compactos em 2021, mas não começou muito bem em 2022. O novo líder do segmento é o VW T-Cross, que teve 8.879 unidades emplacadas nos dois primeiros meses do ano. Depois, aparecem Hyundai Creta, com 8.338 unidades, e o ex-líder Jeep Renegade (7.227). A Jeep acredita que vai reverter essa situação bem rápido com a chegada do novo motor. Será?
ESTILO Se a mudança mecânica foi radical, não se pode dizer o mesmo quanto ao visual, que é um ponto forte do Renegade. O modelo 2022 mantém o estilo, com as mesmas linhas da carroceria. Na frente, detalhes revelam as mudanças. A grade de sete fendas traz novo miolo. Os faróis full LED continuam redondos, mas com o topo ainda mais reto, encobertos pelo capô. O aro em LED faz o papel da luz diurna e pisca alerta. Os de neblina também são em LED. O para-choque ganhou novo desenho, com entradas de ar maiores.
As laterais são praticamente as mesmas, com molduras nas caixas de rodas que emendam no largo friso da base das portas. O modelo tem ainda rack de teto e belas rodas de 19 polegadas calçadas com pneus de perfil 45, mais apropriados para o asfalto. Na traseira, lanternas com o mesmo formato, mas o X interno foi estilizado, em LED. O para-choque traseiro também ganhou novo desenho e o spoiler acima da tampa do porta-malas confere toque de esportividade ao SUV compacto.
O porta-malas é todo revestido por plástico nas laterais, onde tem lanternas e nichos com redes, além de quatro argolas para amarração de bagagens. A tampa inferior que cobre o estepe de emergência pode ser colocada em níveis diferentes, aumentando ou diminuindo o volume, que é bom. Um opcional da Série S é o teto solar panorâmico com cortina que se abre até o banco traseiro. Mas o vidro só abre até o meio do carro. É bem legal, mas custa quase R$ 8 mil.
INTERIOR O Renegade tem bom espaço para quatro pessoas. Na frente, os bancos apoiam bem as pernas e as costas. Mas a espuma é bem firme, muito dura, o que causa desconforto em viagens mais longas. Os ajustes dos bancos dianteiros são manuais, sendo que o do motorista tem regulagem de altura, mas não tem lombar. Debaixo do assento do passageiro tem um providencial compartimento para guardar pequenos objetos. No banco traseiro, o espaço para as pernas é, mas no meio falta conforto, apesar do túnel baixo no assoalho. Três pessoas ali ficam apertadas. O ideal são dois passageiros. O assento do banco traseiro não apoia totalmente as pernas, mas o encosto é bipartido e rebate. Quem senta ali conta com uma entrada USB, mas tem saídas do ar-condicionado.
O acabamento interno é de boa qualidade, com plásticos de diferentes texturas. Os bancos são revestidos em couro sintético, com costura aparente. Os comandos estão bem localizados nas portas e console. O painel digital traz diferentes configurações, exibindo dados do computador de bordo, velocímetro digital e os sistemas de auxílio à condução.
MULTIMÍDIA Já o sistema multimídia tem tela tátil de 8,4 polegadas, com rádio, conexão do celular por Android Auto e Apple CarPlay, GPS nativo, câmera de ré, controles do ar, configurações do carro, aplicativos, Bluetooth, Hotspot Wi-Fi, duas entradas USB e uma tomada 12V. No console, sistema de carregamento da bateria do celular por indução. O ar-condicionado é automático dual zone. O volante tem ajustes de altura e distância, revestimento em couro com comandos para configurar o painel, acesso a celular, controlador de velocidade, volume do áudio e paddles shifts para mudanças de marchas
No console, o motorista tem à disposição o seletor de modos de condução: auto, sport, snow, sand e mud, além dos comandos de tração, com as opções 4WD Low, 4WD Lock e controle de descida em rampa. Entre os sistemas de auxílio à condução, destaque para o aviso de colisão com frenagem de emergência, alerta de ponto cego, aviso de fadiga, alerta de saída de pista com interferência na direção, controles de estabilidade e tração. O modelo traz ainda start/stop para ajudar a economizar combustível e freio de estacionamento eletrônico.
DESEMPENHO O motor é bem eficiente no que diz respeito ao desempenho. Tem bom torque em baixas rotações, reage rápido às acelerações, garantindo arrancadas e retomadas de velocidade seguras. O câmbio automático tem nove marchas bem escalonadas, com trocas suaves, sem trancos, favorecendo o bom aproveitamento da força do motor. Mas o consumo ficou em torno de 6km/l na cidade e 10,6km/l na estrada, com gasolina. Não é nada excepcional, mas é bem melhor que o do motor 1.8 flex que equipava o SUV compacto.
O carro tem ótima dirigibilidade, é bom de dirigir e faz curvas com segurança, filtrando bem as irregularidades do solo, proporcionando um rodar confortável. A direção foi bem calibrada, com cargas bem definidas, e tem bom diâmetro de giro, que facilita as manobras de estacionamento. Os freios com discos nas quatro rodas e assistência eletrônica atuaram com segurança.
Com a nova motorização 1.3 turbo, o Renegade deve recuperar o fôlego para encarar seus principais concorrentes, que são o Volkswagen T-Cross e o Hyundai Creta. A intenção é retomar a liderança do segmento de SUVs compactos, onde o modelo da Jeep já ficou por um bom tempo.
FICHA TÉCNICA
MOTOR (*)
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.332cm³, 16 válvulas, turbocompressor com wastegate elétrica, injeção direta de combustível, que desenvolve potências de 180cv (gasolina)/185cv (etanol) a 5.750 rpm, e torque máximo 27,5 kgfm (g/e) a 1.750rpm
TRANSMISSÃO (*)
Tração 4x4 com reduzida e câmbio automático de nove marchas
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS (*)
Dianteira, McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora; traseira, McPherson com rodas independentes, links transversais/laterais e barra estabilizadora/7,5” x 19” (liga de alumínio)/235/45 R19
DIREÇÃO (*)
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
FREIOS (*)
A discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS/EBD
CAPACIDADES (*)
Do tanque, 55 litros; porta-malas, 385 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 400 quilos
PESO (*)
1.608kg
DIMENSÕES (*)
Comprimento, 4,26m; largura, 1,80m; altura, 1,70m; distância entre-eixos, 2,57m; e altura mínima do solo, 18,7cm
ÂNGULOS DE ATAQUE/SAÍDA/RAMPA (*)
29 graus; 32 graus; e 21 graus
DESEMPENHO (*)
Velocidade máxima – 200km/h (g)/202km/h (e)
0 a 100km/h – 9,8 s (g)/ 9,5 s (e)
CONSUMO (**)
Cidade: 9,1km/l (g)/6,3km/l (e)
Estrada 10,8km/l (g)/7,6km/l (e)
(*) Dados dos fabricantes
(**) Dados do Inmetro
EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Travamento automático a 20km/h, retrovisores elétricos, câmera de ré, sistema de monitoramento de ponto cego, sensores crepuscular e de chuva, lanternas traseiras em LED, sistema de áudio com seis alto-falantes, USB e Bluetooth, tração 4x4 Jeep Active Drive Low, Hill Start Assist (HSA), Parallel & Perp Park, Hill Descent Control (HDC), comutação automática dos faróis, alertas de limite de velocidade, controle de Estabilidade (ESC), limitador de velocidade, freio de estacionamento eletrônico, tomada 12V, detector de fadiga do motorista, banco do motorista com regulagem de altura, controle eletrônico anticapotamento, rodas em liga leve aro 19 polegadas, ar-condicionado digital dualzone, faróis de neblina em LED, faróis full LED, luz de rodagem diurna (DRL) em LED, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, volante com acabamento em couro, USB tipo C, vidros elétricos nas quatro portas com one touch, chave de presença com telecomando para abertura de portas e vidros (Keyless Enter 'n Go), bancos revestidos em couro, apoia-braço com porta objetos, sensor de estacionamento traseiro, central multimídia com tela tátil de 8,4 polegadas, Apple Carplay e Android Auto com espelhamento sem fio, volante com ajuste em altura e distância, sistema Start&Stop, controle de tração, frenagem autônoma de emergência, teto pintado em preto, seletor de terrenos (Selec-Terrain), carregador do celular por indução, Isofix, volante multifuncional, reconhecimento de placas de trânsito, sete airbags, teto solar elétrico e panorâmico, uma entrada USB para o banco traseiro, aviso de mudança de faixas, estepe de uso emergencial, panic break assist, quadro de instrumentos de alta resolução TFT de sete polegadas personalizável, sistema de estacionamento semiautônomo (Park Assist), partida remota, computador de bordo e rack do teto na cor preta
OPCIONAIS
Pintura metálica (R$ 1.565) e perolizadas (R$ 2.220)
Quanto custa?
O Jeep Renegade T270 4x4 Série S tem preço sugerido de R$ 164.136, mas com o teto solar vai a R$ 172.080, e com a pintura perolizada, R$ 174.300.