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Mini Cooper S Cabrio - De perder o juízo

Pequeno inglês conversível é feito para quem gosta de carro com estilo e desempenho realmente esportivo, com suspensão que despreza conforto e prioriza estabilidade

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Os puritanos que me perdoem, mas esse tal de Mini Cooper S Cabrio é um tesão de automóvel. Não dá para imaginar que, por traz da imagem reestilizada do antigo carro do personagem do humor inglês, Mister Bean, existe uma fera pronta para ser estimulada. O jeito de carrinho de brinquedo é pura fachada. É só pisar que ele reage nervoso. E ainda tem estilo agradável, que fica mais imponente quando se abre a capota de lona. Não é dos mais confortáveis, pois as suspensões parecem ter sido calibradas com o único propósito de segurá-lo nas curvas. E como seguram! Difícil é manter o juízo e tirar o pé do acelerador, quando na verdade a vontade é pisar fundo.

Estiloso

O Mini Cooper é a mistura bem-sucedida do antigo com o moderno. Do modelo Mini-Minor, feito pela Morris e lançado na década de 1950, o atual preserva algumas linhas e o estilo. A versão S tem a frente imponente, com faróis ovais e grade tipo colméia, que invade o para-choque. Na parte central do capô uma entrada de ar confere o toque esportivo. As laterais são mais limpas, com detalhes como maçanetas cromadas e retrovisores de bom tamanho. O compacto de duas portas tem para-brisa com discreta inclinação e boa visibilidade frontal, mas o mesmo não pode ser dito da traseira. A capota de lona obrigou o uso de pequenos vidros laterais e traseiro, limitando a visão do motorista. Quando aberta, o quadro muda e o carro ganha um toque ainda mais charmoso. O difícil é suportar o sol quente do Brasil na cabeça e ignorar o risco de um ataque surpresa dos amigos do alheio. Na traseira, destaque para as lanternas verticais com elemento redondo e a saída dupla central do escapamento.

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Como roupa

O fabricante até declara que o Mini é homologado para quatro ocupantes. Realmente, tem dois bancos dianteiros e um traseiro, onde deveriam caber duas pessoas. Mas a verdade é que ali se acomodam com dificuldade duas crianças pequenas. Mas quem compra um carro desse tipo se preocupa com o espaço interno? Parece que não. A ideia é literalmente vestir o carro, para sentir a sensação de estar acomodado em um cockpit de um Fórmula 1. Os bancos dianteiros prendem bem o motorista e passageiro, mantendo os corpos firmes em curvas, e ainda contam com ajuste de altura. No banco traseiro, apesar do pouco espaço, há dois apoios de cabeça, cintos de segurança retráteis e santantônio em aço inox para o caso de uma capotagem. O porta-malas é pequeno mas não tem o espaço comprometido quando a capota é aberta.

Sofisticado

O acabamento interno do Mini Cooper S é de primeira qualidade, com couro nos bancos e material emborrachado no painel, além de plásticos e cromados. A pedaleira é feita em aço inox com filetes de borracha, um cuidado para evitar que os pés escorreguem. No teto, próximo ao retrovisor, pequenas alavancas dão o comando para a abertura e fechamento da capota e para as luzes internas. No mesmo formato, na parte baixa do painel, outras alavancas comandam vidros elétricos, trava das portas e faróis auxiliares. O painel tem desenho moderno, mas com elementos que remetem ao passado, como o enorme velocímetro central, que lembra o visor daqueles rádios antigos, tipo capela, mas com tela digital na parte inferior. Em frente o motorista, contagiros, computador de bordo e um contador que registra o tempo que a capota fica aberta. Um exagero totalmente dispensável. A alavanca do câmbio automático tem o pomo em formato de capacete, com direito a viseira. O volante forrado com couro tem boa pega, comandos do som e limitador de velocidade e aletas para mudança de marcha.

Nervoso

O baixinho da Mini tem um temperamento agressivo. Conta com sistemas que estimulam e outros que seguram. Junto ao câmbio, o motorista tem à disposição a tecla sport, que deixa o carro ainda mais nervoso, modificando o controle do motor, a regulagem da direção e o funcionamento da caixa de marchas. Se já é bom na condição normal, com a tecla S apertada fica animal. Para segurar os ímpetos do baixinho, existe a tecla DSC, do controle dinâmico de estabilidade, que ajuda a mantê-lo com segurança na pista. O câmbio automático de seis marchas, com opção de trocas manuais, é acoplado a um motor quatro cilindros com turbocompressor, que garante performance digna de um esportivo. É pisar no acelerador e sentir a pressão das costas no encosto do banco. A resposta é imediata. É preciso ter braço firme, pois o pequeno parece ter vontade própria e ameaça a rebolar na pista de tanta vontade de comer asfalto. O turbo entra de forma gradativa e suave, sem tranco, mas proporciona um resultado fenomenal, além de um agradável ronco no motor. É muita potência e torque para o pequeno.

Agarrado

Como opcional há um medidor que aponta o tempo passado com a capota aberta



Para tornar a condução ainda mais prazerosa, o motorista pode optar pelas trocas de marchas nas aletas do volante. A direção foi bem calibrada, garantindo leveza nas manobras e mais peso em velocidades elevadas. Mas o diâmetro de giro é longo, tornando difícil as manobras em lugares mais apertados. O sistema de freios tem ABS e mais uma sopa de letrinhas, que garante total segurança. Ou seja, pode acelerar que ele para. As suspensões fazem o pequeno parecer um kart. É duro e transfere todas as imperfeições do solo para dentro, mas, por outro lado, faz curvas com precisão. Pode entrar que ele se garante, sempre agarrado ao chão. Os pneus de perfil baixo contribuem para o desconforto, além de serem um risco constante em nossas vias mal-conservadas. O Mini Cooper S é um carro para quem gosta de dirigir e não se preocupa muito com conforto e espaço. É um carro para curtição. Porém, um brinquedinho caro.

Leia a avaliação técnica do Mini Cooper Cabrio S!.

Veja também os equipamentos de série, opcionais e a ficha técnica desse inglesinho invocado!.