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Nissan Sentra S 2.0 - Um samurai no vale-tudo

Além das linhas bem diferentes da concorrência, o sedã tem amplo espaço interno, motor eficiente e preço competitivo. Versão com câmbio manual tem engates macios e precisos

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O segmento dos sedãs médios no Brasil é um verdadeiro “ringue” de vale-tudo, no qual “lutam” concorrentes de peso, como Honda Civic, Toyota Corolla, Ford Focus, Volkswagen Jetta e Chevrolet Cruze, sem falar nos menos badalados, mas nem por isso mais fáceis de serem batidos, como Citroën C4 Lounge, Hyundai Elantra e Renault Fluence. Para entrar nesse octógono para vencer, a Nissan sacou que era preciso colocar na arena um lutador com mais opções de golpe do que a sexta geração do Sentra, importado do México. Por isso, para se dar bem nessa parada – o objetivo da marca japonesa é simplesmente dobrar a sua participação nesse segmento –, trabalhou muito na sétima geração do sedã, feita sobre uma nova plataforma, de para-choque a para-choque, criando um visual diferente do resto e aperfeiçoando a mecânica, além de adotar uma política de preços mais competitiva.

 

 

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VISUAL Há os que amam, defendendo que se trata de um design moderno, elegante e de muita personalidade; e há os que simplesmente odeiam, alegando que o visual é careta demais, deixando qualquer motorista com cara de tiozão. Mas o que não se pode negar é que as linhas do Sentra são realmente diferentes em relação à concorrência. Na frente, destaque para a grade cromada em forma de trapézio invertido, com moldura e barras horizontais cromadas; os faróis com duplo refletor e luzes diurnas de LED; e o capô com vincos laterais bem acentuados. Mesmo se tratando de uma versão de entrada, a falta de regulagem interna de altura dos fachos dos faróis é imperdoável.

CINTURA ALTA De perfil, chamam a atenção os cromados das fechaduras e das molduras dos vidros, a linha de cintura alta, os retrovisores com luzes indicadoras de direção, as colunas pintadas de preto, a pequena janela vigia na traseira e as rodas de desenho mais sóbrio. As linhas mais modernas possibilitaram uma importante redução no coeficiente de arrasto aerodinâmico (de 0,34 para 0,29). Na traseira, a barra cromada na tampa do porta-malas dá um toque de elegância e as lanternas proeminentes, em forma de bumerangue e com luzes de LED, demonstram modernidade.

INTERIOR Por dentro, predomina a cor preta no acabamento, em contraste com detalhes em plástico imitando metal no volante, console e painéis de porta dianteiros. Os bancos são revestidos em tecido navalhado, que não combina muito com o nosso clima tropical. O do motorista tem regulagem manual de altura. O volante tem boa pega e abriga os comandos do computador de bordo, do som e do sistema Bluetooth de telefonia. A coluna de direção regula em altura e distância. Os instrumentos têm fundo preto e boa visualização, tanto de dia quanto de noite. Para os mais pães-duros, existe um econômeto no centro (em forma de réegua pontilhada), que mostra como está o consumo instantâneo. Há uma boa quantidade de porta-trecos no interior, com destaque para os porta-garrafas de bom tamanho no console e nos painéis de porta; e o porta-óculos no teto. O pacote de segurança inclui sistema de fixação de cadeiras infantis.

Painel tem fácil visualização e volante abriga comandos do computador de bordo

 

CONFORTO Devido à boa distância entre-eixos (2,70m), um dos pontos positivos do novo Sentra é o amplo espaço interno, proporcionando conforto tanto para quem viaja nos bancos dianteiros, como no banco traseiro, onde se acomodam três adultos que podem esticar as pernas tranquilamente. Somente quem senta no meio que é um pouco incomodado pelo apoio de braço embutido no encosto. O banco de trás tem apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos. O porta-malas também é bem espaçoso e comporta com facilidade a bagagem de férias da família, mas faltam ganchos para prender a carga e rede para segurar pequenos objetos. Retrovisores de bom tamanho melhoram a visibilidade traseira, que é ruim. Fazem falta sensores de estacionamento e câmeras de ré, que cairiam bem para tornar as manobras de estacionamento mais seguras. A partida sem chave (de série na versão avaliada, a S, que é a mais básica) é uma comodidade interessante.

RODANDO O motor 2.0 consegue aliar bom desempenho a baixo consumo. De acordo com a Nissan, a potência e o torque são mesmos com gasolina ou etanol. De qualquer forma, ele agrada quando você precisa de uma retomada mais rápida na hora de ultrapassar e deixa o dono satisfeito quando ele olha para o computador de bordo e vê que os gastos com combustível estão bem comedidos. Com apenas gasolina no tanque, ar ligado, dois adultos, em uma estrada de pista dupla sem muito movimento e sem aliviar o acelerador, o painel registrou 12,7km/l de média. Além do motor, o câmbio também é responsável por essa eficiência, com engates precisos e macios e relações de transmissão bem escalonadas. A suspensão privilegia mais o conforto, mas sem comprometer a estabilidade. Se o motorista entrar um pouco distraído naquela curva mais fechada, não vai levar susto.

Além das linhas bem diferentes da concorrência, o sedã tem amplo espaço interno, motor eficiente e preço competitivo

 

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.997cm³ de cilindrada, 16 válvulas, que desenvolve potência de 140cv (gasolina e etanol) a 5.100rpm e torque de 20kgfm (gasolina e etanol) a 4.800rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira com câmbio manual de seis velocidades

SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira com eixo de torção e barra estabilizadora/de liga leve de 16 polegadas/205/55 R16

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável

FREIOS
A disco ventilado na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem)

CAPACIDADES
Do tanque, 50 litros; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 425 quilos

EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Alarme com controle remoto, revestimento dos bancos em veludo, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, banco traseiro bipartido (60/40), chave inteligente presencial, computador de bordo, volante multifuncional, desembaçador do vidro traseiro, porta-luvas com chave, porta-óculos, comando elétrico dos vidros, travas e retrovisores, volante com revestimento em couro, coluna de direção com regulagem de altura e distância, rodas de liga de 16 polegadas, faróis e luzes de neblina, sistema Isofix para prender cadeiras infantis e CD Player, com Bluetooth e entrada auxiliar.

Banco traseiro tem apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos



OPCIONAL
Não tem.

 

QUANTO CUSTA
A versão avaliada foi a S, de entrada, com câmbio manual, que tem preço básico sugerido de R$ 62.190. O sedã também é vendido com câmbio CVT, nas opções SV (R$ 67.390) e SL (R$ 73.490).

Notas (0 a 10)
Desempenho 9
Espaço interno 9
Porta-malas 9
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 8
Segurança 8
Estilo 8
Consumo 8
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 9

Destaque para as lanternas com luzes de LED e formato de bumerangue

 

AVALIAÇÃO TÉCNICA
ACABAMENTO DA CARROCERIA
A pintura contém alguns pontos com impurezas. As quatro portas têm pontos com desnivelamento entre si e a carroceria. O capô está descentralizado. A tampa do porta-malas está descentralizada e desnivelada. NEGATIVO

VÃO DO MOTOR
O isolamento acústico na parte interna do capô e no painel de fogo apresentou resultado positivo em relação ao habitáculo. O motor e seus componentes externos preenchem bem o vão, que tem aspecto organizado e limpo. O acesso à manutenção, em geral, é satisfatório. POSITIVO

ALTURA DO SOLO
Com carga útil máxima, não ocorreram interferências com o solo, numa condução prudente sobre piso irregular usual, na transposição de quebra-molas e em saídas de garagem com desnível. Não tem chapa protetora para toda a parte inferior do conjunto motopropulsor. POSITIVO

CLIMATIZAÇÃO
O sistema funciona bem. Os quatro difusores de ar no painel têm boa vazão e angulação. Não há difusor de ar específico para os passageiros de trás. Sistema não tem regulagem de temperatura diferenciada para condutor e passageiro. POSITIVO

FREIOS
Eles estão muito bem dimensionados para o peso do veiculo e a performance do motor. O ABS tem ótima calibragem e o pedal de freio, boa sensibilidade. As reações são equilibradas nos dois eixos. Não ocorreu superaquecimento com perda de eficiência frenante depois de uso mais constante em longa decida sinuosa, com o veículo carregado. POSITIVO

CÂMBIO
Está muito bem estudado em função do peso e curva do motor. Ele proporciona prazer tanto na cidade quanto em rodovias. As relações de marchas/diferencial estão bem dimensionadas. São ótimos a qualidade de engate, em precisão e maciez; curso da alavanca, pega no pomo, posição no túnel central e baixo ruído do trambulador. O câmbio manual é mais dinâmico e prazeroso do que o CVT, principalmente nas reduções e retomadas. As trocas são pouquíssimas, inclusive nas marchas altas (4ª, 5ª e 6ª). Em 3ª marcha, a 60km/h, o motor gira a 2.900rpm e, em 6ª, a 110km/h, está a 2.700rpm. POSITIVO

MOTOR
O nível de ruídos de funcionamento é baixo. O motor tem boa elasticidade e proporciona dirigibilidade muito boa no uso misto (cidade/estrada). Mesmo com o veículo carregado e ar-condicionado ligado, ele satisfaz numa topografia irregular normal. As retomadas de velocidade e aceleração são boas. Não tem reservatório auxiliar de gasolina para partida a frio. POSITIVO

VEDAÇÃO
Boa contra água e poeira POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS
O efeito aerodinâmico é contido, mesmo em alta velocidade, e é baixo o nível de ruídos do habitáculo. REGULAR

SUSPENSÃO
A estabilidade é ótima para a proposta deste sedã no contorno de curvas de raios variados e pela precisão, com inclinação mínima da carroceria. Não tem controle eletrônico de estabilidade e tração, nem como opcional. O conforto de marcha é razoável. REGULAR

DIREÇÃO
A precisão na reta e em curvas é boa, assim como a velocidade do efeito retorno e o diâmetro de giro. A coluna de direção tem ajuste manual em altura e distância, com bom curso reduzido. A assistência variável é elétrica, com cargas bem definidas em conforto para o uso urbano e em manobras de estacionamento, sendo firme e com boa sensibilidade em alta. POSITIVO

ILUMINAÇÃO
Não tem sensor crepuscular. Existem luzes de cortesia no porta-malas, porta-luvas (vermelha, mal posicionada e pouco eficiente) e para-sóis. O grupo óptico dianteiro apresentou boa eficiência no baixo/alto, mas falta regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. O quadro de instrumentos tem iluminação permanente. No teto, há uma lanterna central e um duplo spot fixo. Os comandos elétricos dos vidros, trava das portas e bloqueio de vidros para crianças não têm iluminação dia/noite, somente o de abertura do vidro do condutor. REGULAR

ESTEPE/MACACO
O estepe tem roda em aço e pneu (Continental 195/55 R16) diferente (em marca e medida) dos de uso (Bridgestone 205/55 R16). Ele está instalado dentro no assoalho do porta-malas. A operação de troca é normal e facilitada pelo fato de os cubos de roda terem prisioneiros fixos. REGULAR

LIMPADORES DE PARA-BRISA
Não tem sensor de chuva. Os esguichos são no tipo spray em V, com boa vazão e abertura. As palhetas de boa qualidade varrem uma área satisfatória. O acesso ao reservatório de água, instalado dentro do vão do motor, é fácil. POSITIVO

ALARME
O veículo tem proteção perimétrica das partes móveis, mas não tem a volumétrica dentro do habitáculo contra a invasão pela quebra dos vidros. Somente a porta do condutor tem a função um toque para descer/subir o vidro e o sistema antiesmagamento atuou com precisão. Ao dar comando para travar as portas, os vidros não sobem automaticamente. REGULAR

VOLUME DO PORTA-MALAS
O declarado pela fábrica é de 503 litros e o encontrado foi de 579 litros.

(*) Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan
www.danieltecnodan.com.br

 

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